461 Epílogo.

POV: Baldur.

Midgard, Local Sem Nome, Doze Reinos.

Quatro Éons Depois do Fim da Guerra Contra Thanos.

Ano Zero.

Sai de um portal circular depois de uma bela viagem ao passado, tinha esquecido como o universo era belo, jovem e vasto naqueles anos, por isso me permitir vagar um pouco após fazer o que tinha que fazer, sem chamar atenção de nenhum ser, é claro, nem mesmo as Entidades Cósmicas, conseguiram me notar.

"Por que desse visual velho?" Perguntou Amora, ela está sentada em cima de um trono de pedras, e mesmo após bilhões de anos juntos, ainda sou pego de surpresa com sua beleza intocada pelo tempo, afinal, sendo o portador da vida, posso facilmente evitar que um Asgardiano envelheça, é bastante fácil, na verdade.

Quanto à minha aparência, agora sou um velho de cabelos e barba brancas usando um tapa-olho e segurando uma lança.

"Você esqueceu que é minha versão mais jovem era um pouco paranoico com a ideia de viver tanto tempo?" Perguntei para ela mudando minha aparência com um pensamento, voltando a ser um jovem com longos cabelos dourados aparentando ter trinta anos.

Isso não foi uma ilusão, depois de estar vivo tanto tempo, me acostumei a mudar de aparência completamente.

Um pouco cansado, criei um trono de pedra e me sentei nele na frente da Amora, que pulou do seu, caindo no meu colo.

"Cansado?" Perguntou ela tocando gentilmente meu rosto.

"É ridiculamente fácil viajar no tempo nesse momento, o que me acertou com força foi a nostalgia, faz muito tempo que não vi a Terra e os Outros Reinos no início de sua grandeza." Comentei, apertando seu corpo com força contra o meu mudando de assunto, estou cansado, mas não por conta da viagem no tempo.

"Não era apenas o você mais jovem, que era tão focado na sua idade?" Perguntou ela brincando.

"Verdade, como estão as coisas aqui?" Perguntei olhando ao redor com os meus sentidos englobando todo o planeta no mesmo momento.

"Estamos quase prontos, as meninas estão "forjando" o último rio." Respondeu Amora, o que eu já sabia.

"Elas ficaram muito animadas em ajudar, os jovens gostam de balançar suas armas, os outros ainda não chegaram?" Perguntei em seguida.

"Não, continuam dando uma última olhada só para confirmar que os Doze Reinos, estão prontos para isso."

"Bom, porque não temos muito tempo." Falei olhando para cima vendo apenas escuridão iluminada pelo último sol do universo criado com meu poder.

"Avô, acabamos de cavar o maldito rio, é não foi tão divertido quanto você falou que seria!" Gritou uma voz convencida e nada feliz se aproximando de nós dois.

Amora, saio de cima de mim e ficou em pé do lado do meu trono, bem de frente para as três meninas andando até nós, a que falou comigo se chama Atli, ela é uma adolescente de constituição forte com um cabelo todo vermelho cortado no estilo moicano, vestida com roupas de couro comum com o Jarnbjorn, descansando no seu ombro.

Do lado da mais bruta e tempestuosa, outra jovem de cabelos vermelhos soltos e longos, só que ela era mais feminina e bonita vestindo um vestido azul lindo e longo, mas não a subestime por sua roupa, preso às costas da Ellisiv, a uma clava mágica feita pelos anões chamada Hridgandr.

Por último, mas não menos importante, Frigg, que era bastante parecida com uma versão jovem da minha mãe, com longos cabelos dourados vestindo uma armadura prateada armada com o Stormbreaker, uma das armas mais poderosas do nosso tempo.

"Porque vocês estão reclamando, minhas netas, vocês trabalharam sem parar de tão animadas por uma semana seguida." Brinquei com elas recebendo apenas um bufo da Atli, em resposta.

Essas três são netas do Thor, que teve apenas um filho com a Jane, chamado Woden, agora o novo Rei de Asgard, e esse menino teve três filhas que estão aqui na minha frente. Não vou mentir, tenho um pouco de inveja, mesmo tendo dois filhos casados, nenhum deles me deu um neto ainda.

Quanto à Jane, ela fez a passagem muitos e muitos anos atrás, ela escolheu morrer como uma humana no momento em que Midgard, estava no seu fim, largando finalmente o Mjolnir, depois de tanto tempo vivendo como uma deusa, algo que para sua mente humana demorou para se acostumar.

