4 Em uma cabana com humanos

(Pov Amaya)

Estava passeando pela floresta esperando meu sobrinho chegar, ele deve demorar um pouco, eu geralmente fico na fronteira protegendo o Reino de Katolis dos elfos do sol, mas nós não estamos em guerra, e além disso é inverno.

Os elfos do sol ficam menos ativos nessa estação, aproveitando essa estação eu volto para a cabana de inverno, um lugar onde o Rei e a Rainha, minha irmã, passam com seu filho as férias.

Eu estou esperando por eles, mas como não tenho nada para fazer eu começo a passear pela floresta, eu que estou acostumada a apenas vermelho e fogo, ver diversas cores é incrível.

Não consigo escutar então eu preciso aproveitar o que eu tenho, como minha visão. Eu ando por aí até encontrar algo se mexendo, como não tenho nada para fazer eu vou ver o que é, não me parece ser um animal pois é bípede.

Eu preparo minha espada e um escudo grande para me defender, nunca se sabe né, e a fronteira me ensinou a sempre estar alerta. Me aproximo lentamente, até que vejo uma menina pequena que parece ter 5 anos.

Ela parece estar acabada, extremamente pálida, fraca, ela cambaleia de um lado para o outro como se fosse desmoronar, mas quando eu fui baixar minha guarda eu vejo que ela tem chifres, uma elfa.

É uma nova tática? Bem mesmo que seja uma elfa criança não posso subestima-la, ela não se parece com os elfos do sol, ela tem os cabelos brancos que os elfos do sol não têm, se eu tiver que chutar eu chutaria uma elfa da lua.

Mas eu me pergunto o que uma elfa da lua estaria fazendo aqui? Eles vieram assassinar alguém, o Rei talvez? Eu me fico em posição de ataque, mas a elfa nem parece me ver direito, agora que reparo ela tem olhos fechados, cega?

Ela abre os olhos rapidamente e os fecha, suficiente para eu ver que ela tem olhos roxos. Eu continuo aproximando porque parece que ela está desmaiada ou morta. Ainda em posição de ataque eu cutuco ela.

Ela está extremamente suja, com as roupas ligeiramente rasgadas, além de ter os cabelos brancos, ligeiramente enrolados, com um rosto magro, mas que antes deveria ter sido lindo.

A elfa nem se mexe, então eu a amarro, por mais que eu ache que deveria matar ela, é apenas uma criança, mas não posso deixar ela matar ninguém, então eu a prendo bem forte, para ela não se soltar depois eu a revisto e não vejo nada de perigoso, apenas algumas poções, acho que é veneno, melhor tirar dela.

Eu a trago para o porão da cabana de inverno, e a amarro em um pilar, com as mãos para traz, fazendo com que ela não possa se mover, ela ainda está dormindo, com a cabeça baixa e pernas em forma de V.

Agora que presto mais atenção ela tem 5 dedos, como eu, mas não é suposto elfos terem apenas 4 dedos. Mas os chifres são reais. Seu rosto tem 4 marcas ao total. Duas em cada bochecha.

Elas fazem um triangulo na horizontal apontando sua parte maior para o nariz. As marcas são roxas, e uma delas tem um avermelhado em volta, parecendo que foi feita a pouco tempo, assim como um machucado que ainda tem que sarar.

Meu amigo e interprete, Gren, chega e me pergunta sobre a elfa com linguagem de sinais.

-´´ Quem é essa? `` (Gren)

-´´ Uma elfa que eu achei quase desmaiando na floresta, então eu trouxe para deixar a decisão para o rei, essa elfa pode causar uma guerra, não podemos matá-la descuidadamente`` (Amaya)

Ele acena em acordo, então ele parece ter escutado um grito, bem eu não escuto mesmo, então ele me fala.

(Desculpe interromper, mas quando eles forem se comunicarem com a Amaya vai ser com linguagem de sinal, a não ser que eu especifique o contrário, com linguagem falada)

-´´ O Rei e a Rainha chegaram, vamos General? `` (Gren)

Eu aceno com a cabeça e vamos até a porta para cumprimentar o Rei Harrow e Sarai, minha irmã. Eu deixo um guarda cuidando da elfa, espero que ele não faça merda.

