1 Prólogo

Há muito muito tempo, havia um homem que passou sua vida perseguindo a espada, não ligando para qualquer coisa além de sua lâmina.

Sem se importar com coisas como amor, romance ou família, ele lutou por campos de batalhas incontáveis, e em meio as batalhas sofreu diversas perdas, os poucos amigos que andavam junto a ele nesse caminho, se foram um a um.

Este homem porém não desistiu de seu sonho, e em honra aos companheiros mortos ele iria além, não só com a espada, mais agora também com os punhos, um lutado de combate fechado perfeito.

Vagando dessa vez sobre a antiga terra, enfrentando monstros incontáveis e homens implacáveis, seu corpo havia chegado ao seu ápice, suas artes marciais haviam chegado em um nível tão alto, que nada mais poderia lhe machucar, qualquer intenção assassina não passaria em vão, o corpo treinado ao extremo reagiria antes mesmo da mente entrar em estado de batalha, e assim a luta acabaria antes mesmo dele começar a lutar.

O guerreiro solitário, o senhor da guerra invencível, o homem imparável, tais títulos haviam sido conquistados em sua jornada, mais ao invés de grandeza ou satisfação, tudo o que lhe restava era solidão.

Em sua longa estrada, um dia ele ouviu falar de uma certa ruína, nesse lugar estavam os monstros mais terríveis que a humanidade já havia encontrado, o lugar era inóspito e implacável, eliminando as esperanças de retorno de qualquer um que ali entrasse.

Para uma vida já exausta pela solidão, o lugar parecia mais um paraíso, e assim o deus da batalha partiu em sua última jornada.

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Viajar por aquelas terras não era fácil, mais não impossível, e para um homem tão poderoso não havia obstáculos que pudessem o parar.

E após vários dias, o alvo havia entrado na visão do guerreiro.

A linda e enorme ruína apareceu diante de seus olhos, o lugar parecia um paraíso na terra, repleto de árvores, estátuas e fontes que completavam o estilo arquitetônico.

Logo na entrada da ruína haviam a imagem de dois anjos, que pareciam lançar bençãos naqueles que ali entrassem.

O guerreiro sem nem pensar caminhou sem pesar pela entrada, e assim começou sua longa batalha.

Enfrentando monstros incontáveis, e incomparáveis, dos mais simples lizardman, ao rei dos céus, os Ancient Dragons.

Como haviam dragões em uma ruína aparentemente minúscula?

Esse era o segredo do lugar, não era uma simples ruína, era um mundo separado, a ruína na antiga terra era apenas um portal, que enviava as pobres almas para este labirinto selvagem e cruel onde qualquer ser fraco, não era mais nada do que alimento para os fortes.

Lutando em tal ambiente, o bravo guerreiro sentiu seu sangue ferver, cada luta parecia aquecer seu sangue mais e mais, e preencher o coração vazio com uma quantidade incontável de adrenalina.

Um a um, ele enfrentou os monstros ali presentes, se fortalecendo mais e mais, o limite de seu corpo foi assim despedaçado, e mais uma vez, um novo caminho se abriu a sua frente.

Levou anos, para que o guerreiro chegasse até seu destino.

No último compartimento da masmorra, o último chefe, a última prova, e talvez seu último lugar de descanso.

O monstro ali presente não era um dragão, um tigre ou uma fênix, era um homem, porém não um homem qualquer, ele tinha uma estatura de cerca de 3m, o seu corpo parecia banhado em prata, e em suas mãos estava uma longa alabarda que parecia perfurar os céus.

"Oh bravo guerreiro que até aqui chegou, este é o último desafio, passe-o e eu realizarei os seus mais profundos desejos."

A voz poderosa ecoou pela masmorra, aumentando ainda mais a cautela do bravo guerreiro, parecia que havia um céu além dos céus.

Da bainha em sua cintura, o guerreiro lentamente tirou uma espada, a lâmina era negra, e runas que mais lembravam entalhes, estavam preenchida com sangue carmesim, era belo e tentador, exalava força e terror.

De frente a um inimigo desconhecido, o guerreiro sentiu seu coração pulsar mais forte, a intenção de batalha em seu corpo aumentou, e naquele momento oportuno

Espadachim e lâmina se tornaram um, um reino incomparável, já estava muito além do que a humanidade poderia alcançar.

O hálito da espada agora emanava do guerreiro, o chão sobre seus pés parecia manteiga a cada passo que ele dava as ruínas tremiam e longos cortes se alastravam pelo chão.

Frente a um inimigo tão aterrador,a figurava segurando a alabarda não mostrou temor, e partiu em direção ao ataque com seu golpe mais poderoso.

A alabarda foi erguida até os céus, e então balançada em direção a terra como uma punição celestial, a força por trás deste golpe era tão enorme, que o ar ao redor explodia, o espaço tremeu e quebrou como um espelho caindo no chão.

Frente a tal poder, até mesmo a natureza parecia ser frágil, mais o guerreiro não mostrou medo ou temor, e sim um sorriso.

Segurando a espada com suas mãos, ele balançou a lâmina na diagonal, e frente a tal golpe, até o tempo pareceu ser cortado, a figura e sua alabarda não fora exceções, apenas os resquícios de sua existência pareciam cair como cinzas sobre o chão.

Não foi até a vitória ser conquistada, que a voz novamente soou.

"Bravo guerreiro humano, tu a alcançara um posto que nenhum outro homem jamais pôde sonhar, tu alcançaste o ápice dos humanos, tu se tornaste um deus da batalha, mais teu coração é vazio, tua mente é fraca, tu não podes se tornar um de nós, agora."

A voz era repleta de poder, e mostrava a dignidade e superioridade que humanos não poderia ser quer imaginar alcançar.

"Em teu reino, existem pessoas fortes?"

Para a pergunta do guerreiro, a voz respondeu com um sorriso.

"Ainda mais do que podes lutar agora."

Aquelas poucas palavras formaram um sorriso no rosto do guerreiro, mais esse sorriso não demorou muito, logo ele lembrou das palavras anteriores, seu corpo havia transcendido um ser humano, havia alcançado a divindade pela pura batalha, mais sua mente não acompanhou seu corpo.

"Já que este foi um direito conquistado por meu sangue, pelas minhas lutas, creio que você pode me ajudar a alcançar a perfeição?"

"Claro, jovem, não há nada que não possa ser lançado, tua mente se tornou frágil em meio a solidão, tu não conheces o prazer ou felicidades que um humano deveria ter, tu careces de experiência, só assim você poderá mostrar o seu melhor."

"Então, o que devo fazer?"

Para aquela pergunta repleta de curiosidade, a jovem respondeu.

"Tu serás mandado para um mundo distante, tu irás recomeçar como uma simples criança, desta vez tu terás uma família, mais o que você poderá alcançar dependerá de você, neste mundo, seja a magia ou ciência, estão muito atrás da terra antiga, tu manter as teu conhecimento, e até mesmo tua força, bravo guerreiro, alcance a paz que teu coração tanto desejas, alcance o lar e conforto que sempre desejará, se torne perfeito, e venha ao nosso mundo com suas conquistas."

A voz se tornou cada vez mais e mais fraca, e o guerreiro sentiu suas pálpebras tremerem, e assim ele caiu no chão, dormindo cercado por uma luz radiante.

Não foi até que em um lugar e tempo distantes e desconhecidos, que a história do bravo guerreiro recomeçou, junto ao choro de um recém nascido.

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