Thor, se lamentou por cem anos depois disso, e foi salvo apenas por mim, Loki e Angela, que atingimos sua cabeça com força até ele lembrar o que tem.

E qual foi o destino de Midgard?

Vários fatores levaram a sua eventual destruição, assim como o fim dos humanos, que não foram extintos imediatamente quando o sol do seu mundo morreu, em vez disso, eles se espalharam pelo espaço se envolvendo com as outras raças de tal forma que mil anos depois, não sobrou nenhum humano puro-sangue no cosmo, o engraçado é que essa mudança de grande escala evolutiva aconteceu primeiro em Ortussoliseim, com a passagem do meu povo de humanos comuns, para uma raça parecida com os Asgardianos.

"Tio, ainda não entendo por que gastar tanta energia para recuperar essa bola de terra sem valor." Falou Frigg, ela sabe muito bem o quanto estou me esforçando para manter tudo em pé.

"Queria ver ela dessa forma no final."

O planeta foi destruído se tornando nada mais do que uma bala de terra seca, restaurei tudo usando meu próprio sangue e poderes, recriando com alguma ajuda da magia da Amora, e das runas, um ecossistema inteiro em poucas horas de trabalho duro, claro, que isso foi por diversão, tenho formas mais rápidas de fazer o trabalho, mas depois de viver bilhões de anos, você meio que aprende que fazer as coisas de forma lenta, é mais divertido.

"Eu gostei, achei os humanos até que fofos." Falou Ellisiv, a mais gentil.

Sim, temos humanos, afinal, não seria a Terra, sem humanos correndo por aí, mas esses ainda são jovens, acabaram de sair das cavernas e descobriram o fogo, vou dar mais algum tempo para eles ganharem alguns neurônios, e depois vou os educar com paciência, dessa vez, eles não vão estar sozinhos sem nenhuma divindade boa os guiando, se os deixar sozinhos, eles vão fazer o mesmo que fizeram na primeira versão da Terra.

"Ellisiv, espere até eles começarem a dar problemas, os humanos são a raça que mais dão problemas, parece até mesmo que eles têm um desejo profundo em se autodestruir." Brincou Amora, e ela está certa.

Não passei esses anos todos sem problemas, na verdade, atravessei muitos problemas para chegar até aqui, alguns até na mesma proporção que foi minha batalha contra Thanos, e a maioria desses problemas, tanto os menores quanto os maiores, veio da antiga Terra.

Cientistas loucos tentaram dominar o segredo da longevidade Asgardiana, monstros criados por experiências genéticas, clones superpoderosos dos heróis antigos já mortos e por aí vai, e isso só foram os eventos que começaram na Terra, também tive que lidar com outra revolta da Hela, que não aprendeu com seus erros depois da punição que dei para ela, em vez disso, se tornou ainda mais louca e tentou tomar o lugar da Morte, ainda presa.

Hela, quase conseguiu fazer isso, usurpando o poder de alguns outros deuses da morte, espalhados pelo cosmos antes de eu conseguir encontrar ela. No final, não foi uma luta bonita, tive que arrancar o que ela roubou e depois quase matei minha irmã, mas foi Adam Warlock, que deu o último golpe, graças a ele, não manchei minhas mãos com o sangue da minha família, mesmo assim, quando contei o que aconteceu para minha mãe no Valhala, e a vi chorar, me senti culpado por muito tempo.

Antes disso é claro, teve a pequena confusão com o Magus, e sua Igreja de loucos que prosperou graças a situação precária do universo depois do que Thanos, realizou, assim como foi explicado o que aconteceria pela versão do Adam do futuro, acabei facilmente com quase todo seu poderio militar o deixando escapar com vida para o passado, para que o eu mais jovem acaba-se com o problema de vez.

Em uma das minhas viagens pelo multiverso, finalmente consegui encontrar Utgard, lar Daqueles que se Sentam na Sombra, e para cumprir minha promessa para eles, convoquei um exército de todo multiverso como nenhum outro visto, composto de vários Pai de Todos, Thors e Lokis, com um único propósito, acabar com eles, e no final, conseguimos exatamente isso, liberando todos as versões de Asgard, do multiverso do ciclo do Ragnarok, agora, o futuro depende apenas deles.

