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Capítulo 3.3: Atrito

"Droga…"

Será que consigo encontrar mais alguma pista?

Já estou desestabilizado demais, mas não quero repetir o mesmo processo de entrar despercebido nesse lugar.

 Apenas fiquei na área onde está a saída para a escola, não fui mais longe por causa do vulto.

Talvez eu consiga encontrar mais algo por lá.

Eu saí da sala com a frase na parede e fiquei prestando atenção enquanto cuidadosamente andava em direção a alguma outra parte do porão.

Esse lugar está tão vazio assim? Será que tudo aqui foi abandonado, e apenas algumas pessoas que descobriram da sua existência vêm para cá?

Continuei me perguntando exatamente isso, mas não tive certeza alguma até certo ponto.

Encontrei uma sala que estava ainda mais distante das outras. Nela, percebi outros tipos de máquinas na qual eu ainda não tenho ciência de suas funções.

Posso dizer que o porão é um local bem fascinante, eu descobri sobre a existência de muitos itens que poderiam ser considerados fictícios no resto deste mundo.

Haviam vários computadores por todo o porão, mas eu não conseguia acessá-los por causa das senhas que os protegiam. 

Eu trouxe um pendrive a fim de obter mais informações a respeito das máquinas espalhadas nas salas, mas parece que isso não vai dar certo.

Algo que percebi no porão foi um símbolo que se repetia diversas vezes pelos corredores e salas.

Eu reconheço isso de algum lugar…

Andei mais um pouco em direção ao centro, quando percebi uma placa de aviso no lado oposto de uma porta.

Estava escrito: "Apenas pessoas autorizadas podem entrar nesse local."

Então, por onde eu fiquei nesse tempo todo, estava em uma área restrita. Deve ser por isso que não encontrei ninguém por aqui.

Será que eu devo abrir essa porta? E se muitas pessoas estiverem por lá? Conseguirei fugir a tempo?

Minha mão se esticou para encostar na porta, mesmo eu estando hesitante sobre abri-la.

Posso estar cometendo o maior erro da minha vida até agora, e isso pode custar muito mais do que apenas uma mera punição.

Eu respiro fundo para minha ansiedade sossegar, tiro o suor da minha testa e fecho os meus olhos por alguns segundos.

Me sentindo preparado para abrir a porta, repentinamente fui interrompido com o som de passos que se aproximavam de mim.

Então realmente tem alguém aqui. Preciso fazer algo para não ser pego.

Quanto mais essa pessoa chegava por perto, mais sinistro ficava o porão. Minhas chances de ser pego podem ser altíssimas.

E então, quando ele havia parado de andar, a porta de ferro se abriu, fazendo um barulho pequeno e assustador.

Um homem com vestimentas parecidas com a de um cientista começou a andar pelo corredor em que eu estava, cochichando sobre um tema nada novo para mim.

"Tenho que resolver isso logo, ou mais outros casos como esse serão comuns no laboratório."

Por algum motivo, ele parece mais calmo do que deveria. Com uma expressão séria e assustadora, ele para no meio do corredor.

"Ah, vejamos. Como fui parar nessa situação?", ele diz, enquanto estava completamente imóvel.

E então, ele percebe algo atrás dele, dizendo "Hm?" logo após.

"Parece que tem alguém logo atrás de mim, certo?", ele sorri levemente como uma forma de deboche.

"..."

Fico em silêncio, esperando por algum movimento vindo dele.

"Não vai me responder? Claro, deve ser a escolha sábia neste momento."

"...Talvez eu possa levar isso, apenas em casos de emergência, claro."

"Levante suas mãos para cima. Se você fizer qualquer movimento ou olhar em minha direção, estará morto," eu falo com seriedade a ele.

'Não sei exatamente como usar isso da maneira que estou pensando, mas minha pouca habilidade dá para o gasto, eu acho.'

Proibi-o de olhar para meu rosto, assim ele não conseguiria saber da minha identidade.

Por que decidi fazer isso?

"Muito bem," ele mantém a completa calma, mesmo estando em uma situação como essa. "Gostaria de saber que tipo de arma está utilizando para me ameaçar, seria uma pistola, ou talvez socos ingleses? Percebo que o senhor já veio preparado para o laboratório."

"Apenas serei eu a pessoa a realizar as perguntas."

Eu trouxe uma faca na minha mochila...

Apenas em casos de emergência, claro.

Não seria esse um caso de emergência? Não é como se eu estivesse usando um utensílio perigoso destes por puro prazer.

"É muito impressionante da sua parte conseguir chegar a essa distância de mim sem eu perceber absolutamente nenhum barulho ou vento. Fascinante."

Parece bastante que este homem está tentando ganhar tempo.

"Calado. Agora me responda, quem é você? O que é esse local? Qual a sua relação com o incêndio que ocorreu logo na escola que está acima de nós?"

"..."

Ele fica em silêncio propositalmente, como se ele estivesse restrito a qualquer vazamento de informações.

