2 02. First day as call girl

Point of View Michelle Morgado

Bordel Empire, em Los Angeles

Tudo aparentemente estava normal, éramos acordadas com um balde de água gelada e alguns pontapés todas as manhãs, pois isso era o nosso despertador. Nada me fugia da mente o fato de estarmos assim desse jeito, sabe? Sendo mantidas em cárcere, sendo tratadas com animais, isoladas do mundo e de todos.

Eu podia ver no olhares de cada um que estava ali a dor e o sofrimento que todas sentiam com essa situação. Zayn Malik, era o cafetão mais agressivo que tínhamos, na maioria das vezes nossos ferimentos eram causados por eles. Mais graças a Deus que eu conseguia reverter a maioria das situações com ele, só que hoje ele foi um pouco além. Karla se aproximou de mim com o lado direito do rosto inchado.

- O que houve com o seu rosto? - Perguntei nivelando o volume da voz para não alarmar ninguém.

- Zayn tentou me obrigar a fazer sexo com ele, mas eu recusei... daí ele me bateu.- Eu só conseguia imaginar aquela cena depravada, aquilo me causa náuseas e indignação.

Estávamos reunidas em um círculos, Zayn, juntamente com os demais capangas deram um aviso, em outras palavras uma completa ameaça. Todas nós tínhamos uma tarefa que era "lei". Se saíssemos da linha as consequências seriam inadiáveis. Qualquer deslize estaríamos pior do que agora.

Todas as sextas-feiras ligávamos para os nossos pais para matar um pouco daquela saudade e amenizar talvez os ânimos ali dentro.

- Karla, digo Camila... está ansiosa para falar com seus pais? Eles devem sentir muita saudades de você, né? - Mani perguntou, pois não tinha uma boa convivência com eles.

- Hoje iremos trocá-las de horário, Karla, Lauren e Normani atenderão aos clientes no terceiro andar às 23:00 e às demais continuaram com seus horários fixos por enquanto... vocês já sabem as regras, bico fechado! -

Era isso que ouvíamos o dia inteiro. Já estava farta de tudo por aqui!! Camila Cabello, mais conhecida como Karla Estrabão uma garota que foi deportada de seu país Natal, Miami. Não havia registro nenhum sequer dessa garota, era como se ela não existisse. Apesar de todos esses motivos era uma garota legal.

Já eram 07:00 AM e não tínhamos toda nossa disposição por conta dos nosso hematomas que eram visíveis, à noite teria que usar o meu corpo para satisfazer a vontade de um grande empresário, não ganhamos sequer alguma coisa que gostando ou não era a gente que fazia.

- Já chega de tanta conversa suas vadias. - Eu também era obrigada a ouvir a voz daquele Malik 24 horas por dia. Aquilo me arrepiava toda.

O maior problema que enfrentávamos, era a questão de trocarmos de roupa, pois nossa privacidade era a mínima possível.

- Está tudo bem, Estrabão? Parece que teve uma noite péssima ontem à noite, não é mesmo?

- Karla abaixou a cabeça ouvindo tudo calada sem poder rebater e se defender. - Eu devia ter feito pior do que só ter dado um tapa.

- Em algum momento pensei em abrir minha boca e dizer tudo aquilo que estava entalado, eu tinha que me manter firme para poder ajuda-la futuramente.

Normani, como era novata não sabia muito bem de como as coisas iriam funcionar agora dali pra frente com sua vida de agora em diante.

Eu tive que passar por muitas coisas na minha vida, mas chegar a esse ponto era demais! Que tipo de ser humano venderia outro por dinheiro? Isso é o cúmulo do absurdo, em pleno século vinte e um as coisas desses feitio ainda aconteçam perante nossos olhos e a gente? Não fazemos nada para mudar isso.

"Ele ainda vai me pagar por essa humilhação que está fazendo a você". Pensei alto demais e logo em seguida recebi um olhar confuso de Karla direcionado à mim.

- Michelle? - disse Camila ao bocejar

- Estou muito cansada, será que você poderia cobrir meu horário? - Ela me olhou com os olhos inchados e com bastante dor no corpo.

Eu não podia negar um pedido como esse, mas não era certo eu ter que fazer o trabalho das outras meninas, se alguém descobrir eu estou frita, mesmo se está menina for Camila Cabello.

- Olha, não posso lhe prometer nada, mas vou tentar te salvar dessa. - Ela recostou sua cabeça no meu ombro em agradecimento.

- Bom, disse tudo que precisava... Agora todas de volta para os dormitórios, porque a casa hoje vai encher de grana.

