18 18. I Have a Secret

19 Janeiro de 2017/ Departamento intencional do FBI/ 10:57 AM

Alguns meses depois…

Lauren Jauregui Point View 

— Está tudo pronto? — perguntei me direcionando ao inspetor que tagarelava na sala de reunião. - Bom, como todos sabem eu irei tirar uma licença, por conta da gravidez e, consequentemente, ficarei afastada por alguns meses.

— Nossa suplente irá lhe substituir enquanto estiver afastada. Quando pretende ir?— Perguntou o supervisor olhando seu relógio insistentemente.

— Agora mesmo. Convoquei essa reunião para lhe dar essa grande notícia. Eu irei trabalhar em alguns pontos importantes. Agora com essa barriga imensa tenho que me cuidar urgentemente.

Meu chefe havia "cruzado" a porta escancaradamente sem escrúpulos algum. Me calei, dando seu "espaço" de falar e se pronunciar.

— Boa tarde a todos. Tenho novas pistas sobre o caso dos traficantes. Preciso de três agentes para executar essa missão. Descobrimos, quer dizer, eu descobri onde uns dos integrantes está escondido. — Disse ele certo de si.

— E onde seria esse esconderijo? — Perguntei me interessando sobre o caso.

— Calma agente Jauregui. Não queremos colocá-la em risco. Esses bandidos já "marcaram" sua cara e podem descobrir a cilada.

precisaríamos mandar alguém que eles nunca desconfiaram. Que tal a agente Lovato? — Sorri discordando de sua decisão. 

Não sei o porque mais tinha algo nela que me incomodava demasiadamente.

— Lovato? Não acha que está se precipitando um pouco? Como você mesmo disse, "vá com calma". Ela ainda está em treinamento, eu mesma sei que ela não está pronta para esse tipo de missão.

Ela retorceu a boca e me lançou seu olhar, fazendo seus dedos estalarem. Sua face se fechou completamente ao me ver discordando dele.

— Por que eu não seria capaz, Jauregui? —  Ela cerrou os olhos, franzindo o rosto por inteiro.

— Só acho que você não tem capacidade para se arriscar em tal coisa. Você é muito boa em pontaria? Diria até que é a melhor que já vi por aqui? Mas sua flexibilidade, agilidade e velocidade não são muito boas. Não é nada "pessoal" /mentira era sim. Mas na minha humilde opinião, você não está pronta.

Tentei ser mais clara o possível para encerrar a discussão ali mesmo. Ela me encarou por alguns minutos, olhando pela brecha da porta da sala que vinha ao lado.

— Se concordarem, eu irei escolher, e a agente Lovato, levando em consideração todos os argumentos ditos nessa reunião, ela é a melhor opção que temos. Alguém tem algo a dizer? Alguma oposição relacionada a minha escolha? — todos se encararam dando-lhe um sorriso forçado.

— Não senhor! — Gritou o segurança que ali se prontificou do assunto — Como quiser, senhor — Disse o homem grunhindo.

Me retirei da sala me dando falta de algo muito importante, a nova agente, não nos dávamos bem. Não sei, mas não senti confiança partindo dela. Não me sinto confortável com a sua presença. Às vezes são só coisas da minha cabeça. Me direcionei até meu carro estacionado em frente à delegacia. Uma sensação de insegurança subiu pela minha nuca como se fosse um sinal de aviso. Liguei imediatamente para a Camila por precaução, logo depois de ter rejeitado a chamada, ela me enviou um SMS dizendo que estava tudo bem.

Eu me sentia presa, muito trabalho para resolver, a questão da Camila infiltrada dentro daquela porra me deixava completamente fodida. E o pior é que eu só podia deixar tudo isso rolar e ficar de braços cruzados esperando tudo desmoronar em cima da minha cabeça. Camila, querendo ou não também corria perigo com aqueles filhos da puta. 

— Alô... Srta. Jauregui? — Uma voz rouca soou pelo telefone — Socorro, preciso de ajuda! — a voz foi diminuída depois de um barulho.

— Olá, quem é? Não consegui entender o que disse! — A ligação foi interrompida antes mesmo de obter resposta.

Acelerei o carro indo para casa, precisava resolver muitas coisas. Essa Lovato é uma atrevida mesmo, né? Acha que pode tudo. Se acha a dona da delegacia, mas tenho que ficar de cabeça tranquila para não provocar problemas para minha vida. 

Mas não sentia confiança alguma vinda dela. Ela era sorrateira e, dificilmente conseguimos conversar com ela.

Alguns minutos depois…

— Bom dia, meu amor com o foi o seu dia? — foi a melhor recepção do dia. - Que cara é essa? Parece chateada.

Camila me conhecia tão bem ao ponto de saber quando eu estava chateada, triste, feliz, com raiva, nervosa, estressada e muitas outras coisas, ela me abraçou me cumprimentando com um leve beijo na boca.

