1 Festa de Halloween parte 3

Cap 3 - Festa de Halloween parte 3

A festa estava começando a terminar. Algumas pessoas já estavam indo embora e a festa ia se esvaziando. A mesa de comidas estava se esgotando e o ponche já havia sido batizado pois as pessoas estavam indo embora, ou seja,sem ponche para mim, eu jamais chegaria cheirando a bebida em casa.

Nhicolas e Richard já foram embora. Só sobrou eu Gabriela, Daniel, Josh e Ísis.

Ou seja, todos os que tem "participação" no meu problema amoroso.

Ísis contava da vez em que ela e Josh foram ao parque e encontraram uma velhinha dando comida aos pombos, e sobre como eles só imaginavam isso em filmes.

Eu fingia interesse e tentava prestar atenção mas meu cérebro só sabia me jogar pensamentos ruins e meu aperto no coração só aumentava, parecia que alguém apertava ele tão forte que ia ser esmagado a qualquer momento. Meu estômago se revirava e eu tinha um nó enorme na garganta. É estranho como essas coisas mexem até com o nosso físico, a dor não é só emocional, se fosse só o emocional eu acho que não me sentiria tão mal.

Me levanto porque não tem mais condições de eu continuar ali sem soltar uma lágrima.

Katrina -- Eu preciso ir ao banheiro.

Saio correndo.

Entro no banheiro e tranco a porta.

Ele está vazio e eu abaixei a cabeça na pia e deixo uma lágrima escorrer sem manchar a minha maquiagem, contenho que mais lágrimas venham se não vou sair parecendo um monstro e todos vão perceber que chorei.

A voz de abafada de Dani percorre o banheiro.

Dani -- Está tudo bem ai?

Katrina -- Está… Eu só… Precisava ficar sozinha.

Dani -- Eu sei que não é fácil aguentar a situação mas se precisar ir embora eu posso te levar e peço para Gabi inventar uma desculpa.

Me olho no espelho, meus olhos já estão vermelhos, não tem como disfarçar.

Katrina -- Pode ser. Vou tentar sair sem ser vista.

Daniel -- Okay, te espero lá fora.

Respiro fundo e dou uma ajeitada na maquiagem.

Tenho que me esforçar ao máximo para não deixar mais lágrimas caírem. Eu sou muito hipócrita e contraditória quando se trata de chorar, eu odeio chorar, mas ao mesmo tempo gosto de chorar, é mais algo que, chorar sozinha me parece bom, mas odeio chorar na frente dos outros, mas o que eu mais faço e chorar quando não quero e na frente dos outros. Choro parece ser tão inútil, mas eu tenho noção que às vezes é necessário, só assim para suportar essas coisas.

Respiro e saio.

Passo pela pequena multidão me escondendo da visão da nossa mesa.

Um coração quebrado às escondidas é pior do que um coração quebrado a frente de todos.

Às escondidas você se finge de feliz a frente de todos e só é confortado por alguns, quando as coisas são a frente você é confortado por muitos e não precisa fingir um sorriso toda vez.

Esconder isso de Ísis é muito difícil.

Tem muitas possibilidades do que pode acontecer se eu contar, ela pode surtar, ela pode me odiar, ela pode sentir pena de mim, ela pode terminar com o Josh, entre outras…

A última é a que eu menos quero, e a mais provável.

Ísis é uma amiga e tanto e tenho 60% de certeza de que ela acabaria com o namoro por mim, mas eu não quero isso, para falar a verdade uma parte egoísta de mim quer, mas a parte amiga e sensata sabe que ele não seria feliz e nem ela também.

Quando chego ao portão vejo Daniel me esperando com o carro.

Entro no lado do passageiro e ele segue caminho para a minha casa.

Daniel -- O que aconteceu? Você normalmente não surta desse jeito.

Katrina -- Eu também não sei. Eu consigo me controlar mais. Acho que foi porque eu me senti meio sozinha hoje. Todos vocês tinham um par e eu fiquei sozinha na mesa.

Daniel -- Assim… Sozinha não é a palavra…

Dou um sorriso.

Katrina -- O idiota do Lance não conta.

Daniel -- Ele é um idiota?

Katrina -- Se eu te contasse a história do que aconteceu… Não só idiota como tonto, estupido e um louco.

Daniel -- Estou ouvindo.

Começo a contar e ele vai rindo enquanto eu conto e dirigindo.

Quando termino já estamos em casa.

Daniel -- Louco esse garoto.

Katrina -- É mesmo… Mas foi uma parte divertida da noite.

Saio do carro e fecho a porta.

Katrina -- Obrigado pela carona.

Ele acena e depois vai embora.

Respiro e uso meu melhor sorriso para encontrar meus pais.

São 11:30 e tenho certeza de que eles estão me esperando, talvez meus irmãos estejam dormindo, mas eles estão acordados me esperando, certeza.

Abro um sorriso e finjo cara de animada como se tivesse saído da melhor festa do mundo.

pego minha chave de dentro da bolsa e giro a chave para abrir a porta.

Entro na casa e vejo que a televisão da sala está ligada, a sala fica do lado da escada para subir para o meu quarto, então eu teria que passar por eles.

Chegando lá me deparo com os dois vendo filme.

Pai -- Eai filha? Como foi?

Katrina -- Foi maravilhoso pai! Você nem imagina as comidas que eu comi, acredita que serviram sushi? Os doces estavam tão bons… -- Dou um gemido como se tivesse sido muito bom. -- Só não consegui comer uns salgadinhos de churrasco que tinham lá porque foram devorados em dois segundos.

Dou um risinho.

Pai -- Que bom.

Katrina -- Eu vou subir para tirar toda essa maquiagem e tomar um banho.

Mãe -- Pode ir.

Ela se aconchega mais no abraço do meu pai.

Eu tiro meus tênis e subo a escada com os mesmos na mão.

Quando chego no meu quarto me jogo na cama e tiro o sorriso falso do rosto.

Bufo e vou para o meu banheiro.

Pois é, eu tenho um banheiro só meu, chic não?

Meus dois irmãos dividem o banheiro e meus pais também, mas acho que para os meus pais não é tão ruim não é mesmo?

E temos mais um banheiro no corredor para as visitas que fica entre o meu quarto e o dos meus irmãos.

Vou para o banheiro e começo a limpar a maquiagem.

Tiro os dentes falsos, pego o algodão coloco demaquilante e começo a tirar a base, a maquiagem dos olhos e deixo o batom, ou o resto de batom.

Tiro minha roupa e entro no banheiro, confesso que minha vontade era de lavar o cabelo para aliviar a tensão e tentar diminuir essa dor.

Depois de sair do banheiro e vestir um pijama me olho no espelho.

Cabelos meio lisos, e pretos. Pele morena, olhos pretos. Eu sou meio sem graça.

Não que eu não goste de mim mesma, me amo do jeito que eu sou e se você der uma olhada de longe sou até bonita...

É engraçado como sempre que tiramos a maquiagem ainda fica um restinho de rímel e você fica com cara de personagem de filme que acabou de chegar de uma festa de gala.

Me jogo na cama e começo a repassar a noite de hoje.

Josh, Ísis, Daniel, Gabi… Lance.

Ele não é tão babaca só está de coração partido.

Eu entendo, o meu está aos cacos e eu estou me controlando para não ficar paranóica ou louca que nem ele, sem ofensas mas é que aquele discurso dele foi péssimo, o próprio cara não percebe a cilada que ele se meteu. Ciúmes daquele jeito vem da desconfiança, e se não tem confiança em um relacionamento, pode ter certeza é cilada.

Em pouco tempo adormeço e não sonho com nada.

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