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CAINDO NA ESTRADA

 A estrada serpenteava entre colinas e vales, revelando paisagens encantadoras enquanto ele se aproximava de Pouso Alegre, a próxima parada em sua jornada.

À medida que as luzes da cidade se aproximavam, uma mistura de excitação e curiosidade invadiu o ambiente do carro. Pouso Alegre aguardava com suas ruas movimentadas e atmosfera acolhedora, oferecendo uma pausa para a viagem antes de seguir adiante.

A música no rádio criava uma trilha sonora perfeita para a cena, envolvendo o viajante em uma atmosfera de contemplação enquanto ele se deixava levar pela estrada iluminada pelos faróis do carro.

Enquanto se aproximava de Pouso Alegre, um sorriso se desenhou em seu rosto, antecipando as descobertas que aguardavam nesta nova parada em sua jornada, pronto para explorar mais um pedaço desse encantador interior mineiro.

O ar da noite envolvia a rua, e Edilson sentia o frescor suave enquanto se sentava na calçada em frente à sua casa. Ao seu redor, risadas suaves e murmúrios de conversas preenchiam o ar, vindos dos grupos de amigos que passeavam pela rua, cada um acompanhado por suas namoradas ou namorados.

Edilson observava-os de longe, uma sensação de vazio e solidão crescendo em seu peito à medida que via a cumplicidade entre eles. Enquanto olhava para o céu estrelado, um suspiro escapou de seus lábios. As estrelas cintilavam, cada uma parecendo uma lembrança distante de sonhos não realizados e desejos não alcançados.

Uma lágrima solitária deslizou por sua bochecha enquanto a sensação de isolamento se tornava avassaladora. Ele não podia deixar de se sentir deslocado naquele cenário, onde todos pareciam encontrar conforto e felicidade nos braços de alguém especial.

Não suportando mais a dor que apertava seu peito, Edilson levantou-se abruptamente da calçada e correu de volta para dentro de casa, buscando refúgio na solidão de seu próprio espaço. Seu coração pesava, e o silêncio do ambiente familiar só amplificava o vazio que ele sentia naquele momento.

Sentado no escuro, com lágrimas silenciosas molhando seu rosto, Edilson enfrentava uma batalha interna entre a tristeza e a esperança. Era difícil não se perguntar por que ele parecia ser o único sem alguém para compartilhar esses momentos.

Entre soluços contidos, ele lutava para encontrar conforto, tentando afastar a sensação de inadequação que o assolava naquela noite solitária. A dor no peito era intensa, mas havia uma determinação silenciosa em seu olhar, uma vontade de encontrar seu próprio caminho para a felicidade.

Com um suspiro profundo e um esforço para secar as lágrimas, Edilson tentou reunir forças para enfrentar o sentimento de solidão que o consumia, sabendo que essa era apenas uma das muitas noites que ainda viriam.

O sol começava a se pôr quando o novo morador, ansioso e cheio de expectativas, pegou a estrada rumo à sua nova casa. A estrada serpenteava pelas colinas, oferecendo uma visão pitoresca das paisagens ao redor. De repente, um solavanco o fez perder o controle do volante, e o carro parou com um solavanco na beira da estrada.

Ele saiu, verificando se estava tudo bem, aliviado por não haver nenhum dano. Com um suspiro de alívio, voltou ao volante e seguiu em frente. Logo avistou a placa que indicava São Sebastião da Bela Vista, uma cidade pitoresca com casas coloridas à beira da estrada.

A rodovia se estendia à sua frente, levando-o por uma jornada que ele mal podia esperar para explorar. Parou em um posto de gasolina para reabastecer o carro, aproveitando para esticar as pernas e sentir a brisa fresca da noite.

O próximo ponto de referência foi a praça de pedágio em São Gonçalo do Sapucaí. Enquanto pagava a tarifa, observou as luzes que começavam a se acender ao seu redor, dando à estrada uma atmosfera mágica.

