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Academia de Cavaleiros

Visão de Lola Greyroth/Silverstein

A Academia de Cavaleiros era uma instituição de aprendizado focado em formar futuros cavaleiros a Lálario. Muitas crianças crescem sonhando em um dia estudar nesta academia. Alguns não conseguem pela dificuldade financeira ou pela família já terem colocado um propósito em seu filho.

Meus pais, falecidos agora, conseguiram me colocar quando era criança. Passei bastante tempo lá, até o dia do incidente alguns meses atrás. Depois do incidente, a academia passou por uma reformulação, os ex-alunos foram retirados e posteriormente colocados de volta.

O problema era que tinha que fazer uma rematrícula na academia, porém eu perdi meus pais...

Na época eu não estava com cabeça para resolver isso, então tinha praticamente desistido de frequentar a academia. Mas em um dia especial, Aros me disse que eu poderia frequentar novamente, já que ele tinha acertado tudo. Isso foi muito gratificante, eu pulei de alegria aos montes.

"Lola-sama, aconteceu alguma coisa?"

"Ah, nada não..."

Essa quem eu respondia, era nada mais nada menos que Aratoria.

"E não precisa me tratar com tanto respeito assim, você sabe."

"Não posso fazer isso. Agora eu te sirvo. É meu dever trata-la com respeito mesmo a senhorita não querendo. Não posso criar uma imagem ruim a Aros-sama."

"Sério... É bem estranho..."

Realmente era estranho. Aratoria até alguns meses atrás servia o lorde de Borogh, até chegamos a lutar uma contra a outra. Mas agora ela estava aqui sendo a minha criada, e tinha um respeito enorme por mim e Aros. Não sei ao certo de como eu me sinto quanto a isso, é mais como se uma amiga, estivesse agora trabalhando para você...

Ela neste momento estava arrumando meus cabelos.

"Aros-sama pediu para que você esperasse um pouco antes de partir." Diz Aratoria.

"Hm? Por que?"

"Ele disse que queria se despedir."

"Ele sabe que vou voltar a tarde?"

"Sabe, mas mesmo assim, disse que queria fazer uma despedida."

"Certo, certo."

Agora que eu me lembrava, Aros disse uma coisa enquanto caminhávamos durante o incidente. Ele era um reencarnado. Isso não saia da minha mente desde que voltamos e começamos a conviver juntos. Basicamente agora, ele não era Aros Silverstein, mas sim outra pessoa de outro mundo. Isso é bizarro, não havia como isso ser real.

Lembrei disso por causa de agora. Talvez em seu mundo seja normal se despedir de uma pessoa mesmo que ela esteja saindo, mesmo ela voltando no mesmo dia. Bom, não tem como fazer ele mudar esses costumes.

"Terminei, Lola-sama."

Olhei para o espelho a minha frente e fiquei impressionada.

Meus cabelos soltos estavam muito bem escovados. Nunca havia visto meu cabelo daquele jeito e comecei até a me achar mais bonita por causa disso. Eu também estava com o uniforme da academia.

Basicamente uma roupa marrom com detalhes em dourados nos ombros, no peitoral e nas mangas. Uma calça azul colada e uma bota também da cor dourada. Era um bom uniforme.

"Então vamos." Afirmei.

Eu estava neste momento na entrada do castelo.

Uma carruagem elegante estava ali esperando, o cocheiro limpava os bancos cuidadosamente. Não sei para que tanto luxo se apenas vou ali perto e já estaria voltando. Mesmo não entendendo o motivo, eu estava feliz.

Um pouco envergonhada também, afinal, todos estariam olhando essa carruagem elegante no momento que ela passaria pelas ruas.

"Lola, já está saindo?"

Eu ouvi uma voz vinda da entrada.

Quando me virei, quem estava lá, era Asura. No momento, ela era minha mãe. Era estranho pensar nisso, porém mesmo assim, ela era.

"Ah, sim."

"Você está nervosa? É seu primeiro dia."

"Um pouco. Na verdade, eu estou um pouco envergonhada de ir para a academia com esta carruagem luxuosa. Todos irão olhar para mim no momento que sair dela."

"Eu disse para ele que não precisava, mas ele insistiu. Hmph, você tem um pai muito insistente." Ela disse em tom de piada.