Zayn se virou, adentrando em seu escritório onde fazia as negociações sobre transições, tráficos e etc... estava pronta para pregar os olhos depois de uma noite super conturbada, o que Camila havia me dito não parava de martelar em minha cabeça, o fato de sermos obrigadas a fazer coisas que não são cabíveis, somos tratadas como lixo. É isso que eles fazem, te gabavam bem no começo, dizem que você terá uma oportunidade única de "subir" na vida, lhe fazem mil promessas e você cai como um patinho. Daí você vira uma mulher que os homens só às vê como total objeto e mais nada.

Percebi que tinha entrado em uma cilada, tenho medo de tentar fugir e ser encontrada morta por uma das meninas. - Está tudo bem, Michelle? - Perguntou Normani ao ver meu desespero.

- Hey... Michelle? Você é a próxima! - Sussurrou Camila dizendo que eu seria a próxima no atendimento.

A pior coisa do que ser traficada e trabalhar como uma prostituta é ter que aturar humilhações, xingamentos e até ser espancada sem poder dizer uma única palavra.

Era meio controverso as coisas por aqui, tinha dias em que nem banho podíamos tomar por causa do tempo que demoramos nos dias anteriores. Era um esquema de quem valia mais nas mãos dos empresários que investiram pesado no tráfico humano.

- Está na hora de acordar, vadias. Hora de trabalhar, Normani, você é a primeira. Se arrume. - Shawn, o novo cafetão deu o recado puxando ela pelos braços à força.

Era bem notável o nosso tratamento "exemplar" que tínhamos aqui dentro desta espelunca.

- Hey, está na hora de ir, não se preocupe. - Disse Camila tentando me dar apoio. - Não se preocupe, isso vai ser difícil no começo, mas vocês vai tentar se acostumar.

Eu estava sentindo que hoje daria tudo errado na minha vida, eu não tinha dúvidas que Camila, Normani e eu seríamos grandes amigas aqui nesse inferno.

- Michelle, preciso que você cumpra seus horários fixos por enquanto, o cliente muito importante ira nos visitar hoje.

- Disse Shawn com todo aquele "ar" de machismo e de autoridade de sempre, esse homem me odiava, com este eu tenho certeza que terei grandes problemas.

Antes que eu me esqueça, Shawn Mendes era uns do principais cafetões chefes da quadrilha, não era de se esperar que ele fosse desse jeito, ele foi casado com uma modelo de prestígio, porém quando se passaram anos ele descobriu uma traição que quase levou à morte de um deles que resultou em um fuga dela. Após esse ocorrido ele decidiu arriscar sua própria vida trabalhando no meio do tráfico de pessoas, desde então ele nunca foi o mesmo.

- Karla, está se sentindo melhor? - Perguntei enquanto me mexia na cama me espreguiçando.

- Sim. - respondeu com o sorriso fosco e fechado.

20:07PM

-X-

Era a minha vez de ser escravizada por homens com idade para serem meus pais. Eu entrei no quarto de luz vermelha e me sentei ao lado direito da cama. Tirei minha roupa com muita vergonha, enquanto o homem trancava à porta. Eu podia ouvir nitidamente o barulho da zíper sendo aberto e em seguida às suas partes íntimas já estavam expostas. Naquele momento eu não sabia o que fazer, fiquei reclusa em meio a cama, logo depois veio aquela vontade de vomitar, o nojo sucumbia pelo meu corpo enquanto ele o tocava com aquelas mãos suadas. Eu tentava a todo custo evitar suas caricias, mais assim com ele sabe eu sei muito bem que eu não tinha escolhas, eu não tinha escapatória.

- Preciso respirar um pouco. - Corri sem pensar duas vezes para o banheiro.

Isso já era comum na minha rotina não querer me deitar com ninguém, acho que havia algo de errado comigo ou com o meu corpo. Eu sentia anciã só de imaginar uma coisa dessa. Eu não conseguia me ver nua na frente de estranhos, e ainda pondo em risco a minha própria vida. Se eu não fizesse levaria uma surra tremenda depois. Respirei fundo enquanto lavava meu rosto e corpo diversas vezes.

Voltei para quarto mais aliviada e tornei a deitar, mesmo com nojo ao lado dele. ele segurou firme o meu cabelo, estava com a metade roupa despida. Meus seios estavam exposto ao seu olhar de desejo ao meu corpo. Senti um cheiro ruim logo em seguida e senti sua mão indo em direção a minha boca e aquele odor me causou náusea.

Eu estava me sentindo zonza à ponto de não conseguir sentir meu corpo, acho que tinha sido dopada com alguma droga, meus movimentos estavam lentos.

A última coisa que se passou pela minha cabeça antes de eu apagar foi.

Em que inferno me meti.

foi isso. aproveitando pra dar um recadinho pra vc. sigam a minha co-autora, @Cabello-Estrabao e leiam as fics dela que são de muito bom gosto e são maravilhosas. bjss

avataravatar
Next chapter