Continuou sua jornada, passando por Palmital, uma cidade pequena e acolhedora com suas luzes noturnas piscando timidamente. Logo após, avistou os letreiros que anunciavam Três Corações, evocando memórias de histórias famosas associadas ao lugar.

A estrada à frente se estendia como uma fita negra, e o novo morador sentia a empolgação de uma nova vida se aproximando. Cada cidade, cada parada, trazia consigo uma promessa de novas experiências e aventuras que o aguardavam em seu novo lar. Com o coração cheio de expectativas, ele continuou a viagem, ansioso para desvendar todos os segredos e descobertas que estavam por vir.

A estrada continuava sua sinuosa rota pelo interior, levando o novo morador por uma série de cidades encantadoras. Ao passar por Carmo da Cachoeira, ele se viu rodeado por uma atmosfera tranquila e serena, com vistas pitorescas que o deixaram maravilhado.

Sentindo a fome bater, avistou o Graal à beira da estrada e decidiu fazer uma parada rápida. Entrou no estabelecimento, cumprimentado pelo aroma tentador de comida fresca. Pediu algo para comer e, enquanto saboreava sua refeição, observava o movimento ao redor, as pessoas indo e vindo, cada uma com sua própria história a contar.

Logo depois, seguiu em frente, passando por Perdões, uma cidade com uma energia acolhedora e, em seguida, por Oliveira, onde a paisagem rural se estendia até onde os olhos podiam ver, exibindo uma beleza natural encantadora.

A jornada continuava, levando-o através de Carmópolis de Minas, onde a arquitetura local e o ritmo tranquilo da cidade o fizeram apreciar cada momento da viagem.

A próxima parada foi em Itaguara-MG, onde a paisagem começava a mudar gradualmente, revelando novas nuances do cenário ao seu redor.

Cada cidade deixava sua própria marca na memória do morador, com suas peculiaridades e encantos distintos. A estrada era como um livro aberto, apresentando capítulos diferentes a cada parada, e ele se sentia cada vez mais próximo de seu novo lar, ansioso para descobrir o que mais o aguardava no caminho à frente.

Edilson, após um longo dia na estrada, finalmente se acomoda para dormir em sua nova casa. À medida que se deita na cama, lembranças dolorosas invadem sua mente, e lágrimas silenciosas deslizam por suas bochechas enquanto o peso da solidão parece esmagá-lo.

Ele se cobre com a coberta e, lentamente, mergulha no mundo dos sonhos. Lá, em um cenário etéreo, ele se vê conhecendo seu novo vizinho. Uma figura indefinida surge, envolta em luz e sorrisos calorosos. À medida que se aproximam, Edilson sente seu coração acelerar, uma sensação estranha de conexão imediata. 

No sonho, os dois se abraçam, um gesto que transmite uma sensação reconfortante de pertencimento. Há um instante onde o olhar se encontra, e a proximidade dos lábios indica um possível beijo, mas antes que isso aconteça, Edilson sente os raios matinais do sol incidindo em seu rosto.

Ele desperta, lentamente voltando à realidade da nova casa. Um sorriso suave brinca em seus lábios ao perceber que o sonho o deixou ansioso pela revelação de quem seria o seu vizinho. Era como se o sonho tivesse plantado uma semente de esperança e expectativa em seu coração.

A luz da manhã filtrava-se pelas cortinas, iluminando o quarto e trazendo consigo a promessa de um novo começo. Edilson se levanta da cama, com uma sensação de curiosidade e emoção pairando no ar. Ele sabia que em breve descobriria quem estava do outro lado da parede, quem seria o vizinho que poderia mudar o curso de sua jornada e preencher um pouco do vazio que ele sentia.

Com determinação renovada e um leve sorriso no rosto, Edilson se prepara para descobrir quem poderia ser essa pessoa especial que, de certa forma, já habitava seus sonhos.

Edilson desperta com determinação naquela manhã, sentindo a energia renovada após o sonho inspirador da noite anterior. Ele se levanta da cama com um misto de ansiedade e curiosidade, pronto para enfrentar o dia. Com passos calmos, ele se dirige ao banheiro, a luz do amanhecer filtrando-se pelas janelas e iluminando seu caminho.