E o evento mais importante, a volta do Doom, que foi uma ameaça de nível universal, ainda mais quando ele tentou recuperar as Joias do Infinito, que estiveram até aquele momento totalmente seguras e até mesmo esquecidas por todos, mas só foi uma distração, resumindo, no final batalhamos por mais de cem anos contra ele e suas legiões de demônios, os Reinos não tinham sangrado tanto desde o Ragnarok, perdemos cerca de oitenta por cento dos nossos números no final, que acabou comigo perfurando o coração negro do Doom, no seu castelo real em Latvéria, aonde ele manteve os portais ligados ao Inferno, com sua morte, veio uma reação em cadeia que acabou com todo seu país, foi um belo funeral para um rei.

"Sei que o senhor queria fazer tudo isso manualmente, mas com ajuda da tecnologia dos Reinos, isso teria acabado mais rápido, agora estamos sem tempo." Comentou Ellisiv, também olhando para o céu negro acima sem estrelas.

"Do que você está falando pequena, acabamos bem a tempo." Falei para ela me levantando, já está quase na hora.

"Como assim?" Perguntou sarcasticamente Atli, se referindo ao vazio cheio de vegetação verde.

"Não quero transformar esse mundo em algo avançado tão rapidamente, ele pode se desenvolver sozinho sem ajuda da tecnologia ou magia dos outros reinos." Expliquei para elas.

Quão avançado estão os Doze Reinos?

Muito, nível tecnologia celestial, mas a única mudança de pessoal que tivemos foi com os Skrulls, que se juntaram com o que sobrou dos Kree, sobre o comando do jovem hibrido Theodore Altman, um dos Vingadores, daquele tempo, sobre o novo nome de Rei Dorrek-Vell, as duas raças viveram em paz e hoje em dia se tornaram apenas uma, sobre o comando da descendente direta do Dorrek-Vell.

Pensei até que num momento, o planeta dos mutantes, Hope, iria se juntar a nos também, formando assim treze reinos, mas depois de tantos anos e de tantas gerações, os idiotas ficaram bem convencidos, e sobre o comando de um telepata nível ômega, se tornaram uma civilização que desprezava todos que não eram mutantes, tanto que eles purgaram qualquer humana nascido no seu planeta, era raro acontecer isso, mas acontecia. Depois disso, eles vieram para Terra, atrás de recursos, e não aceitaram um não como resposta, graças aos poderes de vários mutantes nível ômega, eles colocaram o planeta inteiro de joelhos em poucos dias.

Não foi problema meu de imediato. naquele momento, a Terra já era avançada tecnologicamente para não depender dos Reinos, contra invasões de fora, e eu também não estava gostando particularmente da gerência deles, de qualquer forma, isso se tornou meu problema quando minha filha, ainda uma heroína daquele planeta, teve sua mente atacada pelo líder do planeta Hope, ela não caio nas garras dele graças ao meu filho, que agiu rápido a trazendo para casa abrindo a Bifrost.

Meu filho não falou o que aconteceu de imediato, mas depois de dois dias com a minha filha inconsciente, se recuperando graças ao Visão, e a Joia da Mente, Embra acabou contando, depois disso ela tentou me impedir, a menina me conhece bem demais, mas um aviso tinha que ser dado, e foi dado, o universo tinha se esquecido de mim naquele ponto, fiquei muito tempo no meu castelo e as lendas não eram mais o bastante para colocar medo no coração dos jovens idiotas.

Só precisei de duas horas, não demorei muito para convencer os líderes do Conselho, que já estavam querendo muito fazer isso, e só precisavam de uma desculpa para agir, então o exército dos Doze Reinos, marchou pelo planeta Hope, limpando qualquer tecnologia ou exército que eles tinham, os que estavam na Terra, voltaram rápido, mas o resultado foi o mesmo, comigo no final partindo o planeta ao meio, o toque final de tudo isso, foi o corpo do líder mutante congelado em diamante pela magia da Amora, bem no centro do mundo como um aviso eterno.

Embra, ficou quase cem anos sem falar comigo direito por conta disso, ela sempre teve um bom coração, bom demais para ser uma Asgardiana, mas no final, ela me perdoou por esse mesmo motivo, quanto a mim, sabia que iria receber esse tratamento dela, e mesmo assim agi, afinal, ser odiado pelo meu próprio sangue é um preço pequeno a pagar por sua segurança, e realmente deu certo, o universo foi lembrado mais uma vez do meu poder.

"Vocês três fiquem aqui, quero dar uma volta sozinho com minha mulher antes de agir." Falei com as três netas do Thor, pegando o braço da Amora, e juntos, andamos na direção da floresta cheia de flores.

"Eles não estão muito velhos para romance?" Perguntou Atli, fazendo graça da nossa idade.

