Uma jornada que mudou o mundo.

[Londres, Inglaterra, Reino Unido]

Numa fria noite de sexta-feira, um rapaz de dezessete anos caminhava pela calçada em direção a um restaurante próximo. Seu nome era Archer, mas ele preferia ser chamado de Arch. Apesar do frio, ele estava animado por estar saindo, pois sua amiga de infância Alexa havia aceitado sair com ele.

Empolgado, ele havia esquecido da sua sessão de treinamento mais cedo naquele dia. Seu instrutor o estava ensinando a manusear um kopis grego para construir força e se preparar para as próximas demonstrações nas quais estavam programados para participar.

As ruas estavam movimentadas com pessoas a caminho de diversas festas, contribuindo para a atmosfera animada da noite. Archer ouviu seu telefone tocar, então ele o tirou do bolso e atendeu. "Alô?"

A voz de Alexa se fez ouvir através do telefone. "Arch, onde você está? Eu já estou aqui."

"Estou a caminho, mas não consegui encontrar um ônibus ou táxi, então tive que ir a pé." Ele respondeu.

"Ah, tudo bem então. Sem pressa, eu já estou aqui. Te vejo em breve." Alexa disse antes de desligar.

Archer guardou o telefone no bolso e continuou andando. De repente, um sinal de notificação soou, e ele pegou o telefone para checar.

Era uma mensagem de sua mãe, Michelle. [Tenha cuidado quando estiver fora]

Ele riu da natureza ansiosa de sua mãe e respondeu. [Tudo bem, Mamãe, ficarei bem. Falamos em breve]

Ele colocou o telefone de volta no bolso do casaco, mas não estava prestando atenção e esbarrou em alguém. Um grito súbito perfurou o ar.

"Meu Deus, olha por onde anda, idiota!" O coração de Archer acelerou ao se virar para encarar a fonte da voz.

"Desculpa, eu não te vi ali. Com licença," ele gaguejou, tentando passar pela garota.

Mas um homem corpulento, que se parecia com um gorila, parou à sua frente. Archer olhou para cima e revirou os olhos. "O que você quer? Eu já pedi desculpas a ela," disse ele.

O homem não se moveu, mas falou com uma voz arrogante. "Você esbarrou na minha garota, cara. É melhor ficar de olhos abertos quando estiver andando pela rua em uma sexta à noite."

Archer não podia acreditar no que estava ouvindo. "Foi um acidente. Por que você está reclamando?" ele retrucou, esperando razoar com o homem.

O homem franziu a testa às palavras de Archer e se mostrou hostil. "Ei, garoto, cuidado com a língua. Ela pode te meter em problemas um dia," o homem avisou.

Ele assentiu, não querendo mais perder tempo discutindo com o homem.

"Beleza," ele disse, tentando se afastar e passar pelo homem gorila e sua dama gorila, mas o homem se moveu em seu caminho.

Contudo, Archer desvia do homem e continua andando. "Garoto, estou falando com você! Aonde pensa que está indo?!" o gorila gritou, claramente irritado.

Archer se virou ao ouvir os gritos e mostrou o dedo do meio para o homem gorila. "Ah, vai se foder!" ele retrucou antes de finalmente se afastar.

Após dez minutos de caminhada, Archer finalmente chega ao restaurante onde deveria encontrar Alexa. Ele entra e começa a olhar pelo salão. Não demora muito para avistá-la sentada em uma mesa no canto de trás, esperando pacientemente por ele.

Ao se aproximar, não pôde deixar de admirar sua beleza. Seu cabelo era de um impressionante tom de azul marinho, cortado curto como ela sempre teve. Mas foram seus olhos que chamaram sua atenção. Eles eram de um verde marcante que mudava de cor com a luz.

Encaixados em um rosto em formato de coração que não era nada menos que belo, Alexa ainda era deslumbrantemente bonita. Ele a adorava desde o dia em que se conheceram anos atrás. Archer se aproximou da mesa.

Ela o cumprimentou com um sorriso e um aceno, convidando-o a se juntar. "Vem pra cá, Arch! Estou morrendo de fome e pronta para pedir."

Ele se sentou e olhou o cardápio enquanto conversavam. Após um tempo, o garçom chegou para anotar os pedidos e logo as refeições chegaram. Enquanto comiam, continuaram a conversar. "Como está indo a sua aula de história?" ela perguntou.

"Está indo bem. Estamos aprendendo sobre os fundamentos da espada curta Kopis para entender melhor os Gregos e nos sair bem nas nossas recriações. Acho que meu professor gosta demais de interpretar," Archer riu.

Alexa riu em resposta. "Só você mesmo para acabar preso em uma aula dessas!"

Ele sorriu e balançou a cabeça, respondendo, "Não estou preso. Na verdade, eu gosto de aprender sobre história. E a melhor parte é que também aprendi a manejar uma espada curta."

Os dois riram enquanto terminavam a refeição e pagavam antes de se prepararem para sair. Archer notou que o restaurante estava surpreendentemente quieto para uma sexta-feira à noite, quando normalmente está cheio de clientes bêbados e casais.