Então foi Aros que insistiu que eu fosse de carruagem?

"Bom, mesmo assim, você vai ser o centro das atenções agora. Você é oficialmente a filha do lorde do reino, todos irão falar sobre você. Tome cuidado por favor. Muitos irão falar com você para te conhecer melhor, porém outros com certeza irão te tratar mal. Tente tomar distância de problemas."

"Certo."

Estava um clima agradável.

Asura parecia minha mãe mesmo. Lembro que nos meus primeiros dias, minha mãe biológica também pediu para eu tomar cuidado. Na época eu era menor e minha mãe pedia para que eu tomasse cuidado com os meninos agressivos.

"Lola-oneesan já está saindo!"

Quem veio toda saltitante, era Tess.

Com suas orelhas e cabelos acinzentados, ela pousou um pouco mais a minha frente e me olhou. Ela era minha irmãzinha agora, eu precisava cuidar dela. Tess se mostrou toda contente quando foi adotada por Aros e Asura, começou a chamá-los de pais logo em seguida.

Eu não conseguia fazer isso ainda.

"Sim, já estou indo. Você veio dar tchau a sua irmã?"

"Sim! Pedi para Cássiria-san me acordar quando fosse partir. Para te entregar isto!"

Com suas mãos pequenas, ela me entregou um papel. Ela havia desenhado eu e ela de mãos dadas. Em cima, estava escrito: "Boa sorte no seu primeiro dia!". Ela ainda estava aprendendo a escrever, fiquei impressionada que ela pode escrever isso.

"Nossa que bonito! Muito obrigada, vou guardar de coração." Eu disse.

Em seguida coloquei a palma da minha mão em sua cabeça e fiz um cafuné.

Asura nos olhava com felicidade. Aliás, queria perguntar a ela com que é ter uma família pela primeira vez. Sei que também deve ser difícil a ela. Nós já somos um pouco crescidas e Asura já tem que cuidar da gente, sem acompanhar nosso processo de crescimento.

"Que bom que cheguei a tempo!"

Quem veio do castelo, foi Aros.

"Pensei que já tinha partido, ainda bem."

"Por que toda essa pressa?"

"Queria me despedir, é assim que um pai certamente faria." Ele colocou o punho na boca como se estivesse tossindo.

"Você sabe que eu vou voltar né?"

"Sim, despedida é uma palavra forte, não é? Então... vim te desejar boa sorte."

"Obrigada. Vou fazer as expectativas de todos se corresponderem."

"Já disse, não se preocupa com isso, apenas se divertida."

Poof.

Desta vez, foi minha vez de sentir aquele cafuné. Aros sempre nos trata muito bem, e também convive com a gente como se já tivesse lidado com crianças antes, é estranho.

"Aros-sama, a carruagem está pronta para partir." Quem disse, foi Aratoria.

"Certo, leve-a para a academia e garanta sua segurança. Me perdoe pedir para que fique vigiando Lola, mas priorizei a segurança da minha filha."

"Não deves se desculpar Aros-sama, é meu dever como sua serviçal."

"Certo, certo."

Me despedi de todos e finalmente subi na carruagem.

Lá dentro era muito elegante. Os bancos vermelhos e macios eram da mais alta qualidade. Qualquer um que pudesse, poderia dormir ali mesmo. Eu me sentei confortavelmente e lembrei-me da aula que Aratoria havia me dado, sobre comportamento nobre.

Coloquei minhas pernas perto uma da outra e em seguida, coloquei minhas mãos em cima de minha coxa. Sem dúvidas, eu parecia uma dama.

...

O caminho até a academia fora mais tranquilo do que imaginava.

Mas agora chegava a hora mais apreensiva do dia. Logo quando o cocheiro estacionou a carruagem na entrada da academia, várias pessoas pararam para esperar ver quem sairia de lá.

No mesmo momento, Aratoria abriu a porta da carruagem e estendeu suas mãos para mim. Respirei fundo e dei a mão a ela. Aratoria me ajudou a descer e tive que fazer exatamente os movimentos que ela havia me ensinado. Descer sem parecer muito criança, descer com delicadeza como uma princesa.

Sinceramente, aquilo era um saco.