Ignorei-as e entrei na floresta, não tinha nada de místico, apenas árvores, grama, flores e alguns animais pequenos correndo para lá e para lá, mas faz um bilhão de anos que vi essa cena, e isso a torna ainda mais bela.

Curtimos o silêncio observando a natureza até que algo quebrou a barreira do som entrando no planeta em alta velocidade, com um olhar, sem que é, e isso me fez sorrir.

"Ela finalmente chegou." Falei em voz alta olhando para Carol Denvers, já parada, flutuando alguns metros na minha frente.

Carol, mudou muito e quase nada nesse decorrer de tempo, seu corpo continua com a mesma idade, mas seus poderes amadureceram como nunca, a prova disso, é sua nova forma, emanando energia fotônica branca por todo seu corpo como uma aura, seus cabelos antes loiros, também se tornaram brancos, e cada fio brilhava como uma lâmpada. Ela está vestindo um macacão branco com uma estrela preta no centro do seu tronco cobrindo seu corpo inteiro.

"Desculpem a demora, foi mais difícil do que pensei que seria arrumar as coisas em Nova Skrullos."

Os Kree e Skrulls, se juntaram eras atrás criando uma nova raça híbrida, mas eles continuaram usando o mesmo nome no planeta.

"Embra?" Perguntei depois para Carol, que desceu até o chão me cumprimentando com um beijo rápido.

"Se ela não está em Vanaheim, você sabe muito bem onde ela está." Respondeu Carol.

Vanaheim, um reino antes completamente deserto, mas cheio de vida, começou a ser ocupado pelos sem esperança, povos de todos os planetas do universo fugindo de algo ou de alguém, eles encontraram um novo lar sobre a proteção da Embra, que se tornou Rainha de Vanaheim. Depois de construir uma civilização diversificada sobre seu comando, ele se tornou o reino mais pacífico de todo universo.

O ruim disso, é que ela não tomou seu lugar de direito como Rainha de Ortussoliseim, o que tiraria um pouco do peso dos meus ombros, mas isso é quase nada, afinal, não tem como se aposentar do cargo de Protetor dos Doze Reinos e Skyfather, não estando vivo, pelo menos.

"Vou encontrar ela depois, então, todos estão prontos, não é?" Perguntei para Amora e Carol, que estavam responsáveis por verificar os preparativos em todos os Doze Reinos.

Há pouco tempo atrás, eu poderia fazer isso sentado no meu trono usando apenas meus corvos, mas estou fazendo outra coisa mais importante no momento que demanda muita atenção.

"Estamos prontos, Baldur, quando você quiser, meu amor." Confirmou Amora, dando um beijo gentil na minha bochecha, depois ela saiu do meu lado e ficou do lado da Carol, segurando sua mão.

Sim, ficamos mais próximos, todos nós, mas isso demorou muito, muito tempo, e também não foi um amor de felizes para sempre imediato e sem mudança, tivemos brigas e pequenas separações que não duraram muito, no final, sou o mais feliz e sortudo deus vivo.

"Muito bem, vou fazer isso o mais rápido que posso, o relógio está correndo mais depressa agora."

Fechei meus olhos e fez um chamada pelos Doze Reinos com uma facilidade assustadora, segundos depois, portais começaram a se abrir ao meu redor, eles não foram criados por mim, esse é o meio mais comum de locomoção entre os reinos, todos têm acesso a ele, essa uma das coisas que possibilitou a integração total de povos tão diferentes.

Assim que acabei essa pequena chamada, fiquei tonto por alguns segundos e fui segurado pelo braço pela Carol, agora do meu lado me dando aquele sorriso dela preocupada.

"Estou bem, só tenho que aguentar mais alguns segundos." Falei para a tranquilizando da melhor forma que posso para logo depois olhar para meus convidados.

"Thor, seu filho não vem?" Perguntei para meu irmão bem na minha frente.

O passar dos anos foi gentil com Thor, que se permitiu envelhecer fisicamente, agora ele é quase uma versão mais musculosa do meu pai, com uma longa barba e cabelos brancos soltos vestido com roupas simples sem seu martelo, que é do seu filho por direito, o Poderoso Magni Thorson, Deus da Força.

"Ele escolheu ficar no seu trono, como deve ser." Respondeu meu irmão indo até mim e pegando meu braço com o seu negro, me ajudando.

"Loki?" Perguntei para meu outro irmão.

Loki, também não envelheceu mal, já que ele permaneceu na sua forma gigante de gelo e a velhice para eles é estranha fisicamente, quase imperceptível a não ser pelos traços de barba branca ou de algumas rugas, mas Loki, é um feiticeiro poderoso, e sua forma parece não ter envelhecido muito, ele está vestido com um terno preto mesmo estando de pele azul, medindo menos de dois metros.