Ao saírem, agradeceram ao garçom e outros funcionários. Quando eles chegaram lá fora, Alexa segurou a mão de Archer enquanto começavam a caminhar rua abaixo, sem saber que um jovem os seguia.

Caminharam ao lado do rio, admirando os barcos que subiam e desciam enquanto as luzes de um prédio próximo se refletiam na água. Archer viu muitos casais de mãos dadas enquanto caminhavam pela beira da água, e foi quando ele ouviu Alexa falar.

"Então, Arch, você falou sério mais cedo? Que gosta de mim e quer explorar um relacionamento comigo?"

Ele sentiu os nervos à flor da pele com a pergunta dela, mas respondeu honestamente mesmo assim. "Eu realmente gosto muito de você, Alexa,"

Archer sorriu antes de continuar. "Estou tão feliz que você aceitou sair comigo."

O sorriso radiante dela se iluminou enquanto ela respondia, "Eu sinto o mesmo. Vamos sem pressa e descobrir para onde nossa jornada nos leva."

Archer assentiu ansioso enquanto falava. "Sem pressa!"

De repente, ela se inclinou e beijou sua bochecha, deixando-o atônito, e ele começou a corar.

"Isso foi por quê?" ele perguntou, ainda tocando a bochecha.

Ela riu travessamente. "Eu só queria que você parasse de falar tão rápido."

Uma vez que Archer percebeu como estava agindo, ele começou a rir. "Ok, justo. Eu estava apenas empolgado."

Eles riram enquanto continuavam caminhando ao longo do rio. A temperatura caiu, e Archer decidiu levar Alexa para casa. Mal sabiam eles que estavam sendo seguidos por alguém que não queriam ver ou ouvir.

Eles cresceram juntos e sempre foram próximos, mas essa noite de inverno mudaria tudo. Esse alguém desprezava o amor nascente deles e estava determinado a destruí-lo. Enquanto caminhavam de mãos dadas, o homem que os observava se aproximava.

De repente, Archer teve um pressentimento e rapidamente se virou para ver um jovem sacando uma faca e se preparando para esfaquear Alexa com um olhar de loucura no rosto. Sem hesitar, ele a empurrou para fora de perigo enquanto o homem avançava e investia contra ela, recebendo a faca profundamente em seu peito.

"Arghh," ele sentiu uma dor cortante se espalhar por seu peito.

A noite reverberou com o som assustador da lâmina rasgando sua carne, provocando um grito de agonia de Archer. Seu olhar se levantou para identificar o agressor responsável pelo ataque.

"Noah," ele ofegou, se curvando enquanto o rapaz pulava sobre ele, impulsionando a lâmina mais fundo com frenesi.

Alexa gritou horrorizada ao testemunhar Noah esfaqueando-o selvagemente com um sorriso maligno no rosto enquanto entoava, "Só minha, só minha, só minha."

Ele lutou para se defender do ataque, mas Alexa entrou em ação. Ela se recusou a ficar parada assistindo seu novo namorado ser esfaqueado por seu perseguidor obcecado.

Alexa atacou Noah e começou a chutá-lo no rosto, tentando interromper seu ataque. Em seu esforço implacável para proteger Archer, ela ouviu os murmúrios perturbadores de Noah, "Só minha, só minha, só minha."

Convocando toda sua força, ela conseguiu arrastar Noah para longe, mas o dano em Archer se tornava cada vez mais aparente. Seu olhar se escureceu e seu corpo enfraqueceu, a perda de sangue causando um sério prejuízo.

Alexa sabia que o tempo estava se esgotando e desesperadamente esperava que a ajuda chegasse logo. "Fique comigo, Arch! Estou chamando uma ambulância!" ela exclamou, com as mãos tremendo enquanto pegava o telefone e discava 999.

Em um minuto, as sirenes podiam ser ouvidas enquanto carros da polícia chegavam derrapando na rua estreita. Dois policiais saltaram do carro, um indo em direção a Noah para detê-lo enquanto o outro começava a prestar os primeiros socorros para tentar salvá-lo.

"Troy, pega o rádio e diz para a ambulância correr! Estamos perdendo ele!" ele gritou em desespero.

Enquanto a polícia trabalhava para estancar o sangramento, Alexa foi afastada até que uma ambulância chegasse. Dois paramédicos saltaram para fora e rapidamente colocaram-no numa maca, apressando-o para dentro da ambulância.

O policial levou Alexa ao hospital, onde pediram os detalhes de seu familiar. Ela forneceu o número da mãe dele, e eles ligaram para informá-la do ocorrido. O ar se encheu com os gritos lancinantes de uma mulher diante da perda iminente de seu filho.

Pegando o telefone, o pai de Archer disse que iriam correr para o hospital sem demora. O carro da polícia partiu com urgência, seguindo a ambulância enquanto outros policiais detinham Noah.

As sirenes uivavam enquanto aceleravam pela estrada, o carro da polícia seguindo de perto a ambulância enquanto corria em direção ao hospital.