Enquanto ele se ocupa no banheiro, deixando a água correr para refrescar o rosto, a cama fica desarrumada. Os lençóis e cobertores que antes o envolviam em conforto agora estão amontoados de maneira desordenada, como se tivessem testemunhado sua agitação na noite anterior.

Edilson, distraído pelos pensamentos sobre o novo vizinho, não percebe imediatamente a bagunça que deixou para trás. Seu foco está na expectativa do que o novo dia trará, especialmente quando se trata de descobrir quem está do outro lado da parede, esperando para fazer parte de sua vida.

Com um suspiro de excitação e uma sensação de leveza no coração, Edilson deixa o banheiro, pronto para enfrentar o mistério e as surpresas que aguardam. Ele olha para a cama desarrumada por um momento, mas decide deixar para arrumar mais tarde. No momento, sua mente está repleta de antecipação pelo que o dia reserva e pela possibilidade de finalmente conhecer seu novo vizinho.

O novo morador seguia pela estrada, seu carro deslizando suavemente pelas curvas sinuosas. À medida que se aproximava de Igarapé-MG, uma cidade acolhedora à beira da estrada, ele sentia uma mistura de emoções, um misto de expectativa e um certo nervosismo diante do novo capítulo de sua vida que estava prestes a começar.

Ao passar por Igarapé, ele observava as paisagens locais, os detalhes encantadores da cidade que pareciam convidá-lo a explorar mais tarde. Logo em seguida, o carro continuou sua jornada em direção a Betim, uma cidade um pouco mais movimentada e conhecida por suas indústrias e comércio.

A mãe do novo morador, sentada ao seu lado, quebrou o silêncio que preenchia o interior do carro. Com um tom de curiosidade e uma pitada de preocupação, ela perguntou se ele não teria se perdido, pois Betim não parecia ser o destino esperado.

Entretanto, o morador, com serenidade e confiança, respondeu que não havia errado o caminho. Explicou que sua decisão de comprar a casa na região foi baseada em algo mais profundo do que simplesmente seguir instruções de um GPS. Com um sorriso sereno, ele explicou que conheceu alguém especial pela internet, alguém cuja conexão parecia transcender as fronteiras físicas.

Foi através dessa conexão que ele ficou sabendo da casa à venda, um lugar que parecia perfeito para começar uma nova fase de sua vida. E mesmo que o destino parecesse fora do comum, para ele, seguir o coração era mais importante do que seguir as convenções habituais.

A mãe, inicialmente surpresa com a revelação, sorriu ao perceber a determinação e a convicção do filho. Ela compreendeu que, às vezes, as escolhas mais significativas são aquelas guiadas pelo coração e pela intuição.

Enquanto o carro avançava pelas ruas de Betim, o morador sentiu uma sensação de calma e certeza interior. Ele estava confiante de que aquele caminho, mesmo que inesperado para alguns, o levaria exatamente onde ele precisava estar - rumo a um novo começo, cheio de possibilidades e esperança.

Edilson caminhava pelas ruas estreitas e movimentadas do seu bairro, onde cada esquina guardava uma história. Seus passos firmes e determinados o levavam à pequena mercearia de Dona Maria, um ponto de encontro habitual para os moradores daquela comunidade calorosa.

Ao entrar na mercearia, o sino na porta anunciou sua chegada, e um sorriso se desenhou no rosto acolhedor de Dona Maria.

"Bom dia, Edilson! O que traz você por aqui hoje?", indagou a senhora, com sua voz doce e acolhedora.

"Bom dia, Dona Maria! Vim buscar meio quilo de carne moída para o almoço. Minha mãe vai preparar algo especial hoje", respondeu Edilson, com um brilho nos olhos.

Enquanto Dona Maria pesava a carne, Edilson observava os produtos nas prateleiras, sentindo a energia calorosa da mercearia e ouvindo as conversas animadas dos moradores que também faziam suas compras.