"Ah irmão, não importa quanto tempo se passe, você não sabe se poupar, e não, minha filha também escolheu ficar no seu trono em Niffleheim." Comentou ele, olhando para meu estado cansado.

Depois da morte da Hela, o seu lugar ficou vago por um tempo, até que a filha do Loki, com a sua segundo em comando, tomou esse lugar, garantindo sua própria coroa e lugar no Conselho dos Reinos, e devo dizer, ela mantém aquele lugar funcionando melhor que minha irmã.

"Loki está certo Baldur, você adiou esse momento tempo demais, já estávamos prontos dez anos atrás." Angela envelheceu, mas seus longos cabelos vermelhos continuam brilhando como fogo, ela está vestida com um longo vestido vermelho.

"Eu queria ver cada segundo disso, e a cada segundo perto do fim, mas as chances de sucesso aumentavam." Comentei olhando para cima mais uma vez, ainda ajudado pelo Thor.

"Velho, a Tia Angela, está certa, mas isso não importa, você vai recusar qualquer ajuda, sua cabeça é dura demais para entender qualquer coisa sensata."

O último desse grupo não é ninguém menos que meu próprio filho com Amora, Forseti Odinson, Deus da Justiça e do Fogo.

Tirei esse nome direto da mitologia.

"Forseti, para de brincar e ajude seu pai." Falou Amora, colocando meu filho no lugar que avançou rápido me ajudando do outro lado.

Diferente de mim, meu filho tem cabelos curtos vermelhos como fogo, mas seus olhos eram dourados com os meus, seu corpo é forte e não magro, medindo três metros de altura ele é um gigante de músculos entre os deuses, como também é o mais justo, por isso mesmo quando ele tomou o trono de Muspelheim, ele transformou a parte mais desagradável daquele reino numa prisão para os seres mais repugnantes do universo que falharam no seu julgamento, mas não é só isso, ele mudou todo o reino criando uma verdadeira sociedade pela primeira vez desde sua criação, afinal, Surtur, não ligava para nada e os Gigantes de Fogo, eram quase que selvagens, mas agora, eles são responsáveis por todos os assuntos envolvendo a legislação e aplicação de leis.

Ele também ganhou minha personalidade, se minha filha Embra, era boa e gentil, ele é um Deus Asgardiano dos pés à cabeça, sempre justo, é claro, mas nunca perdoando um inimigo. Estou orgulhoso disso nele tanto quanto a postura da minha filha.

Parece que os outros líderes não quiseram vir, mas aqui está, o poder supremo dessa realidade.

Thor, Loki, Amora, Angela e eu.

Sendo Asgardianos, em vez de ficarmos mais fracos no decorrer do tempo, ficamos mais fortes. Devo dizer que qualquer um dos meus irmãos poderia vencer o Galactus, no seu máximo sozinhos.

Infelizmente, nenhum deles pode me ajudar no que vai acontecer agora.

"Não posso adiar mais isso, se der errado, vou precisar da ajuda de vocês." Olhei para cada um deles que me deram sorrisos para me tranquilizar.

"Apenas faça Baldur, você é o Deus que não Conhece a Derrota, não é isso que as lendas dizem?" Brincou Carol, se aproximando me dando um longo beijo.

Já fui derrotado muitas vezes, tanto mentalmente quanto fisicamente, só sou bom em aprender com meus erros e nunca os repeti.

"Faça, meu amor." Falou simplesmente Amora, depois de também me dar um beijo.

"Não vou o beijar irmão, mas tenho certeza assim como elas." Brincou Loki.

"O mesmo que ele." Disse Angela.

Thor e Forseti, me soltaram e consegui ficar em pé com dificuldade.

"Estou velho irmão, mas ainda tenho gosto pela aventura, me leve até ela!" Foi tudo que Thor, precisou dizer para me animar.

Forseti, apenas sorriu para mim gentilmente, coisa que ele quase não faz, homens mortais são péssimos para demonstrar emoções em situações como essa, deuses são mil vezes piores.

Assim que vi as três netas de Thor, se aproximando de nós, deixei minha consciência vagar, me teleportando para um ponto distante saindo dos Doze Reinos, algo que não acontece há muito tempo, estive preso aos reinos desde que isso começou.

POV: Baldur.

Próximo da Yggdrasil Dourada, Fora dos Dez Reinos.