— Não é nada, problemas na delegacia. Jensen disse que tem novas pistas sobre um dos bandidos, colocou até uma equipe para investigar e tratar do caso.

— E por que essa cara? — Ela sorriu, quase soltando uma gargalhada. — Jensen acha que seria melhor colocar a agente nova, Lovato no caso. Mas eu havia dito que ela não estava pronta para tal coisa. 

— E você não gosta desse tal Lovato, né? Por isso você ficou com raiva, porque ele não lhe escolheu.

— Eu pedi licença da delegacia para me cuidar. "Agora eles irão colocar a agente Lovato como minha substituta". E, o pior disso tudo é que ela vai querer fazer a "cabeça" de todo mundo pra me mandarem embora.

— Se acalme, não fique se estressando por causa de bobagens. Pense na nossa filha que logo, logo vai nascer e todo esse caos passará. — Suas palavras de conforto eram o que eu mais precisava.

Adentrando em meu quarto, peguei meu roupão preferido e tirei minha roupa para me banhar. Me enrolei nele e corri para o banheiro. Peguei meu celular em mãos e liguei para o primeiro e único número que poderia me ajudar nesse momento. ZAYN…

— Lauren? — Sua voz exalava euforia.

— Preciso de um grande favor! Preciso que me envie todos os dados, pastas e arquivos que você tiver aí na delegacia sobre a agente Lovato, entendeu? — Houve uma pausa.

— Eu tenho aqui no computador, mas para que isso lhe interessa agora? — Zayn e suas perguntas.

— Quero ver se ela está capacitada para ocupar o meu lugar, porém, quero tudo isso para fazer uma pesquisa.

— Pesquisa? Sobre? — Eu respirei fundo tentando não ser desagradável.

— Sem perguntas. Me envie os arquivos, agora! — me calei, logo após ouvir sua reparação super ofegante. — Zayn? Perguntei ao ouvir um grunhido.

— Estou lhe enviando os arquivos pelo seu computador, ok? Pelo amor de Deus não me ponha nessa sua tramoia não. Não quero mais problemas pro meu lado.

— Pode deixar, Jensen nem vai saber que está envolvido nisso. -  encerrei a ligação rapidamente. 

Sai apressadamente do banheiro, me sentei em frente ao meu notebook e comecei a minha maior tarefa naquele momento, poderia se passar dias para concluir, mas eu iria conseguir..

19 de Janeiro  de 2017/ Departamento internacional  do FBI/ 14:20AM

Narrator Point of View 

— Demi, o que a agente Jauregui tem contra você? — O inspetor olhou para moça que olhava a tela do celular insistentemente como se estivesse esperando uma ligação ou uma mensagem.

— Eu não sei, cheguei há pouco tempo aqui, não posso dizer muito sobre nossa convivência. — Ela reforçou os olhos ao entrar no assunto.

— Ela não queria que você fosse a suplente dela, né? Eu até entendo ela, sabe? Você entrou para a família a menos de um mês e já está sendo a preferida do Jensen. Antes de você estar aqui, Lauren era a pica saco do chefe.

— Não brinca? Lauren Jauregui sendo uma "puxa saco"? Me conta mais sobre essa história?

— Não gosto muito de me envolver na vida pessoal dos meus companheiros de trabalho, mas ela é uma mulher muito "fechada" — O homem soltou o verbo sem medo algum.

— Se não puder me contar, eu super entendo. Acho que ainda vamos ser grandes "amigas", viu? — o sarcasmo dela o deixou sem palavras.

— Bom, agora vou voltar para meu setor, antes que Jensen mande mais alguém ficar de licença. — os dois gargalharam.

A mulher persiste em olhar a tela do celular novamente. Algo muito importante ela deveria esperar. Ela levantou-se indo até o corredor próximo à sala em que estava. Olhou pelos arredores para se certificar que ninguém a olharia. Seu celular vibrou, dentro de sua jaqueta.

Recuou alguns bolsos e então olhou para ver a mensagem. Seus olhos se encheram de dúvida e ódio. Ela sussurrou algo bem baixo e sutilmente socou uma parede que estava a sua frente.

— Ai que raiva! — esmurrou ela gritando. -- Que droga, nada que faço dá certo. Agora, minha chefa vai querer tirar satisfação comigo amanhã de manhã. Tenho que resolver logo essa situação, ou eu irei ser descoberta.

Suas palavras soaram de uma forma não tão bem vista. Seus lábios estavam secos, ela engoliu a seco sua frase por inteiro com receio de alguém ter ouvido. Ela caminhou novamente para sala e sentou na frente do computador. Encarou a tela desligada por minutos até ouvir um som vindo do mesmo corredor ao qual tinha acabado de voltar.

— Jensen? — Gritou uma voz feminina no local.

— Olá, o que deseja? — perguntou a moça a encarando.

— Procuro o Sr. Jensen, onde posso encontrá-lo? — a senhora balançou o cabelo jogando seu charme para a mocinha, logo depois de segurar a barra do seu vestido.