"Você já sabe exatamente o que acontece com você se não me responder."

"Então o senhor supõe que a sua ameaça funcionará comigo?"

Esse homem deve pensar que não tenho coragem o suficiente para conseguir matar uma pessoa.

"Pense o que quiser, mas o recado já foi dado."

Minha faca, que não é para cozinha, e sim especializada em combate, está a menos de 2 centímetros de distância do pescoço dele. Qualquer movimento leve poderia muito bem acabar com a sua vida.

Ele sabe disso, e por esse motivo que esse homem não está fazendo nada comigo.

No momento, eu que estou o controlando fisicamente, mesmo que seus sentimentos e emoções estão fora do meu alcance por enquanto.

"Responda imediatamente, antes que eu o mate."

"Não posso fazer nada a respeito, então lhe peço que me mate mesmo."

Ele está tão confiante assim que sairá vivo e sem ter vazado informação alguma para mim?

"Honestamente, depois de tudo que você e sua organização suja fizeram, meu senso de justiça grita mais forte que o meu futuro remorso."

Deixo a entender que realmente tenho intenção de assassiná-lo para tentar desencadear uma reação nele. Mas ele continua calmo como as águas de uma piscina não usada.

"Você pensa que nós somos os vilões? O incêndio prejudicou tanto a nossa organização quanto o senhor. Vai causar uma fatalidade apenas para diminuir um pouco da sua dor insignificante?"

"Não importa para você o que sinto e penso."

Ele não entende a minha dor, eu sei que não. E provavelmente nunca entenderá.

Pode ser pretensioso da minha parte, mas vai ser extremamente difícil encontrar alguém que sofreu tanto ou mais quanto eu por um bom tempo.

"Heh, justo," ele responde e logo depois dá uma leve risada. "Aliás, posso não poder revelar informações confidenciais, mas algo que não podem me impedir de dizer e que talvez te ajude seja o meu nome. Me chamo Kenji Hayashi, prazer em conhecê-lo."

Seu nome pode ser uma informação essencial para a minha pesquisa, algo que ele já deve ter antecipado.

"Mais alguma informação antes de morrer?", eu falo com seriedade na minha voz.

"Se quiser mais informações, fale com o Tatsuo, ele provavelmente irá te ajudar," diz ele, com confiança.

Já devo ter tudo que preciso para começar a minha análise das pistas que encontrei.

É óbvio que ainda existem mais lugares para serem explorados por aqui, principalmente através daquela porta de ferro, de onde veio esse cientista.

Foi nesse momento que este homem começou a se mover, lentamente, abaixando os seus braços.

"Ei, não se mova, eu já te avisei sobre as consequências."

"Acalme-se, estou apenas com o braço dolorido," ele responde com um tom mais baixo que o normal.

E então, ele rapidamente enfia seu braço esquerdo na minha faca, penetrando-o até o outro lado do seu membro.

"O quê!?", eu disse no impulso, enquanto essa pessoa coloca a sua outra mão no seu bolso, pegando um rádio comunicador no processo.

Ele ativa o aparelho, e sentindo muita dor por segurar a faca com o seu braço, começa a falar com outra pessoa que captou a sua voz pelo walkie talkie.

"A– Atenção! Preciso de reforços… na sala de pesquisas n°18! Ve– venham rápido!"

Depois de falar isso, ele olhou pela primeira vez ao meu rosto.

"Droga…"

"O– O quê, um garoto?" Por que você… está fazendo… isso?"

"..."

Eu não o respondo, tentando pensar em algo para conseguir escapar daqui antes que seja tarde demais.

"N– Não vou deixar que você saia ileso… disso!", ele me diz.

Eu tiro a minha faca do seu braço, fazendo com que ele começasse a sangrar bastante.

"Argh!", começa a gritar depois de eu ter feito isso.

Ele não parece ter muita experiência com lutas, então eu posso ter alguma chance de vencê-lo.

O homem se afasta de mim dando um salto para trás, mas ainda com muita dor, ele não desiste.

"Pode… atacar primeiro…", ele murmurou com pouca força restante.

Tiro meu óculos e corro em sua direção, usando minha faca para impedir o seu soco que estava vindo em direção à minha barriga.

"Isso foi perto…"

Em seguida, cortei uma parte da perna dele com uma faca e o desequilibrei.

"Você… está correndo… contra o tempo, garoto, eu sei que… já sabe disso."

Ele me agarra com força e me lança ao chão para causar uma dor muito forte.

Meus pulmões, cheios de ar, sofreram muito com o impacto, e minha visão começou a ficar ainda mais borrada.

Eu vou desmaiar novamente? Quantas vezes isso já aconteceu comigo apenas nessas últimas semanas?

Começo a tossir incansavelmente.

Preciso acabar com ele e sair daqui antes que mais algo aconteça comigo.