No Mesmo Momento.

Ano Zero.

A Yggdrasil é simplesmente magnifica, em seu tamanho, assim como em beleza, e mesmo afastado numa distância que é possível ver ela completamente em toda sua glória, ainda posso ver seus detalhes com precisão, cada pequeno reino sustentando pelos seus ganhos no meio das suas magníficas folhas douradas, mas ao redor dessa beleza a destruição.

Toda a árvore está brilhando em dourado, mas esse brilho não vai muito longe dela, porque ao seu redor há algo que se parece estática de uma TV tentando avançar contra os Doze Reinos, essa é a entropia.

Em algum momento há um milhão de anos atrás, o universo parou de se expandir e começou a decair lentamente fazendo seu caminho contrário, acabando com tudo por onde passava. Então, ele chegou até os Doze Reinos, mil anos atrás. Desde aquele momento, usei meu próprio poder para criar essa defesa ao redor da Yggdrasil, protegendo os Doze Reinos com meu próprio poder, não foi uma tarefa fácil e me limitou muito, assim como me cansou, tive que entrar até mesmo no Odinsleep, para continuar protegendo a Yggdrasil enquanto trabalhava numa solução para salvar os reinos sem poder me mover para fora deles.

Agora os Doze Reinos, são tudo que sobrou do universo.

Não, estou errado!

Ainda há alguns átomos vivos na criação dando uma última resistência desesperada para o inevitável fim, é onde aqueles três estão.

(Agora não é hora de pensar nisso, está na hora de agir.)

{Agora!}

Com minha ordem sendo enviada para quem precisa, eles começaram agir, fiz o mesmo, e as mudanças não demoram para acontecer na Yggdrasil. Lentamente, ela começa a diminuir seu tamanho e sua proteção de luz ao seu redor a segue, sendo atacada pela entropia que também avança se movendo pela primeira vez em mil anos.

Quando mais ela reduzia, menos poder eu precisava nas proteções, aliviando o peso dos meus ombros até que finalmente, a imensa Yggdrasil Dourada, se tornou tão pequena, quanto um bonsai dentro de um globo de neve de vidro dourado que cabe perfeitamente na minha mão.

Por que demorei tanto tempo para fazer isso?

É verdade que os preparativos não duraram tanto, apenas duzentos anos, mas precisamos esperar esse momento.

Quando a entropia avança, o universo morre, assim como as Entidades Cósmicas, e todas as leis que regem a realidade como conhecemos, só dessa forma que é possível realizar esse movimento, encolhendo toda Yggrasil, assim como todos os Reinos e povos dentro dela.

Com esse sucesso, fechei os olhos permitindo minha energia e poder voltar ao máximo num poderoso brilho dourado e branco que cobriu a distância de uma galáxia afastando a entropia por apenas alguns segundos, até esse poder desaparecer.

Segurando Doze Reinos na minha mão, levei o globo de neve até meu peito o enfiando dentro dele no lugar onde está meu coração. A Chama Eterna e o meu poder vão ser o bastante para os proteger do que vai acontecer agora.

Livre finalmente, olhei para onde os outros estavam, está na hora de acabar e começar de novo.

POV: Baldur.

No Centro da Entropia.

No Mesmo Momento.

Ano Zero.

"Pai, deu certo!?" Perguntou minha filha preocupada, ela apareceu bem na minha frente usando sua armadura prateada, presente meu, assim que surgi nesse lugar.

Graças à genética minha e da Carol, ela não envelheceu nada desde que atingiu seu auge físico, se mantendo jovem e bonita, e para completar, assim como sua mãe, ela também emana naturalmente sua energia como um sol, só que a dela é verde-esmeralda, linda.

"Está tudo bem, sinta!" Falei para ela dando um grande abraço que ela respondeu igual.

Não a vejo já faz muito, muito tempo, quando a entropia começou a destruir mundos, ela junto do seu marido partiram numa viagem pelo universo, tentando encontrar vida com a intenção de os levar para Vanaheim, muitos aceitarem, assim como muitos negaram sua ajuda, mesmo assim, a Deusa da Esperança, uma das heroínas lendárias do universo, sendo uma fonte do puro bem, não desistiu e salvou muitos, mas já que eu não podia sair dos Doze Reinos, não nos encontramos já faz muito tempo.

"Ainda bem que deu certo." Falou ela se separando de mim, mas ainda segurando meus braços. Quando dei nela meu abraço, compartilhei onde estão os Doze Reinos e a Yggdrasil, respondendo sua pergunta.