"Está tudo movimentado por aqui hoje", comentou Edilson, demonstrando sua observação atenta.

"Sim, sim! Todos estão se preparando para o feriado. É uma época especial para reunir a família e saborear bons pratos", respondeu Dona Maria, entregando o pacote cuidadosamente embalado.

Com um agradecimento caloroso, Edilson partiu da mercearia, percorrendo as ruas conhecidas do seu bairro. Cada passo era uma lembrança, um aceno para os vizinhos e um acolhimento para as crianças que brincavam despreocupadas.

"Mal posso esperar para ver o sorriso da minha mãe quando eu chegar com essa carne fresca", murmurou Edilson para si mesmo, sentindo a antecipação do momento.

Ao alcançar sua casa, o cheiro sedutor das especiarias invadiu o ar. Sua mãe, com um floral avental, preparou os demais ingredientes com esmero na cozinha.

"Mãe, olha só o que trouxe da mercearia!", anunciou Edilson, com um sorriso radiante.

Os olhos da mãe brilharam ao receber o pacote de carne fresca, e um agradecimento sincero escapou de seus lábios enquanto iniciava os preparativos para o almoço.

"É um almoço especial mesmo, filho. Obrigada por sempre cuidar tão bem de nós", disse a mãe, transmitindo um carinho profundo.

E assim, entre risos, histórias compartilhadas e aromas tentadores, mãe e filho prepararam juntos um banquete de sabores familiares e amorosos, onde cada ingrediente carregava consigo não apenas o sabor, mas a história e a união daquela atmosfera especial.

O almoço não era apenas uma refeição; era um elo entre passado e presente, entre laços familiares e a alma da comunidade que, através de cada prato, nutria não só o corpo, mas também o coração dos seus habitantes.

Edilson adentrou seu quarto, um refúgio silencioso onde os sentimentos muitas vezes encontravam espaço para se manifestarem. A atmosfera estava impregnada de uma tensão emocional, visível nos olhos marejados do jovem enquanto se dirigia à mesa ao lado da cama, onde repousava seu telefone, um portal para um mundo de conexões e emoções.

Com dedos trêmulos, ele deslizou pela tela do aparelho, iniciando uma mensagem que parecia carregar consigo um peso especial.

 "Oi... Eu queria dizer que..." digitando para quem estava do outro lado. 

Antes que conseguisse concluir, a vulnerabilidade emocional que já habitava seus olhos transbordou em lágrimas. Um olhar se fixou na foto que iluminava a tela do celular, um retrato virtual de alguém que havia se tornado significativo através das trocas digitais. A imagem era um lembrete constante de algo precioso e ao mesmo tempo distante.

Um som familiar ecoou no quarto, quebrando a melancolia: a notificação de uma nova mensagem. Edilson, com o coração acelerado, voltou a atenção para a tela e se deparou com as palavras que tanto ansiava ler:

"Mensagem: 'Eu chego mais tarde, a gente se vê aí.'"

O impacto das palavras foi instantâneo. Uma onda de emoção varreu o desânimo que pairava sobre ele. Seus olhos se arregalaram e, de repente, um sorriso genuíno iluminou seu rosto. Era como se uma injeção de euforia e tivesse a intenção de ter tomado conta dele, uma sensação poderosa quanto ver algo tão extraordinário quanto um parapente em voo livre.

 "Uau... Isso é incrível." sussurrou para si mesmo

A euforia o envolve completamente, dissipando a tristeza que antes o consumia. Ele guardou o telefone com cuidado, sua postura agora cheia de expectativas renovadas, e saiu do quarto com um ânimo renovador, a ansiedade aumentou pela esperança, pronto para o encontro que se aproxima, ansioso para vivenciar a realidade por trás das mensagens que tanto o sonhei.

O sol poente tingia o céu de toneladas douradas enquanto o carro do novo morador cortava as ruas movimentadas de Belo Horizonte. 

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