Leon
Nem acredito que passaram alguns dias desde que finalmente nos encontramos tanto emocional quanto sexualmente. Agora estávamos aqui, todos reunidos na minha casa, com minha mãe, Melinda, que estava aqui depois de ter puxado a minha orelha por não ter entrado em contato com ela e a deixado tão preocupada, que acabou ligando para a Vanessa e perguntando sobre mim.
— O que você pensa tanto? — ouço a voz da minha rainha chegando e me abraçando.
— Estava pensando em nós.
— Espero que esses pensamentos sejam muito bons.
— Ah, sim, muito.
— Nem acredito que você resolveu fazer um belo almoço aqui e convidar a todos.
— Sim, eu queria que todos estivessem aqui, porque estou planejando algo para hoje.
— E você não vai me contar?
— Ainda não, minha rainha, ainda não! — falo, rindo dela, e a beijo. Os nossos beijos eram sempre explosivos, e Deus, eu estava a ponto de tirá-la dali, levá-la direto para o nosso quarto e fazê-la minha novamente.
— Ei… — ouço a voz da minha mãe nos chamando, e paramos de nos beijar. Ela ficou encantada de conhecer a Duda, e vice-versa, tanto é que as duas ficaram amigas inseparáveis.
— Mãe, algum problema?
— A Olívia disse que já vai servir a sobremesa.
— Ah, sim, já vamos, Melinda — minha rainha fala.
— Eu espero vocês lá, então — minha mãe nos deixa sozinhos novamente. Minha rainha volta a me beijar, e me entrego aos seus beijos. Sinceramente, não via a hora de ficarmos sozinhos e podermos curtir tudo outra vez.
— Leon… — minha rainha sussurra, quando paro de beijá-la.
— Sim…
— Temos que ir encontrar a nossa família — ela avisa, e tem razão, precisávamos ir, por mais que eu não quisesse.
— Eu sei, só que eu gostaria de ficar aqui mais um pouco.
— Depois nós ficamos juntos, assim que todos forem embora.
— Posso mandar todos embora, então? — brinco, e ela ri.
— Nem pensar, para de querer ficar só comigo — ela reclama, brincando. Sei que era mentira, mas bastava um pedido e mandaria todos embora.
— Sim, eu só quero ficar com você em nosso quarto e em nossa cama, nós dois enrolados num edredom e nos amando lentamente — falo, bem sedutoramente, sabendo que bastava um simples toque para fazê-la cair em meus braços.
— Nem vem, Leon! — ela diz, distanciando-se de mim.
— O quê?! Eu não fiz nada.
— Eu sei o que estava pensando.
— E o que estava pensando?
— Sei que está querendo fazer amor comigo.
— Não quero, não! — declaro, dando de ombros, mentindo na maior cara de pau.
— Ah, então, já que estou enganada, você não vai querer saber o que vou usar hoje à noite, quando formos para a cama, né? — ela provoca.
— Minha rainha, estou brincando.
— Não senhor, você disse que não quer fazer amor comigo, então hoje vou dormir na minha casa e você aqui! — ela volta a provocar, sai e me deixa ali sozinho. Chamo por ela, que não estava nem aí.
— Minha rainha, estava brincando, amor, é claro que eu estava pensando em fazer amor com você. Sempre! — ela pisca o olho para mim e diz:
— Eu te conheço melhor do que pensa — me deixa ali sozinho e volta para nossa reunião em família.
Saio do hall de entrada e sigo para a sala de jantar, onde todos estavam reunidos. Ao me verem, começam as gracinhas, e dou risada. Ali se encontram a minha rainha, a minha mãe, a Vanessa e o namorado Lucas e a Olívia, minha empregada.
Faço sinal para a Olívia, que vai até a cozinha e retorna com champanhe e taças, colocando a bandeja em cima da mesa. Ouço a Vanessa perguntar:
— Qual é a ocasião?
— Você é muito curiosa, não? — provoco-a, recebendo um olhar mortal dela, e dou risada. Olho para o seu namorado e falo: — Meu amigo, é melhor você controlar essa sua namorada aí.
— Não enche, Leon! — ela mostra a língua, e acho graça.
— Bom, já que todos se dispuseram a vir aqui em nossa casa… — deixo claro que a minha rainha já fazia parte.
— Sim, mas nós não viemos por você, e sim pela comida que a Olívia prepara — a Vanessa ironiza, e ouço a minha rainha rir.
— E eu achando que era por minha causa!
— Não mesmo!
— Crianças… — minha mãe nos chama a atenção.
— Continuando… — vou servindo champanhe nas taças e falo: — Peço a todos que levantem as suas taças. Em primeiro lugar, quero agradecer a vocês por terem vindo.
— De nada! — todos falam, e dou risada da cara de pau deles.
— Em segundo lugar, quero comemorar que o filho da puta do Pedro finalmente vai ser julgado em júri popular e vai ser condenado em breve.
— Graças a Deus! — a Vanessa grita.
— Em terceiro lugar, a minha rainha está muito bem e em breve estará terminando o seu tratamento com a psicóloga. E em quarto lugar, eu quero dizer que finalmente a Laura, com ordem do juiz, fez o teste de gravidez e deu, é claro, negativo.
— Aeeeeee! — ouço o grito, e continuo:
— E, por último, quero pedir a você, Vanessa Sanches, que me dê a mão de sua irmã em noivado, e depois, é claro, em casamento — vejo o olhar de surpresa da Vanessa e logo seus olhos se enchem de lágrimas. Olho para a minha linda rainha, que me olha chocada.