"Não vai demorar muito aqui também, não é?" Perguntei olhando ao redor.

Embra, balançou a cabeça sem seu sorriso e depois se afastou olhando para o seu marido.

Franklin Richards, se tornou uma cópia do seu pai, usando até mesmo uma barba cheia vestido com seu traje azul colado ao corpo, só que sua atenção não estava em nós, e sim num elmo roxo que ele está segurando com as duas mãos, era o mesmo elmo que Galactus, sempre usa, e ele está aqui também, bem na nossa frente, mas Galan, não vai fazer ou dizer nada, seu corpo está magro, quase um esqueleto com pele, seu pulso está enfraquecendo rapidamente, o Devorador de Mundos, está morrendo.

Galan e eu, criamos uma certa amizade, na verdade, ele é a Entidade Cósmica, que mais entrei em contato desde a guerra, e até mesmo ajudei ele a recriar uma versão do seu próprio mundo no mesmo planeta que ele me mostrou durante nossa conversa. Não vou chorar por sua morte, ele veio fisicamente alguns anos atrás me encontrar nos Doze Reinos, e conversamos sobre isso, Galan, está em paz com seu destino.

Seu fim é mais um movimento do destino.

"Embra, está na hora de voltar para casa, nem mesmo eu vou poder te proteger contra o que vai acontecer agora."

"Mas…" Ela negou, ainda olhando para Franklin.

"Estou bem Em, estou pronto para isso, não se preocupe, não vou esquecer de você graças ao Galan." Falou Franklin Richards, tirando finalmente seus olhos do elmo.

Não entende o que ele falou, até olhar direito para o elmo em si, e ele está carregado com as memórias do universo e das do Franklin, parece, que Galan, encontrou uma forma de manter as memorias do seu sucessor, diferente do que aconteceu com ele assim que se tornou Galactus.

Embra, acenou para seu marido e olhou para mim.

Não fui muito a favor dessa união, mas não posso negar que a Sue Storm, criou seu filho bem, se ela não tivesse feito isso, ele não estaria vivo hoje.

Toquei no ombro da minha filha que desapareceu depois de um forte brilho dourado, surgindo em Midgard, junto de toda a família.

"Eu poderia salvar ele, mas claro que ele não aceitou." Comentou Franklin, olhando para Galan, que começou a brilhar em azul forte, empurrando a entropia que acabou de devorar o último átomo na criação para longe.

"São poucos os abençoados que podem escolher o local e hora que vão morrer, agora pare de envergonhar tal belo momento, e faça o que deve fazer." Não posso evitar, sempre sou grosso quando falo com ele.

Franklin, acenou para mim e enfiou o elmo que estava segurando até aquele momento na sua cabeça desaparecendo em seguida, deixando apenas um Galactus, feito de pura energia azul morto. Ele não se teleportou, apenas se moveu para um lugar intermediário que o vai transforma na próxima encarnação do Devorador de Mundos, quanto a mim, ainda não está na hora de ir para esse lugar, agora, tenho que ver a criação de outra criação.

Só que o nascimento não é um momento fácil, tem que haver dor.

"Vocês demoraram a chegar!" Falei girando meu corpo só para ver as duas últimas entidades cósmicas vivas.

A primeira entidade estava usando apenas uma capa roxa envolvendo todo seu corpo que não há nada, o outro, era um humanoide de pele branca e olhos vermelhos mais ou menos do meu tamanho, ele está armado com uma longa espada negra que reconheço muito bem.

Eles são Esquecimento e Knull, e seu proposito aqui é evitar o nascimento do Oitavo Cosmos, e para fazer isso é muito simples, eles precisam dar cabo da energia sendo concentrada no corpo do Galactus nesse momento, energia que vai criar um novo Big Bang.

{Você não pode evitar a eterna noite sozinho, Asgardiano!} Falou Esquecimento, que nesse momento, é a Entidade mais poderosa.

Em resposta, cobri meu corpo com uma armadura branca feita de luz e criei uma lança também de pura luz que ficou solida ao meu toque, depois de tantos anos, essa foi a evolução da minha All-White.

"Eu sou Baldur, filho de Odin e Frigga, Deus do Sol e da Luz, tenho mais títulos que estrelas, e já lutei mais batalhas que vocês podem contar, então, quem são vocês para me dizer o que posso ou não fazer!?" Gritei avançando contra os dois sem medo.

Faz milhões de anos que não tenho uma boa luta, e aqui estão eles, alvos perfeitos que estão fazendo meu sangue em chamas correr pelo meu corpo.

