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Capítulo 1, Despejado de casa!

"E NÃO RETORNE ATÉ SER ACEITO NO EXÉRCITO!!" – as palavras duras de seu pai ecoaram em seus ouvidos enquanto via a porta se fechar na sua cara.

Lá estava Hideo, com míseros 50 zenis no bolso, uma katana enferrujada e nada além das roupas que vestia. Expulso de minha própria casa.

'Esse dinheiro mal dá para pagar um dia na pousada. O que meu pai tá pensando?! Ele quer que euzinho entre no exército?!'

"Merda!" – o rapaz chutou a porta, extravasando sua raiva. Após alguns segundos de querer arrancar seus olhos, ele suspirou, adotando um semblante entediado. Ele sabia que deveria seguir em direção à Fortaleza Murakumo.

A Fortaleza Murakumo, outrora um templo religioso ancestral, havia se transformado em uma estrutura militar devido à guerra entre os vilarejos de Mogami e Utakata. Utakata, a capital original destas terras, contra a qual estavam em uma guerra estúpida, era imensamente mais forte do que Mogami.

'Basicamente, ficamos com o pauzinho curto nessa guerra. Isso tinha tudo para dar errado.' O jovem caminhava a passos lentos com a mente agitada.

'Nesse mundo insano, com pessoas com técnicas fortes o bastante para cortar rochas com a lâmina. Para invocar chamas que devastam florestas. Para capturar seus oponentes em ilusões apenas com um olhar!! Que chance que eu tenho?!'

Era suicídio! Hideo compreendia que não ter sido o filho mais proativo, mas isso era demais!

"Louco, louco LOUCO!!" – ele exclamou de repente, recebendo um olhar suspeito de pedestres ao seu redor. Outros, que reconheciam e estavam acostumados com as peripécias do rapaz, desviavam o olhar e seguiam com suas vidas.

Para começar, estavam em um período de guerra, e os recursos eram escassos. Seu pai, um modesto comerciante da região, não conseguia sustentar sozinho a família de sete pessoas, sem contar que a avó de Hideo precisava tomar medicamentos regularmente.

Por isso, ele, como o filho homem mais velho, tinha que arranjar um emprego. Seu pai havia conseguido alguns para ele, conversando com pessoas que conhecia, mas Hideo sempre encontrava maneiras de ser demitido. Nunca conseguia durar mais do que uma semana em um mesmo emprego.

As histórias são muitas: como pescador, adormeceu enquanto segurava a vara de pesca e acabou derrubando todas as iscas no rio; como garçom, anotou todos os pedidos errados no primeiro dia e faltou os dias seguintes; ajudando um cozinheiro, acidentalmente envenenou um cliente. E assim vai...

'Eu simplesmente não sou apto para nenhuma dessas coisas, é só... que eu não tenho esses talentos' – ele procurava uma justificativa, murmurando para si mesmo enquanto mantinha um ritmo constante em sua caminhada.

Ele se lembrava da conversa que teve com um bêbado alguns dias atrás, contando sua história.

'Aprendi isso da maneira mais difícil: tudo se resume a talento. É inútil se esforçar em algo no qual você não é bom, ouça bem o que eu digo.'

'Quando eu ainda era moleque, morávamos em Utakata. Eu era o líder e o mais forte do meu grupo de cinco amigos. Éramos todos de famílias humildes, mas gostávamos de brincar juntos e fazer pegadinhas com pessoas da vila. Até que... um malandro de doze anos, um ano mais jovem que eu, juntou-se à turma.'

'Eu, que amava me gabar das minhas habilidades diante dos meus amigos, encontrei nele um rival. O novato era tão ágil e veloz quanto eu, com uma mira e força ainda superiores, e o pior é que ele sequer parecia estar se esforçando. Toda aquela habilidade parecia ser inata... natural a ele. Como se ele tivesse nascido destinado à grandeza.'

'Em poucos meses, descobrimos que ele era um fodendo Uchiha, e nossa competição, que antes era acirrada com ele levemente à frente, foi para a vala... não podia competir com um Sharingan. Tipo... cara, vai se foder!!'

'Eu passei a odiá-lo por roubar a atenção de meus amigos e o meu título de mais forte do nosso grupinho. Tudo... tudo por causa daquela linhagem demoníaca... como eu deveria competir com aquilo?!'

'Euzinho, filho de um comerciante fraco. Eu, que nasci sem nenhuma dessas habilidades para transcender a humanidade e marcar meu nome na história.'

"Esnobes! Escrotos! Lixos!" – o jovem resmungava no caminho, perdido em suas lembranças.

'O desfecho foi que eu o desafiei impulsivamente de uma vez por todas. Faríamos uma competição, e quem perdesse seria expulso do grupo. Seriam competições de corrida, tiro ao alvo e, finalmente, o corte mais impressionante!'

'Eu perdi nas duas primeiras, por uma grande margem, mas eu ainda nutria esperanças de vencer a última, mesmo que eu já estivesse fora, era uma questão de honra. Com uma katana enferrujada que tinha, cortei a carcaça de um goblin, com um único golpe.'

'Ele, por sua vez... demorei a acreditar quando vi, mas ele cortou uma rocha do tamanho de um homem. Ele tinha doze anos!! Por que EU não nasci com esse talento?!'

'Até hoje eu me lembro daquele semblante frio e de seus olhos vermelhos me encarando como se eu fosse um pedaço de merda que estava em seu caminho.'

'Malditos sejam todos aqueles que pertencem a clãs, abençoados com habilidades que pessoas comuns como eu nunca terão!!'

Desde esse dia, Hideo não se encontrou mais com seus amigos. Conheceu mais alguns Uchihas ao longo dos anos, e até alguns membros do clã Hwa. Eles sempre o deixavam com uma sensação terrível de inferioridade, mas nenhum tanto quanto aquele garoto no início da adolescência. Mesmo dentre os grandes clãs, aquele era um verdadeiro monstro.

Anos depois, ao completar seus quinze anos, a morte da sua querida mãezinha intensificou todo o seu ódio. Foi na mesma época que seu pai tentou lhe dar um trabalho.

Parece que seu monólogo interior havia sido longo, pois finalmente havia chegado. Ele olhava adiante, encarando a imponente Fortaleza Murakumo.

"Aqui estou... na própria casa dos demônios" – ele sussurrou, como se lhe faltasse energia para falar mais alto. O local de seu alistamento estava logo adiante.

"Que os deuses tenham pena de mim..." – continuou, entrando no recinto. Desta vez, ele sabia que não podia causar sua demissão de propósito.

'É a porra de um exército. Fala sério, se eu fizer merda, eles podem até me matar. Sem falar que eu não terei mais uma casa para morar ao menos que isso dê certo.'

Este é um breve capítulo introdutório, destinado a situar o leitor em um universo alternativo de conflito. Nenhum dos personagens criados por Kishimoto está presente aqui, com a exceção dos clãs, jutsus e Bijuus, que foram reinterpretados de forma bastante distinta daquilo a que vocês estão acostumados.

O início pode parecer um tanto confuso, mas ao longo do desenvolvimento da história, todos os pontos serão devidamente esclarecidos... eu acho.

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