— Ele saiu já faz dez minutos. Posso avisá-lo de manhã, é muito urgente? — Demetria revirou os olhos, levantando uma sobrancelha. — Pede para ele entrar em contato com essa pessoa aqui, por favor. - A mulher estendeu a mão direita lhe entregando um cartão com um nome escrito.

— Ok, uma agência de modelo, que estranho— A mulher sorriu de canto de olho se calando no mesmo momento.

— Sim, ele sabe pra quem ligar. 

— Tara Roberts. Nossa, deve ser muito renomada essa agência, né? — a moça mudou sua face.

— É uma grande amiga dele. Por que essa cara de espanto, mocinha?

— Ela franziu o rosto a evitando por alguns segundos.

— Nada. — respondeu a moça com um olhar cabisbaixo. — Deseja mais alguma coisa? — Ela se aproximou próximo dela e sussurrou.

— Não queridinha, obrigada, só isso mesmo — Ela mandou um beijo, balançando a mão dando um tchauzinho.

A mulher virou-se, indo para a saída. Demi ficou desnorteada, sem entender o que de fato aconteceu. Por que aquela mulher estava ali e lhe entregou um cartão da agência em que Roberts era traficante. Será que Jensen possuía algum tipo de envolvimento com os traficantes, ou até mesmo se informando no meio dos bandidos? Bom, ela não fazia ideia.

No dia seguinte, Lauren ligou para a delegacia esperando encontrar Jensen por lá. Mas quem atendeu o telefone foi Demetria.

— Alô, bom dia— Ela atendeu eufórica.

— Ah, é você?! — Lauren respondeu entre os "dentes".

— Lauren, preciso lhe contar algo muito urgente. — Ela respirou profundamente.

— Diga rápido, não tenho muito tempo. — Lauren respondeu grosseiramente. 

— Ontem eu dobrei de plantão, daí recebi uma visita de uma mulher muito suspeita, aparentemente.

— Mulher? Do que você está falando, Lovato? — Lauren gritou esmurrando sua mesa.

— Sim, ela chegou aqui por volta das 21:00 procurando o Jensen, mas ele tinha acabado de sair daqui poucos minutos antes. Ela me deu um cartão com aquela agência que a Camila tinha sido traficada. Daí depois ela veio com um papo de que a Tara Roberts é uma amiga dele. Não entendi o que ela quis dizer com isso, mas estou confusa agora.

— Como? Eu também fiquei depois disso, mas não se preocupe com isso. Não conte nada para ninguém na delegacia para não alarmar o pessoal, ouviu? — Lauren respondeu criando várias teorias na sua linda cabecinha.

Mais uma coisa Lauren tinha certeza, alguma coisa muito grande estava acontecendo dentro daquela delegacia, e infelizmente ela estava de mãos atadas. Com o afastamento ela não tinha como/ e nem tem tempo de ficar vigiando seu chefe.

Mais seu faro de policial nunca falhava, ela sentia o cheiro da fumaça, e com toda a certeza não demoraria a encontrar o fogo, só restava esperar que sua filha nascesse e que a desmiolada da Demetria a deixasse a par de tudo.

Em falar em sua filha, Lauren sentiu uma grande dor em suas costas, se arrastando o mínimo possível para se sentar em sua cama sem fazer movimentos bruscos. Sua respiração estava escassa, a dor aumentava gradativamente, quando ela achou forças em suas pernas para ficar de pé, sua coloração sumiu de seu rosto ficando mais pálida do que já é.

— CAMILA. — Gritou pela mulher que estava em algum canto daquele apartamento.

Gritou mais uma vez perdendo as forças em suas pernas e caindo sentada novamente.

— O que foi mujer. — A latina se assustou tanto com seu grito que suas palavras já estavam saindo em sua língua nativa sem ao menos perceber.

Ela vendo o rosto de sua companheira contorcido em dor, correu até ela e aparou em seus braços, buscando força de lá se sabe da onde se ergueu e puxou Lauren junto de si, a colocando em pé e a ajudando a andar, foi quando ela sentiu um liquido quente molhando seus pés, olhou para baixou e deu para perceber que escorria das pernas de Lauren.

— Porra Lauren não dava para aguentar chegar no banheiro? Tinha que mijar no meu pé? – A latina contorceu seu rosto em uma careta.

Lauren não se aguentando de dor ergueu sua mão e deu um tapa estalado na nuca de Camila, fazendo a menor pular pelo susto.

— Minha bolsa rompeu infeliz, sua filha vai nascer. 

Foi a única coisa que conseguiu dizer, a dor não estava a deixando raciocinar e muito menos ser carinhosa.

— Agora? – Camila perguntou com os olhos arregalados.

— AGORA.

E a única coisa que passou pela cabeça da latina no momento foi...

Fodeu.

A Lauren sempre ignorante, até mesmo na hora do sofrimento. Bjs, não vamos demorar pra voltar!!🏳️‍🌈💖

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