Então saio da cabana e encontro eles, eu faço uma saudação para o Rei, mesmo que ele odeie isso é meu dever.

Após isso eu vou e dou um abraço neles, e um outro abraço no Callum, meu sobrinho, até que começo a explicar a situação para eles, sobre a elfa, com o Gren traduzindo, apesar de que Sarai possa entender o que digo, o Rei não.

Quando termino de explicar a situação para eles eu escuto um grito.

(Fim Pov)

(Ametista Pov)

Eu me desperto, mas ainda não me mexo, mesmo que tenha dormido, acho que minha mente estava tão cansada que não teve como fazer pesadelos, e agora que me lembro só me sinto mal.

Verifico como está meu corpo, bem ele está amarrado no que eu acho ser um poste, estou dentro de alguma casa não utilizada geralmente ou um porão, pois havia muito pó, e como sei que estou dentro de alguma casa ou porão ou qualquer coisa do tipo, por que é inverno, e está frio lá fora.

Minha energia vital está extremamente fraca por conta que não me alimentei direito, o que posso fazer, eu não sentia fome, e a pouca comida que eu comia era apenas para que eu pudesse andar.

Eu sinto uma pessoa olhando para mim, mas ele não tem nenhum Arcanum, o que significa que ele é um humano. Quando deduzo isso, eu sinto ele tentando me dar um soco.

Sinto a queimação no meu rosto, e abro meus olhos, com desprezo e zombaria, mas não para ele, para mim, que me deixei capturar pelos humanos, e minha mãe disse para eu viver.

Parece que minha viajem nesse mundo já acabou, mas eu sinto que um dente quebrou, com sangue na minha boca, eu começo a sorrir e dar gargalhadas baixinhas.

-´´ Seu monstro, cale a boca `` (Humano 1)

Ele tenta me dar mais um soco, mas decidida que não irei morrer, para cumprir o que minha mãe pediu de último desejo.

Eu puxo ligeiramente minha cabeça para o lado, e como ele está próximo de mim, eu coloco a ponta do dente canino que me foi arrancado preparado, e com força dos meus abdomens contraídos ao máximo e depois de ter juntado muito ar nos meus pulmões.

Junto com um pouco de energia vital carregada no meu dente arrancado eu o cuspo, e como eu já havia feito uma runa do ar em miniatura para um feitiço do céu, que peguei magia do vento que eu próprio criei, usei a Runa Aspiro criando uma rajada de vento que potencializou meu dente que viajou a uma velocidade incrível.

Eu apontei por entre os anéis da armadura do guarda que era de malha, o dente passou entre os anéis da cota de malha, e perfurou o ombro esquerdo do guarda.

Ele se afastou com medo, mas eu não poderia cortar as amarras sem minhas armas, parece que tiraram até minha comida, enquanto pensava nisso o guarda ficava cada vez mais nervoso por eu estar ignorando ele.

Então ele pegou sacou a espada e quando ele apontou ela para mim, a mulher que eu tinha visto antes de desmaiar chegou, carregando um escudo pesado e uma espada, ela parecia um tanque agora.

Ela olhou com cautela para mim, então entrou outras três pessoas, uma mulher e dois homens. A mulher tinha cabelo preto amarrado em um coque, e com duas franjas que chegavam até seu queixo além de ter uma pinta abaixo do olho.

Ela usava uma coroa, ou o que eu acho ser uma, uma roupa vermelha, dourada, marrom e cinza claro. Parecia a mulher que usava o escudo, acho que são irmãs.

Um dos homens no mundo onde vivi ele seria um afrodescendente, com dread no seu cabelo castanho, além de ter a mesma coroa que a mulher, ele usa uma calça e botas feitas como uma armadura de cor cinza clara, com alguns adornados dourados.

