Capítulo 2: Goblins

Goblins, tinham que ser goblins.

Na minha frente estão um bando de uns dez goblins rosnando pra mim, e do meu lado há um grupo de Aventureiros saídos de um RPG genérico.

Com um cara de armadura que tem Cavaleiro basicamente escrito na testa dele, uma mulher com um arco, e uma garota que deve ser da minha idade com roupas brancas de igreja.

Você deve estar se perguntando "como é que você foi parar nessa situação" . Para entender essa zona precisamos voltar um pouco no tempo.

10 minutos atrás

Dante:* sigh * estou perdido.

Após andar por quase uma hora, percebo que não faço a mínima ideia de pra onde estou indo.

Dante: eu deveria ter tentado me localizar antes de entrar na floresta, agora não adianta chorar.

Eu me apoio em uma árvore e penso.

Dante: (será que meus [status] mudaram).

Checando, eu vejo que a única coisa que mudou foi:

[ Nível 1 (próximo {3/100%}) ]

Dante: então eu preciso matar mais 97 lobos para subir um nível? Espero que não tenha um IBAMA nesse mundo.

Eu coloco a mão no bolso e pego os cristais.

Dante: agora vamos ver o que é isso [Analisar].

[Núcleo]

[Qualidade: -I]

[Um núcleo contendo a Energia, Alma e Mana de um ser vivo]

Dante: então são núcleos, mas pela descrição Energia e Mana são duas coisas diferentes.....tá...e o que eu faço com isso?

Pensando nisso eu tenho uma ideia.

Dante: internet não me decepcione de novo.

Eu levanto minha foice e levo os núcleos perto dela, num passe de mágica, os cristais derretem e são absorvidos.

[Dragão Esquecido (Arma Viva)]

[Tipo: Foice]

[Qualidade: I]

[Habilidade:Fortalecer Necromancia I]

[Evolução: 2%]

Dante: então eu posso evoluir minha arma com núcleos, pelo menos isso é verdade.....mas eu ainda tenho que achar um lugar para passar a noite...cadê minha sorte de protagonista quando eu preciso dela?

Assim que termino de falar eu escuto alguém gritar.

?: emboscada! Todos em posição!

Dante:...pelo jeito eu ainda sou o MC dessa história, agora vamos ver o que está acontecendo.

Levanto e seguro minha foice com as duas mãos enquanto vou me esgueirando pela mata. A cada passo meu os barulhos e vozes vão ficando mais altos.

Parece que estou entrando em um canil cheio de cachorros raivosos. O som era agonizante e profundo.

Presente

Dante: e foi assim que eu cheguei aqui, agora vamos ver se esses bichos são fortes [Analisar].

[Goblin]

[Rank: -H]

[Os Goblins são um dos tumores que afligem esse mundo]

Dante: não parecem grande coisa, mas ainda são mais fortes que os lobos, é melhor me preparar ERGAM-SE.

Eu ativo [Chamado do Cemitério] e na mesma hora o esqueleto surge na minha frente.

Dante: é o mesmo? O equipamento é igual. Acho que vou dar um nome pra ele depois, enfim, dê um fim à essas pestes.

Aproveitando o momento em que a luta para ( afinal um esqueleto apareceu do nada) ele se joga no meio dos inimigos. E a cena parece a de um liquidificador estraçalhando um pedaço de carne.

Ele avança e dece a espada como uma guilhotina, partindo o primeiro projeto de anão de jardim ao meio como se não fosse nada.

O segundo foi agarrado pelo pescoço antes de entender o que aconteceu, a mão esquelética aperta tão forte que esmaga o pescoço e arranca a cabeça do pobre coitado.

Ao ver seus semelhantes serem massacrados, os goblins amedrontados e mais pálidos que uma folha de papel, viram as costas e fogem mais rápido que a luz (não antes do esqueleto acabar com mais um goblin que foi agarrado de costas e quebrado como um galho de árvore com uma joelhada).

Dante:...ok, isso foi perturbador.

Os aventureiros vendo isso ficam tão surpresos quanto eu (ou até mais) e encaram em choque meu mortos-vivo vindo na minha frente, batendo a mão na armadura maltrapilha e desaparecendo.

Dante: então...oi.

Essas são minhas incríveis capacidades de comunicação em toda a sua glória para vocês.

Agora falando sério, eu sou uma desgraça na hora de conversar com outras pessoas.

Depois dessa falha épica em tentar começar uma conversa, o cavaleiro do grupo se recupera do choque da situação absurda que acabou de acontecer e entra em posição e aponta a espada para mim.

?: quem é você?!

Dante: não é falta de educação perguntar o nome de alguém sem se apresentar primeiro?

Ele é surpreendido pela minha lógica meia-boca mas ainda diz.

?: não vou dar meu nome para alguém que invoca demônios!

Dante: primeiro, eu invoco mortos-vivos, segundo, ele salvou você e seu grupo daqueles goblins.

?: você não vai me enrolar seu...

??: fica quieto Tony, se ele quisesse lutar ele não teria mandado o esqueleto embora.

A mulher com o arco fala de traz do cavaleiro, que pelo visto se chama Tony,e vem até a minha frente.

??: meu nome é Melissa, obrigada pela ajuda contra aquelas pestes.

Dante: meu nome é Dante, não precisa agradecer, tudo o que fiz foi me livrar do lixo.

Melissa: hahahaha! Você fala assim porque o seu amiguinho é forte, mas nós Aventureiros de Rank I teríamos problemas enfrentando tantos.

Dante: se você diz.

Melissa: bom, o cabeça de vento atrás de mim é o Tony, não se ofenda com o jeito dele, ele tem medo de mortos-vivos é só isso.

Tony: ei eu não tenho medo de uma pilha de ossos!

Dante: então eu posso chamar ele aqui?

Tony: na-na-não, nada de chamar aquilo aqui!

Melissa: hahahaha! Viu só, bom a menina se chama Agnes.

Agnes: o-oi....

Melissa: bom, o que faz sozinho no meio da floresta garoto?

Dante:.....eu estou perdido.

Melissa:...HAHAHAHA! Sério isso?

Dante: infelizmente, se vocês puderem me levar até a cidade mais próxima eu agradeço.

Melissa: ok, nós temos que voltar a Guilda de qualquer jeito.

Tony: espera aí! Você quer levar ele junto!

Melissa: sim, é o mínimo que podemos fazer para agradecer, então vamos!

Dante: mostre o caminho.

E assim começa a história do homem que se tornaria o soberano da morte, o rei dos esquecidos, o próprio [Ceifador].