POV: Baldur.

Local Desconhecido.

Tempo Desconhecido.

Ano Desconhecido.

Fiquei confuso por alguns segundos até me lembrar do que aconteceu há pouco.

Durante minha batalha, no momento em que finalmente consegui perfurar o peito do Esquecimento e cortar a cabeça do Knull, o corpo do Galactus, explodiu num grande e belo Big Bang, que me levou para esse lugar, meu local intermediário, aonde vou finalmente me tornar uma Entidade Cósmica.

Eu já sabia que isso ia acontecer, mas o local me pegou de surpresa, assim como quem está aqui.

Era uma sala comum, poltronas, estantes cheias de livros, quadros nas paredes, uma janela mostrando o lado de fora um belo jardim e no centro disso, uma mesa de desenho com um senhor de cabelos brancos vestindo uma camisa comum verde desenhando algo numa folha de papel com um simples lápis de costas para mim.

"Então? Você vai entrar ou não?" Perguntou o homem de forma gentil, sem virar seu rosto.

Estou bem na porta, vestido com um terno elegante preto, e ao ouvir seu convite, entrei na Casa das Ideias, reino do maior poder de tudo.

"Minha história acabou?" Perguntei depois de chegar no meio da sala, não tenho coragem de me aproximar mais do que isso.

"Ah, acabou? Ou será que foi apenas o capítulo que chegou ao fim? Talvez você queira acabar mesmo assim, ou pegar outro livro numa estante? Talvez até mesmo voltar para sua antiga vida, daqui você pode ir para qualquer lugar." Respondeu o velho gentil, ainda desenhando na sua folha, e agora próximo o bastante, posso ver muito bem o que é o desenho, parecia um novo cosmos.

"Ir sozinho?"

"Sim, os outros infelizmente não poderiam existir naquela realidade, ela é muito chata, você não acha?" Perguntou ele rindo.

Ele está certo, mas isso não é uma questão complicada, sou Baldur Odinson há muito tempo, e não poderia deixar tudo que amo para trás, nem mesmo preciso pensar sobre isso, aquela vida acabou e não passa agora de um sonho efêmero.

"Gostaria de ir para seu novo capítulo, mas antes disso, posso fazer mais uma pergunta?"

"Claro que sim, por que você estaria aqui se eu não quisesse responder suas perguntas?"

"Por que eu?"

Uma pergunta simples, por que eu reencarnei?

Não sou o mais inteligente, nem o mais competente no meu mundo, muitos estão acima de mim nesse quesito, não vejo por que fui escolhido para isso, muitos deles conseguiriam, com certeza, mais do que eu se estivessem na mesma situação.

O Velho Gentil, parou de desenhar depois que perguntei isso e virou seu corpo olhando diretamente para meus olhos com um belo sorriso no rosto.

"E por que não você?" Ele responde com uma pergunta.

Entidades Cósmicas adoram falar em enigmas, mas foi uma boa resposta, uma que eu precisava.

Dei um sorriso para ele e depois virei meu corpo andando na direção da saída.

POV: Baldur.

Oitavo Cosmos.

Primeiros Momentos do Novo Cosmos.

Dia Um.

As regras que regem esse universo são mais perfeitas e evoluídas que o cosmo anterior, como deve ser, por isso ele está crescendo numa velocidade muito superior, mas ainda falta muito para ele se tornar algo habitável.

"É lindo, não é?" Perguntei para Amora e Carol, estamos lado a lado acima de uma plataforma de luz que criei, olhando para o nascimento do que vai ser a primeira galáxia daqui a alguns milhões de anos.

"Sim, mas o que vamos fazer agora?" Perguntou Amora, sem tirar os olhos da vista à nossa frente.

Depois que atravessei aquela porta, me tornei o que deveria ser, o novo Portador da Vida, só que, diferente da Fênix, esse universo é mais perfeito, dessa forma sou superior a ela e também às novas Entidades Cósmicas, que nasceram poucos segundos atrás, resumindo, acho que posso fazer tudo que quiser agora.

"Primeiro, vamos encontrar um belo lugar para plantar a Yggdrasil, depois disso, que tal viajar e criar vida? Esse lugar está vazio demais para meu gosto, tem que ser mais divertido." Brinquei com elas segurando suas mãos.

Um novo universo que vai me levar a muita confusão, mas não importa, tenho minha família, meus amores comigo e um cosmo que não passa de uma tela em branco para preencher com vida.

Essa é, com certeza, minha definição de pura felicidade.

({"The End!"})

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