Um peitoral com o mesmo material da calça, e também a parte do braço era coberta por essa armadura, uma cinta marrom-escura com um mini escudo na fivela, abaixo dessa armadura ele usava uma roupa vermelha com algumas linhas.

Ele mostrava uma imagem inspiradora, de poder, mas seus olhos eram gentis. Interessante.

O outro homem tinha cabelos ruivos bagunçados, com sardas no rosto, mas parecia que ele apenas um adolescente do que um homem. Ele usava apenas uma armadura comum, mas podia ver uma forte força de vontade nele.

O Homem com a coroa, se aproximou de mim com grande dignidade e falou

-´´ O que você está fazendo aqui, elfa da lua?`` (Harrow)

Eu olhei intensamente nos olhos dele e apenas desviei o olhar e fechei meus olhos, eu não preciso falar com ninguém, pelas histórias da minha mãe provavelmente eles vão me usar como um instrumento para algo mesmo.

Pelo meu mundo antigo, acho bem possível um humano fazer isso, já aconteceu antes, e eu já vi, pelas minhas viagens, nem sempre é bom saber tudo. Tortura, talvez eles façam isso comigo para descobrir alguma fraqueza dos elfos.

A mulher de vermelho falou, olhando para os meus chifres.

-´´ O que uma criança faz aqui?`` (Sarai)

Interessante, ela não me considera uma elfa, mas uma criança. Enquanto isso eu sinto o homem de cabelos ruivos fazendo a linguagem de sinal para a mulher do escudo, e ela responde com outros gestos, eu pude entender o que eles dizem.

Parece que o cara com cabelos ruivos estava traduzindo, e ela estava pedindo para a Sarai, a mulher com a roupa vermelha, voltar, que era perigoso e blá blá blá.

Eu sou uma porra de uma criança e ainda estou amarrada, como eles esperam que eu machuque alguém, espera, eu já machuquei, falando nisso minha boca está cheia de sangue.

Cuspi o resto do sangue no chão na frente do homem de coroa, ele parece ser o que tem mais autoridade, vamos ver o que acontece.

Hmmm, parece que o guarda que eu tinha machucado ficou muito irritado, e veio me atacar de novo, bem talvez ele só não tivesse um motivo para me atacar na presença de seus superiores.

-´´ Seu monstro como ousa fazer isso com o rei `` (Guarda)

Ele agora me deu um chute do outro lado do rosto, quebrando mais um dente no processo, apesar que a Sarai, qualquer que seja o nome dela, tentar impedir ele. Eu segurei o dente novamente, e ele ficou distraído pois o rei que ele estava 'defendendo' estava gritando com ele.

-´´SAIA JÁ DESSA SALA`` (Rei)

Quando ele tentou-se explicar que o que eu fiz era um insulto, o rei ficou ainda mais furioso com ele, então ele apenas saiu, mas não antes de eu dar um presente para ele.

Eu com mais energia que tinha antes, pois eu havia acabado de acordar, fiz mais força no abdômen, e junto com a energia vital, eu cuspi com muita mais velocidade que antes.

E perfurou a perna atravessando ela. Fazendo o guarda dar um grito de dor, e com isso eu dei uma risada, ninguém mandou me bater por motivo algum. Ele ficou ainda mais com raiva, mas ele precisava seguir as ordens do rei.

Todos se afastaram de mim e se prepararam para se defender, mas mesmo assim eu nem me importei, e dei outro cuspido de sangue, pois foi aberta outra ferida que escapou mais sangue. Bem esse gosto de sangue não é tão ruim, me faz lembrar que estou viva.

Eu começo a tentar me manter acordada pois com a perda de sangue, usar energia vital, além de usar meus músculos por toda sua extensão, misturado com a falta de comer, e de sono, me fizeram ter a visão escurecida.

Parece que vou desmaiar, bem eu não dormi o suficiente ainda, então acho que vou dormir. Antes disso eu faço um mapa mental do lugar apenas para saber se não serei levado para algum outro lugar.

avataravatar
Next chapter