"E aí vai fazer o quê, hein?", diz o cientista, se levantando enquanto eu não conseguia fazer o mesmo.

Está ficando difícil respirar, o impacto aos pulmões realmente é algo que me prejudicará no resto dessa luta.

"N– não posso morrer aqui, preciso voltar, pela… minha irmã, e pelos meus… pais," eu falei com dificuldade.

Consigo usar meu braço como apoio para me levantar, mas minha incerteza sobre o vitorioso deste combate aumentou.

O homem veio a me chutar, mirando mais uma vez na minha barriga. Mas, inesperadamente para ele, peguei sua perna e usei minha faca para cortá-lo novamente, só que desta vez, foi um corte mais profundo.

"Droga… Droga!", ele grita de dor.

Continuei minha sequência indo atrás de seu corpo e fazendo um mata-leão, o impedindo de respirar.

"Me diz… por que, uma pessoa como você… está agindo… desse jeito?"

"Patético," eu o respondo.

Eu desfiz meu mata-leão para dar uma última série de facadas com minha mão esquerda, e o esfaqueei diversas vezes sua perna, o deixando inabilitado de andar novamente.

Com o sangue todo dele sendo despejado, o cientista para de me atacar, e finalmente, desmaia. 

"Suspiro…"

Provavelmente não o matei, mas ele não vai conseguir relatar nada por um bom tempo.

Ele bateu muito forte no chão quando caiu, me deixando sozinho nesse lugar até que as autoridades chegassem.

"Agora… tenho que encontrar um jeito… de sair daqui…", eu falei, me sentindo dolorido depois da batalha.

Fui andando até as escadas com as últimas forças que tive, enquanto ouvia mais barulhos de passos se aproximando.

"Droga, eles… já estão aqui."

Subi pelas escadas e consegui sair do porão mais uma vez. Agora preciso apenas me afastar da escola e chegar em casa, e então estarei seguro.

Eu estou tão cansado, talvez eu durma logo depois de chegar.

Preciso chegar lá logo de qualquer jeito, minha irmã pode muito bem acordar e me perguntar por onde eu estive.

Minhas roupas nem meu corpo estão em seu melhor estado, então preciso evitar contato com ela antes que minha irmã pense que estou envolvido em brigas de gangues escolares.

Agora já devo ter informações o suficiente para conseguir pesquisar sobre o incêndio na internet.

Fiz uma ótima escolha em ir até lá, isso pode ter me ajudado bastante a aprimorar a minha análise.

Chegando em casa por volta das 11 da manhã, rapidamente peguei o computador que era da minha mãe enquanto a minha irmã ainda estava dormindo.

Bocejei e suspirei sabendo que fazer essa pesquisa certamente demandaria mais energia do que realmente tenho.

Coloco o computador na mesa do meu quarto enquanto trocava de roupa. Mesmo depois de ligar, eu fui dormir mais um pouco na minha cama, antes de querer usá-lo.

Depois de dormir um pouco, fui acordado por mais um pesadelo—não, minha irmã me acordou, reclamando que eu estava dormindo até demais, mesmo sendo este um sábado.

Pelo menos não estou tão mal agora, já que antes estava prestes a perder a consciência por um tempo.

Agora, com todas as pistas e dicas recebidas, vou conseguir usar o computador para descobrir mais sobre aquele porão. 

"Me chamo Kenji Hayashi, prazer em conhecê-lo."

Primeiramente, seria interessante pesquisar mais sobre aquele homem que lutou comigo. Talvez haja alguma informação na internet.

Fui até a aba de pesquisa e coloquei seu nome, Kenji Hayashi. Nas primeiras páginas, nenhuma pessoa mencionada parecia estar relacionada a ele.

"Ele deve estar por aqui em algum lugar," murmurei, com esperança de que conseguiria encontrá-lo.

"Suspiro…"

Melhor procurar em outro website, estou perdendo muito tempo aqui. Isso é extremamente monótono, como se eu soubesse que demoraria muito para finalmente encontrá-lo, se é que existam suas informações online.

Desistir é uma opção agora, posso estar tão perto de desvendar tudo que desencadeou o incêndio, mas minhas esperanças estão se esgotando.

Depois de muito esforço, finalmente encontrei algo que pudesse me ajudar.

Pensei em pesquisar não só o nome dele, mas também de uma pessoa chamada Tatsuo, que deve estar relacionada ao cientista.

"Kenji Hayashi…"

Desci o cursor do meu mouse de pouco a pouco, tentando encontrar o seu nome. 

"Aqui está," eu digo. Tiro o suor da minha testa e ajeito minha posição na cadeira.

Embaixo de seu nome, encontrei alguns dados importantes, como sua idade e data de nascimento, parentesco e outros.

"Hmm, tem mais uma coisa aqui," eu falo, encarando seu perfil.

Essa informação me intrigou muito, e deve ser a mais útil para mim no futuro.

Como isso pode ser possível, então ele é…

'Ocupação: Funcionário público.'

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