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A Queda da Noite

Era para ser mais uma viagem entre amigos, uma escapada da rotina urbana para uma aventura no campo. Porém, o destino tinha outros planos reservados para eles naquela noite sombria.

Felps, Julius, Edward e Arthur, unidos pela amizade desde a infância, embarcaram em sua velha kombi, ansiosos por explorar novos horizontes. O motor ronronava enquanto atravessavam uma estrada sinuosa, ladeada por uma densa floresta. O sol começava a se pôr lentamente, tingindo o céu de tons alaranjados, quando o inesperado aconteceu: o câmbio da kombi travou, fazendo-os parar abruptamente à beira da estrada.

Felps, o mais calmo do grupo, tentou lidar com a situação, mas logo percebeu que o problema era mais grave do que imaginava. Com um suspiro resignado, ele puxou o freio de mão, fazendo a kombi derrapar até parar em meio à grama alta. Julius e Edward trocaram olhares preocupados, enquanto Arthur permanecia em silêncio, observando a situação com sua habitual serenidade.

Enquanto Felps verificava o câmbio, uma sensação de inquietude pairava sobre o grupo. A noite se aproximava rapidamente, envolvendo a paisagem em uma penumbra crescente. O que era para ser uma aventura animada agora se transformava em um desafio sombrio.

"Está anoitecendo", murmurou Felps, erguendo o olhar para o céu tingido de vermelho. "Por favor, verifiquem se há alguma oficina mecânica por perto."

Os amigos consultaram seus smartphones, esperando encontrar uma solução rápida para o problema. No entanto, suas esperanças foram frustradas quando descobriram que não havia nenhuma oficina próxima dali. Era óbvio que teriam que passar a noite ali, naquela estrada deserta, cercada pela escuridão iminente da floresta.

Decidido a manter a calma diante da adversidade, Felps propôs uma solução temporária. "Vamos procurar algum lugar para dormir um pouco", sugeriu ele, tentando ocultar a preocupação em sua voz.

Após uma breve discussão, concordaram em explorar os arredores em busca de abrigo. Deixando a kombi para trás, adentraram na floresta escura, suas lanternas iluminando o caminho à frente. A noite estava fria e silenciosa, e nada parecia acolhedor naquele lugar desconhecido.

Após uma caminhada exaustiva, finalmente avistaram uma construção solitária entre as árvores. Era uma casa antiga e decrépita, sua estrutura coberta de musgo e mato. Embora não oferecesse muito conforto, era a única opção que tinham.

Julius hesitou por um momento, observando a casa com desconfiança. "Parece que está prestes a desabar", comentou ele, com um ar de apreensão.

Edward, no entanto, estava determinado a fazer o melhor da situação. "Vamos dar uma olhada por dentro", sugeriu ele, forçando a porta emperrada da casa a se abrir.

O interior estava escuro e úmido, o cheiro de mofo impregnando o ar. Teias de aranha adornavam os cantos das paredes, e o chão rangia sob seus pés conforme avançavam. Era óbvio que a casa não era habitada há muito tempo.

Com a chegada da noite, a temperatura começou a cair, e uma sensação de inquietação se instalou entre eles. Edward decidiu que iria procurar por comida, enquanto Arthur ofereceu-se para encontrar camas para todos.

Felps e Julius optaram por esperar na sala de estar, observando a escuridão além das janelas empoeiradas. O tempo parecia se arrastar enquanto aguardavam o retorno de seus amigos, e o silêncio da floresta envolvente só aumentava sua sensação de desconforto.

Foi então que ouviram um grito ecoar pela noite, um som agudo e perturbador que os fez estremecer. Sem hesitar, Felps e Julius correram para a porta, prontos para ajudar seus amigos. Mas, para sua surpresa, encontraram apenas Arthur de volta à casa, carregando algumas camas improvisadas nas costas.

O ar estava pesado de tensão quando Arthur entrou na sala, sua expressão serena ocultando qualquer sinal de preocupação. "Onde estão Edward e Julius?", perguntou Felps, notando a ausência dos amigos.

Arthur apenas deu de ombros, depositando as camas no chão com um gesto casual. "Eles provavelmente estão apenas fazendo graça lá fora", respondeu ele, com um sorriso enigmático nos lábios.

Apesar das dúvidas que surgiram em suas mentes, os amigos decidiram seguir em frente e aceitar a hospitalidade precária da casa abandonada. Com a promessa de um pouco de descanso, eles se acomodaram nas camas improvisadas, tentando ignorar os sons inquietantes que ecoavam na escuridão lá fora.

No entanto, à medida que a noite avançava e o silêncio da floresta se intensificava, uma sensação de apreensão se instalava sobre eles. E quando um grito rasgou a quietude da noite, os amigos perceberam que estavam prestes a embarcar em uma jornada muito mais sombria do que jamais imaginaram.

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