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Uma Realidade Familiar Parte 1

POV: Baldur.

Local Desconhecido, Dimensão Desconhecida.

Passagem de Tempo Desconhecida.

Ano Desconhecido.

O acordar não foi nada gentil, como sempre nesse tipo de situação, foi como se eu tivesse bebido um pequeno lago de hidromel, sendo um mortal.

Minha cabeça doía como se estivesse aberta, mas o corpo se juntou a isso logo depois.

(O que aconteceu?) Perguntei para mim mesmo.

Então, lembrei da minha fuga que por algum motivo deu errado.

A boa notícia, é que eu ainda estou vivo e tenho todos meus membros, o que é algo realmente incrível, levando em consideração que eu de alguma forma fiquei preso numa espécie de acidente evolvendo um portal dimensional.

Então sim, tive muita sorte.

Ainda morrendo de dor, comecei a me concentrar nas minhas coisas, um pequeno truque para tentar ignorar a meu sofrimento.

Minha All-White, ainda estava comigo e viva, mas ferida, ela foi o motivo para eu estar inteiro nessa realidade.

Como ela pode se curar desde que aja um pequeno pedaço seu, tudo vai ficar bem. Mantendo a energia como ela está agora, vai demorar dois dias para ficar cem por cento, então aumentei o fluxo de energia focando na sua cura, agora, tudo vai ficar bem em duas horas.

Com isso feito, me force abrir meu olho, tenho que saber onde estou.

A primeira coisa que vejo um teto branco, sujo e velho, tomando de morfo com uma lâmpada piscando quase falhando ligada iluminando o lugar.

(Parece ser um apartamento.)

Não sei quanto tempo fiquei apagado, talvez dias, então, esse lugar é seguro, e quem me salvou também e confiável, já que ele teve tempo mais que o suficiente para se divertir comigo.

Estou deitado num sofá caindo aos pedaços, do lado dele, preso na parede, uma bolsa hospitalar de soro cheio com uma mangueira de plástico transparente conectado a ele.

Não há mais nada mais nessa sala, só um sofá com uma TV antiga em cima de um pequeno centro.

Levo então minha mão para meu cinto fazendo um esforço ridículo levando uma eternidade para chega lá, nele está o aparelho que uso para viajar entre as dimensões, vou o testar mais tarde quando eu puder me levantar, a segunda coisa a ser vista, é o aparelho da Alice, que também está comigo.

"Alice?"

{Bem-vindo de volta, senhor.} Falou ela imediatamente.

Fico completamente aliviado agora, não só o aparelho está comigo e não se perdeu na viagem, como ele também está inteiro e funcionando.

(Pelo menos, não foi uma grande perda de tempo aquela confusão toda.)

"Alice, onde estamos?" Perguntei.

{Desconhecido Senhor, nos últimos dias fiquei no modo de espera analisando e decodificando a informação que peguei do banco de dados inimigo.}

"Quantos dias fiquei dormindo?"

{Quatro dias, senhor.}

(Não é tão ruim.)

"Precisamos de informação primeiro, Alice, se conecte com alguma rede comum e consiga o máximo de informação que você poder, mas não vá muito longe, não tente invadir nenhum banco de dados do governo, não queremos chamar atenção."

{Eu não posso, senhor.} Respondeu ela em seguida.

"Por que não? Esse mundo tem defesas avançadas?" Perguntei curioso.

{Difícil dizer senhor, meu sistema sem fio foi danificado depois do evento que sofremos, estou completamente fora da rede, eu preciso ser conectada diretamente num roteador ou sistema com fio.}

"Nunca é fácil, mais algum problema para relatar?" Perguntei.

{Fora isso, não senhor.}

(Boas notícias, finalmente.)

{Como o senhor ainda está confinado nesse lugar, gostaria de passar o tempo vendo as informações que consegui roubar do QG central da Terra-267?} Perguntou ela.

"Terra-267?"

{A realidade que estávamos antes do incidente senhor, é assim que ela foi registrada no banco de dados do inimigo.}

"Finalmente, informação!" Quase grito de animação.

