10 10. Never Be The Same

Duas Semanas depois...

Point view Camila Cabello

Hospital Central de Miami Beach 07:20AM

Finalmente estávamos livres, eu nunca imaginei me sentir assim, aliviada. Lauren havia chamado a emergência para me socorrer, a bala tinha perfurado minha coluna e eu tinha infelizmente ficado paraplégica e isso era algo que incomodava bastante. O fato de não poder mais andar me fazia acreditar que nunca mais voltaria ser feliz novamente. Eu queria saber onde se meteu a Lauren.

-Bom dia, Camila. - disse a enfermeira adentrando ao quarto.

- Bom dia. Minha mãe retornou a ligação. - perguntei ajeitando-me na cama.

- Bom... tentamos diversas vezes falar com ela, entretanto sempre caía na caixa postal. - soltei um suspiro.

- Ah, sim. Mas continuem tentando, por favor, Doutora. Por acaso uma moça de olhos claros, com cabelos escuros esteve por aqui. É porque ela me ajudou a chegar aqui e eu queria agradecer.

- Ela esteve sim, mas foi embora dizendo que tinha algo importante pare resolver com a mãe dela. Mas se eu vê-la novamente lhe aviso. - Me lançou um sorriso amarelo.

A mulher saiu do quarto, indo até a recepção do hospital. Minha mãe era uma boa pessoa, porém não sei como ela reagiria se soubesse que sua filha na verdade trabalha como garota de programa em Los Angeles.

Um arrepio me subiu meu peito deixando minhas mãos trêmulas e gélidas. A porta se abriu bruscamente com o som de uma voz feminina.

- Quem é? - perguntei vendo um mecha de cabelo escura transparecer pela brecha.

- Sou eu, Camila. Algum problema? - Me perguntou demonstrando preocupação.

Lauren me deu um baita de um susto.

- Não é nada. Eu fiquei preocupada com você, só isso. - Falei mais animada.

- Eu é que deveria ficar preocupar com você. Você não deveria ter se jogado na frente daquela bala, sabia? Fiquei com medo de você ter morrido. - ela me deu um baita de um sermão

- Foi no impulso, não sei o que deu em mim para fazer isso. Mas fico feliz por estar bem, de verdade. - Tentei fazê-la não se sentir culpada.

- Eu sinto muito, agora você está aí em cima dessa cama sem poder andar. Eu só passei aqui rápido, mas já estou de saída. - Para onde ela iria?

- Ah, sim. Estou esperando minha mãe. Preciso contar para ela sobre tudo que aconteceu. Tenho medo que eles façam algo contra ela. - Só de imaginar algo de ruim acontecendo com minha família, eu preferia morrer do que ao menos pensar nessa possibilidade.

- Fique tranquila, eles estão presos e bem longe de sua e das demais famílias. - Soltei um suspiro de alivio.

Point of View Lauren Jauregui

Havia coisas à qual eu não tinha dito para ela. Alguns agentes me confirmaram que alguns dos membros da gangue não haviam sido presos

- Camila? Se eu estiver aqui e sua mãe vier até seu quarto, posso conversar um pouco com ela? -olhei para ela soltando um sorriso de nervosismo.

Ela me encarou por alguém segundos com os braços cruzados.

Uma mulher loira adentrou pelo quarto acompanhado de um senhor com cabelo grisalhos. Eles me cumprimentam e aproximaram de Camila.

- Minha filha... o que foi que aconteceu? Você estava tão bem no seu trabalho. - Camila se emocionou antes mesmo de dizer a verdade.

- Mãe, pai, sentem-se. Na verdade não tinha agência de alguma de moda em Los Angeles, era tudo mentira. O que eu realmente fazia lá era trabalhar como garota de programa. Não foi minha culpa, eu fui traficada, junto com outras meninas que também acreditaram que pudessem ter uma vida melhor lá.

Sua mãe lhe olha incrédula com os olhar fixo.

- Como assim? Minha filha se tornou uma vagabunda? - Os olhos dela se encheram d'água.

- E todas ás vezes em que eu ligava pra senhora tinha um homem com uma arma apontada pra minha cabeça dizendo para eu ficar calma e não tentar dizer nada.

