1 O início do fim

No alto de um montinho de areia, em um parquinho, encontrava-se um menino, angelical, por assim dizer, se não fosse pelo pequeno fato dele ser deficiente do pescoço para baixo, tinha um rosto com feições minimamente esculpidas, como se o próprio universo investisse esforço e cuidado para cria-lo, seus cabelos de tamanho médio lustroso e seu olhos da cor azul mais clara.

Todos que passavam por aquela rua, viam apenas um menino em uma cadeira de rodas, mas os que olhavam mais de perto encontravam um menino com uma expressão madura de profunda tristeza.

"O que um menino de 11 anos tem a se preocupar tanto assim?" perguntariam aqueles que olhavam mais de perto, acontece que este menininho tinha muito o que sofrer.

Este lindo garotinho era um órfão que nunca ao menos viu seus pais, e embora pudesse ser bastante bonito, visto o rosto dele, ser aleijado, dificultava um pouco demais sua vida, enfim, uma das "amigas" dele o trouxe nesse parquinho e acabou "se esquecendo" dele, enquanto ia brincar com suas outras amigas.

E assim ele ficou, parado, lá no alto daquele morrinho, apenas esperando, como sempre esperou. Na verdade, até ansiava pelo momento que o libertaria da espera, a hora de sua morte.

E então, de repente, o momento em que mudaria tudo aconteceu, no alto daquele céu claro, apareceu, de repente, um rasgo escuro no céu, e desse rasgo apareceu uma brilhante bola laranja com várias diferentes estrelas vermelhas dentro.

" O que uma Esfera do Dragão está fazendo aqui?" o menino pensou que era apenas uma réplica de uma Esfera do Dragão.

Mas do nada, apareceu um desejo de ir ver a esfera, como se tocar essa esfera o livraria de toda a espera que ele tinha que suportar, o desejo continuou crescendo até se tornar insuportável, a medida em que ele só via a esfera, e a esfera se tornou o mundo pra ele.

Em sua ânsia, ele caiu, e foi do alto do morrinho até o chão, quando percebeu o que tinha acontecido ele tossiu e virou a cabeça para ver novamente a bola, o desejo e ânsia apareceram novamente em seus olhos azuis quase brancos.

A esfera do tamanho de uma bola de tênis, pareceu reagir ao seu desejo, e, incrivelmente, começou a rolar para ele, que em seu desejo, não pareceu perceber por que uma esfera rolaria sozinha para ele.

A esfera começou a rolar cada vez mais rápido, até sair do chão e começar a voar para ele, que por sua vez, finalmente entrou em pânico vendo o quão rápido a bola estava indo em sua direção, mas mesmo em desespero, o que ele poderia fazer? Apenas esperar o seu desesperador e tão ansiado fim.

Ele gritou com todas as suas forças quando sentiu a esfera penetrar em seu corpo e se alojar profundamente em seu peito, no lugar de seu coração, que sumiu, e quando sentiu a dor desumana desaparecer, ele parou de gritar.

Depois de um tempo ele voltou ao normal, mas podia sentir que tinha algo diferente, ele sentia alguma coisa pulsando dentro de seu peito, algo mais poderoso, mais forte, ele se sentiu como nunca antes.

E então ele olhou para o lado para se encontrar em um lugar totalmente diferente, parecia ser uma floresta, " Onde estou? Como saio daqui? Como vim parar aqui?", não podendo andar e sem ninguém por perto, nem mesmo um animal, ele voltou a fazer o que sempre fazia: esperar.

Só que ele sentiu que aquelas pulsações vindas de seu "coração " estavam mudando algo dentro dele e o pior é que o menino nem sabia o que era.

Depois de um tempo de tanto tentar descobrir ele conseguiu achar o que era aquela sensação, e quando descobriu, ele tremeu de alegria, sim, tremeu de alegria, ele ficou emocionado quando descobriu que podia se mexer!!!

Ele chorou de alegria e imediatamente tentou se levantar, mas descobriu que estava sem forças, e que não sabia como se mexer.

Se passou um dia e ele finalmente conseguiu se levantar, com a ajuda de uma árvore, apenas para cair novamente, mas isso não o desanimou, pelo contrário, o deixou muito feliz.

Porém ele descobriu um problema, ele estava com muita fome, e não podia andar, a única opção era se arrastar até as frutas próximas e comer-las, depois de se alimentar, ele continuou tentando andar, afinal, foi seu sonho de toda a vida, e depois de mais 3 dias, ele conseguiu cambalear.

Existe a necessidade de ser dito que os humanos levam 1 ano para começar a andar, ele levou apenas 3 dias, mesmo o comparando a bebês, é uma conquista.

O garoto foi cambaleando pela floresta, se apoiando em árvores e comendo as frutas que achava pelo caminho, ele andou por mais 4 dias antes de ficar proficiente, e no quinto dia, ele finalmente achou uma cidade.

A cidade era grande, majestosa e futurística ao mesmo tempo, o garoto pensou: "Onde eu vim parar?"

" Ei garoto está perdido?" Soou uma voz um tanto rouca atrás dele, se virando, assustado por não notar que tinha alguém atrás dele, viu um senhor em seus 60 e tanto anos com cabelos brancos, rugas e, pelo visto, voz rouca.

"Eu acabei me perdendo, o senhor poderia me ajudar? Sabe qual o nome desta cidade?"

" Claro, o nome da cidade é Sinama City" Vendo o garoto ser tão educado, o senhor não se importava em ajudar.

(autor note: eu não achei o nome de nenhuma cidade no google então eu inventei uma:) )

"Mas onde é isso?" O garoto pensou.

"Qual o seu nome garoto?" O velho, vendo que o garoto ainda parecia não reconhecer, ficou curioso e perguntou.

E então o menino congelou, sim, ele não queria lembrar daquele nome no qual as pessoas más caçoavam dele, o nome que sempre lembrava a ele de tanto sofrimento, então ele decidiu esquece-lo.

"Não tenho um nome senhor."

O velho ficou desconfiado, principalmente por causa da rigidez e a cara de medo que o garoto fez por um instante, mas por outro lado, Também ficou com pena, o que um garoto tem de passar para ficar neste estado? Então ele decidiu dar mais do que apenas uma ajuda por enquanto.

"Meu nome é Kuan Li, jovem, pode me chamar de senhor Kuan, eu vou te deixar ficar na minha casa por um tempo, mas é só por um tempo."

"Muito obrigado velho Kuan, eu aceitarei." Ele aceitou pois não viu nenhum traço de malícia, como nas pessoas más que ele viu antes.

"O que você acha de eu te dar um nome jovem?" O velho perguntou, pois não queria mais chama-lo só de jovem.

"Sem problema."

"Pois bem, seu nome então vai ser..."

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