A pior coisa para alguém como eu, é ficar sem saber o que está acontecendo ao meu entorno, diferente dos personagens principais loucos das histórias, que literalmente se jogam na situação sem sabe de nada, prefiro o preparo baseado em tudo que sei, assim, conseguindo a vitória.

Desde que essa viagem começou, tudo que fiz foi viajar de um lugar para o outro perdido, agora, talvez eu possa sair da defensiva.

"Trum!"

Antes de dizer sim para Alice, escuto a porta abrir e passos lentamente se aproximando da sala. Como o sofá fica de lado dela, não posso ver entrada. A pessoa, não foi direto para aqui, e sim para outro cômodo, aonde colocou algo pesado em alguma superfície e só depois de alguns minutos, se aproximou de mim.

"Certo, Bela adormecida, vamos tentar de nov...." Falou uma voz bastante conhecida para mim.

Vindo da esquerda do sofá estava ele, Peter Parker, um bem-parecido com a versão da minha realidade, a única diferença, é que o treinado por mim não faria uma cara tão surpresa e idiota, pelo menos não na minha frente.

"Ótimo, salvo pelo Homem-Aranha, quais são as chances disso?" Perguntei em voz alta.

Peter, ficou com um saco de plástico na mão congelado olhando para mim.

"Você sabe quem eu sou!" Gritou ele, pulando para trás de susto, quase batendo com a sua bunda na TV atrás dele.

"É uma longa história, e você provavelmente não vai acreditar em mim."

"Espere, é claro que você sabe quem eu sou, você veio aqui por conta do feitiço também!" Ele bateu na sua testa, o gesto multiversal para acordar de uma ideia burra.

Agora, sou que está interessado.

"Feitiço, que feitiço?"

"É uma longa história, e você provavelmente não vai acreditar em mim." Provocou o menino.

"Garoto, apenas conte para mim." Peço.

"Antes disso, você não é um dos vilões, não é?" Perguntou ele, dando alguns passos para trás.

Respirei algumas vezes, e tentei começar de novo.

"Vamos às apresentações então, meu nome é Baldur Odinson, e eu venho de outra realidade." Tentei levantar minha mão, mas ela nem tremeu.

"Você tem alguma prova disso?" Ele estava desconfiado.

"Eu sou um Asgardiano, como em nome de Odin, eu vou provar isso para você? Não temos RG em Asgard!"

"Fale alguma coisa do Thor, algo que só alguém próximo sabe."

"Meu Thor, pode não ser o mesmo que o seu Thor, então isso não funciona."

Peter, levou a mão ao seu rosto, pensando talvez numa forma de conseguir provar minha identidade.

"Menino-aranha, sua preocupação é que eu seja um cara mal, mas se eu realmente fosse um cara mal, você já estaria morto ou fugindo agora."

"Você ainda não se levantou, então não pode se mover desse sofá ainda." Rebateu ele.

"Verdade, mas isso não quer dizer nada para mim!"

"TRUM!"

Deixo então um pouco da minha mana vazar do meu corpo, fazendo com que o apartamento tremesse por um pequeno segundo.

"Viu, eu posso estar de cama, mas não estou desprotegido."

Peter, deixou o saco que estava carregando cair no chão e ficou ajoelhado a centímetros do meu rosto.

"Espere, espera, você é uma versão alternativa irmão do Thor!?"

Ele não estava com medo, e sim animado, agora sim, muito parecido com o Menino-aranha que tenho em casa.

"Exato, você pegou isso rápido, bem, na minha realidade você também é bastante inteligente."

O menino, pareceu envergonhado e falou.

"Vamos apenas dizer que eu me acostumei a isso a poucos dias, e na verdade, é por minha culpa que você está aqui." Contou ele, parecendo realmente triste.

"Tudo bem, porque você não começa explicando o que aconteceu com você." Pedi para ele, conjurando uma cadeira dourada bem na minha frente.

"O que é isso?" Perguntou ele, tocando a cadeira com seu dedo, checando se ela era real.

"Apenas uma construção de luz, um dos meus poderes, agora, sente e fale." Pedi, e ele quase que pulou na cadeira se sentando.

Peter, tomou um segundo calado e voltou a dizer.