— Leon, o que você acabou de falar? — ela pergunta, e tiro a caixinha com os anéis de noivado, na cor ouro, com três pedras de diamantes.
Ajoelho-me no chão e abro a caixinha de alianças, pego uma e falo:
— Minha linda rainha, aceita ser a minha eterna noiva e muito em breve a minha esposa para todo o sempre? — olho para ela ansioso, e vejo que seus olhos já estão em lágrimas. Eu estava a ponto de perguntar novamente, quando ela finalmente responde, emocionada:
— Sim, eu aceito ser sua noiva e também aceito ser a sua esposa em breve.
Levanto-me, pego a sua mão, coloco a aliança e beijo-a. Ela faz o mesmo com a minha mão, coloca a aliança e beija da mesma forma que eu tinha feito.
Puxo-a para os meus braços e a beijo lentamente, e assim selamos o nosso amor. Depois que nos beijamos, ouvimos um grito de vivas e nos separamos, para receber os cumprimentos de todos. Assim foi o nosso dia, muito especial. Vendo a minha linda noiva sorrindo tão feliz, jurei que eu faria de tudo para que ninguém a fizesse mais sofrer.
Maria Eduarda
Alguns dias depois…
Eu não me canso de olhar para essa aliança e vê-la em meu dedo. Parece que foi ontem que o meu príncipe me fez o pedido, e meu coração parecia que iria explodir com tanta emoção.
— Ora, ora, quem eu encontro finalmente — ouço a voz da Laura, a "ex-foda" do meu homem.
— O que você está fazendo aqui, Laura? — pergunto, ao vê-la ali sentada. Olho para ela parada bem na minha frente, quando estava saindo da minha última sessão com a doutora Bastos.
— Eu gostaria de ver mesmo a sua cara de menininha sem-vergonha que rouba namorados de outras pessoas — ela diz, brava, e saca um revólver. Fico parada ali, com medo dela.
— Abaixa essa arma, Laura! — peço, com receio, e vejo que as pessoas começam a fugir dali.
— Você é uma vadiazinha, que se acha a tal só porque está transando com o meu homem — ela grita, e vejo como está descontrolada.
— Laura, eu te peço, abaixe essa arma, senão vamos nos machucar!
— Você tem que morrer! — ela passa a arma pelo rosto. Seus olhos mostram muito ódio por mim.
— Não precisa disso, Laura.
— Você é uma puta, roubou o meu homem, o pai do meu filho! — ela coloca a mão na barriga.
— Laura, me ouve, você não está grávida! — lembro-a, e ela me olha zangada e volta a apontar a arma para mim. E, droga, como eu gostaria que a polícia estivesse ali, bem na minha frente, pegando essa louca.
E meu alívio é tão grande ao ver que a polícia estava chegando, que cheguei a ter uma leve tontura e tenho que me segurar em um carro para não cair. Droga, o Leon vai me esganar ao perceber que eu não tinha comido quase nada.
— Abaixe essa arma, Laura! — ouço a voz do Leon e fico surpresa por vê-lo ali.
— Leon, o que você está fazendo aqui?
— Eu vim te encontrar para comemorarmos — ele fica chocado ao ver o estado da Laura, era como se não a estivesse reconhecendo.
— Ah, então você veio buscar a sua putinha, seu pai desnaturado? — ela grita, agora apontando a arma para o Leon, e temo por ele.
— Laura, por favor, larga essa arma, vamos conversar — Leon pede.
— "Por favor"? Você, implorando para mim? — ela ri. — Lembra que eu te falei que faria a sua vida um inferno? Eu quero que você sofra tanto, que vai me pedir para acabar com a sua vida! — ela me ameaça e aperta o gatilho. O Leon se joga em minha frente.
— Leon! — grito, ao vê-lo caído no chão todo ensanguentado.
— Eu não queria atirar em você, meu amor! — Laura balbucia, chorando.
— Não chega perto dele, sua louca! — grito, ao ver que ela estava vindo em nossa direção.
— Era para você ter morrido, sua vadia!
— Você vai pagar caro por ter atirado no Leon — aviso. Coloco a cabeça do Leon em meu colo e tento parar o sangue. — Por favor, Leon, não me deixe!
— Eu te amo tanto, minha rainha! — ele sussurra, e coloco os meus dedos em sua boca, silenciando-o:
— Fica tranquilo, meu príncipe, logo você vai ficar bom.
Ele já estava fechando os olhos, mas dou graças a Deus ao ver o carro de ambulância.
— Por favor, Leon, fique acordado, por mim!
— Você sempre foi e sempre será a minha eterna rainha! — ele diz, e fecha os olhos.
— Nãoooooooo… — choro e fico abraçando-o. Os paramédicos vêm até o meu lado e o tiram dos meus braços.
— Por favor, senhora! — o paramédico pede, ao ver que eu estava segurando o meu Leon e não queria que ele me deixasse.
— Por favor, salve a vida dele!
— Vamos fazer de tudo para ajudá-lo a sair dessa!
Ele o leva correndo junto com os outros paramédicos, e fico sem saber como agir. Procuro a Laura e vejo-a com a arma apontada para sua cabeça. Estava calada, como se estivesse em transe. Depois balbucia coisas desconexas.
— Me perdoa, Leon! — vejo os policiais chegando e a levando presa. O que eu mais queria era vê-la atrás das grades.
— Senhora, vai na ambulância? — um dos socorristas pede, e aceno com a cabeça que sim, entrando. Vê-lo ali com a máscara de oxigênio me deixou muito assustada. Estavam tentando estancar o sangue. Olho para ele e começo a rezar, pedindo a Deus para salvá-lo.