- Isso é um absurdo!! Eu não acredito que investir muito em você para você se tornar uma vagabunda, vadia, piranha, concubina, garota de programa. Eu tenho vergonha de ser sua mãe. - As palavras da mãe de Camila foram claras e diretas até demais, tão direta que doeu até em mim.

- Como a senhora pode dizer uma coisa dessas de mim? Eu ainda sou sua filha, ok?? Eu não tinha a mínima culpa de ter sido enganada. Agora estou aqui inválida, em cima de uma cama de hospital. E Você tem a coragem de me menosprezar, de me insultar? - Camila elevou o tom de voz com sua mãe pela primeira vez.

- Alejando, não vai dizer nada sobre essazinha aí, não? - O julgamento havia começado.

Camila bufava de raiva, mas não podia fazer absolutamente nada para não piorar as coisas. O homem olhou para os lados em sinal de confusão e não disse nada.

- Pai? Você concorda com a mamãe? Eu sofri durante um ano inteiro sendo escravizada, espancada, sendo escrava sexual de homens nojentos, fazendo programa em uma boate e nas ruas. Acha que foi fácil suportar tudo isso? - Eu já me segurava para não derramar nenhuma lágrima, infelizmente eu não poderia me meter, isso era um assunto que a própria Camila teria que resolver, mais minha vontade era de enfiar uma bala na cabeça dessa mulher que se diz ser mãe.

- Sua mãe só está um pouco alterada, só isso, meu anjo. - Agora o outro. Cara frouxo.

Os lábios de Camila se fecharam dando só para ouvir os seus choros e gemidos.

- Com licença, eu não queria me intrometer, mas sua filha me salvou. Ela deu a sua vida pela minha. - Pela primeira vez me meti na conversa, eu tinha que dá uma basta nisso.

- E quem seria você? - Ela perguntou sendo super rude.

- Meu nome é Lauren Jauregui, sou agente do FBI de Los Angeles eu estava investigando a quadrilha de traficantes, mas não sabia como, então resolvi me candidatar como cobaia é ser traficada também. Se não fosse pela sua filha eu acho que estaria morta. - Despejei logo tudo de uma vez.

- Não me interessa quem você seja, o que importa é que eu quero saber o que de fato aconteceu com a minha filha. E a proposito, é bom você arranjar outro lugar para você morar, pois na minha casa não há espaço para vagabunda. - A mulher esbravejou para filha mais com o olhar grudado em mim.

- Mas, mãe? O que eu fiz pra senhora me odiar tanto assim? - Como uma das mãos ela segurou o cachecol de sua mãe, puxando-o.

- Olha, eu não lhe criei para ser uma vagabunda ou algo do tipo, ouviu? Eu lhe dou três dias para buscar suas coisas, caso contrário eu jogarei fora ou colocarei fogo.

- Senhora, acho que está sendo um pouco prepotente. Sua filha lutou muito para não se perder daquele inferno sozinha, sem apoio ou ajuda de alguém. E agora vocês estão dizendo que ela deve morar em outro lugar? - Perdi todo meu controle psicólogo descarregando minha raiva naquela mulher.

Camila chorava intercalando cada lágrima que caía. Sua voz ia ficando cada vez mais ofegante, diante ao rumo da conversa.

- Fique calma. A médica disse que você não pode ficar nervosa, tome aqui um copo d'água. Ela estava extremamente nervosa e era visível o mal que Sinu estava fazendo a ela naquele momento.

Como uma mãe podia dizer todas aquelas coisas para uma filha? Me sentei ao lado da cama tentando acalma-la.

Sinu e Alejandro saíram do quarto com olhares de decepção.

Mais Deus há de retribuir Camila por toda a injustiça que ela estava passando, e isso aconteceria agora.

-Não se preocupe Camz você ficará comigo em minha casa, e eu irei cuidar de você! - Isso era o mínimo que eu poderia fazer, pois Camila estava em cima daquela cama por minha causa, mais para frente eu veria o que mais eu poderia fazer. Mais deixar Camila desamparada?

Nunca.

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