"Tudo começou quando….."

A história que ele contou era um pouco inimaginável para mim, e alguns pontos quase me fizeram pular do sofá para acertar algumas coisas com certas pessoas.

Sério, um adolescente procura o Mago Supremo para resolver uma pequena confusão causada quando teve sua identidade revelada, e no final, só com suas palavras, ele altera o feitiço do Mago Supremo, e acaba chamando seres que sabem quem ele por de baixo da máscara de outras realidades para essa, a maioria sendo vilões e outras duas versões dele mesmo.

Como todo Homem-Aranha, em vez de mandar todos para casa, ele tentou fazer o certo, e conseguiu, mas não sem perder a sua Tia May.

Para piorar tudo, o maldito Strange dessa realidade, em vez de ajudar, lutou contra um garoto que estava tentando conseguir algo bom do erro que ele mesmo causou, e como se isso não bastasse, ele jogou toda a culpa no adolescente.

No final, quando tudo estava indo para o saco e os outros seres das outras realidades estavam começando a atravessar para essa realidade, Strange, em sua infinita sabedoria, apagou tudo sobre Peter, da mente de todos, assim como daqueles que ele amava.

Agora, aqui está, Peter Parker, morando num apartamento péssimo sem nenhum apoio ou família.

A história dele também explicou o erro que o meu portal sofreu, o feitiço claramente alterou o portal me jogando aqui.

"Chega ser reconfortante e assustador ao mesmo tempo saber que não importa a realidade, o Doutor Strange, é um idiota!" Quase gritei no fim da história dele.

"Não foi culpa do Doutor, fui eu que me intromete no meio do feitiço, eu nem mesmo tentei falar com a moça da faculdade antes de querer apagar a memória de todas as pessoas do mundo!" Gritou o menino, se levantando da sua cadeira.

"Você é um adolescente com superpoderes, isso adiciona combustível a sua estupidez de adolescente, mas Strange, é um mago e doutor com anos de estudo, e com certeza, deve haver formas mais fácies de limpar seu nome, a joia do tempo por exemplo, ou algum feitiço menos intrusivo."

"Você sabe também das joias do infinito?" Perguntou ele surpreso.

"Claro que sim."

"Então a outras joias nas outras realidades também?"

"Em cada realidade a um jogo de joias, isso é uma das regras do multiverso."

"Então é bom ficar ligado nas suas, aqui um ogro azul gigante quase destruiu o mundo com elas." Avisou Peter.

"Estou ciente do problema."

"Bem, vou acreditar em você, infelizmente, a joia do tempo foi destruída na minha realidade, junto das outras pedras." Falou o garoto seguro dessa informação.

Destruir uma joia é impossível, já que cada uma representa um conceito fundamental da realidade.

Como se destrói o tempo?

Como se destrói a realidade?

É possível, sim, mas a destruição acaba literalmente com o conceito que ela rege no universo, as joias, só vão ser destruídas no momento que o universo estiver quase sucumbindo.

O que eu acho que aconteceu aqui, é que eles destruíram a joia, o objeto físico no caso, mas elas devem ter ressurgido em algum canto da galáxia em outra forma.

Não vou explicar isso para o menino, pelos menos não agora, ele parece bem orgulhoso desse feito.

"Que ano estamos nessa realidade?" Pergunto.

"2024." Respondeu ele.

O ano está correto, e fora o evento que ele sofreu agora, essa realidade parece muito com a do MCU, o que se passou com Peter agora, bate com a linha do tempo depois dos eventos do último filme dos Vingadores, o último filme que vi da Marvel na minha vida anterior.

"Isso são boas notícias, agora, para que isso?" Movi minha cabeça apontando para bolsa de soro em cima do sofá.

"Arrastei você da água, e você não acordou, achei que soro iria ajudar, mas não consegui perfurar seu braço com uma agulha normal, por isso trouxe outras tentativas." Respondeu Peter, pegando de volta a bolsa no chão e tirando de dentro dela uma pequena broca de ferro.

Gênio como na minha realidade, mas sem treinamento e cheio das ideias malucas.

Sim, eu tenho outra aranha para lapidar.

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