Logo quando desci todos os alunos que estavam ali, começaram a me olhar. Muito ficaram surpresos e outros ficaram sérios. Não fora apenas pela carruagem, mas sim no que estava escrita nela: "Reservada para Lola Silverstein."

Era difícil me acostumar com esse meu novo nome.

"Lola-sama, ficarei aqui fora como fora combinado. Eu posso sentir as intenções das pessoas mesmo de longe, então se estiver em perigo, eu vou saber. Mas recomendo que qualquer coisa, ache uma rota de fuga até esta carruagem."

"Certo, não precisa se preocupar muito."

Quando confirmei para Aratoria, segui em frente para entrada da academia. Aquela era uma construção de luxo. Uma construção equivalente ao castelo que eu moro agora, mas um pouco inferior. Na entrada havia um caminho feito de mármore branco até a porta. Em volta, tinha um lindo gramado.

Nas laterais desse largo caminho, havia bancos de madeira e lá sentava-se alguns alunos. No entanto, neste momento, todos estavam olhando para mim.

Fui caminhando sem me importar, eu precisava saber primeiro onde era a minha sala para poder já me sentar e começar ter as aulas. Mesmo ignorando-os, eles não tiravam os olhos de mim.

Após alguns minutos, eu havia encontrado a sala onde eu teria que entrar.

Quando entrei e me sentei naquelas mesas largas de madeiras, todos me olhavam. As mesas eram enfileiradas de baixo para cima e eram largas, vinham da parede até o meio da sala. As outras mesas faziam as mesmas coisas,

Neste momento, algumas alunas vieram conversar comigo. Achei humilde da parte delas virem conversar comigo, já que eu estava sendo o centro das atenções, fiquei mais aliviada.

"Você é Lola Silverstein, não é? Eu ouvi que você se tornou filha de Aros-sama recentemente!" Uma das alunas diz.

"Verdade, todos estão falando disso, Lola-sama, queria saber mais!" Diz outra.

"Nem acredito que a filha de Aros-sama está na minha sala!" Diz outra mais animada.

Parece que não será muito difícil fazer amigos, estou me sentindo mais confiante. À medida que fui respondendo todas com o devido respeito e normalidade, mais pessoas rodearam a minha mesa para conversar.

"Nossa, então você é mesmo filha dele. Sério, é a primeira vez que considero um pai de uma pessoa bonito. Talvez eu esteja me apaixonando pelo seu pai, Lola-sama!"

"Ei, tenha respeito! Você está dizendo isso a filha dele!"

"Não se preocupem, eu não considero Aros 100% como uma figura paterna, ele é mais como uma pessoa que respeito bastante e agora está cuidando de mim."

"Então eu posso ter uma paixão por ele, não é?"

Não respondi, apenas dei uma risada de canto.

"Mas espera, eu ouvi falar que para adotar uma pessoa, é obrigatório que tenha uma mãe no registro... isso quer dizer que..."

"Aros-sama tem uma esposa!"

"Isso significaria que ela é a rainha."

"Lola-sama, nos conte! Quem é a rainha/sua mãe? Qual o nome dela?"

"Infelizmente, não posso dizer."

Dei de ombros.

Neste momento, surgiu um garoto no meio da multidão que estava rodeando minha mesa. Ele tinha o uniforme um pouco desabotoado e tinha uma postura um pouco mais agressiva.

"Nem adianta perguntar isso a ela, olha como ela não é nada."

"Ei, como ousa falar assim com a filha de Aros-sama!?" Uma menina retrucou o garoto.

"Está óbvio que Aros-sama apenas adotou essa garota por dó, olha como ela não consegue responder uma única pergunta."

"Isso pode ser uma informação importante dentro da família Silverstein, talvez não possa ser divulgado com ninguém. Afinal, por que está aqui?"

"Ponha-se no seu lugar! Não dirija esse tom de voz para mim. Eu sou o segundo filho da casa Vlaws, Richard Vlaws! Sendo filho legitimo de um nobre, não vou permitir que essa plebeia fique se vangloriando em nome dos Silverstein!"

A garota que estava o confrontando, entrou na minha frente, como se quisesse me defender. Até colocou seu braço na minha frente.

"Eu não vou permitir que você fale assim. Até você sabe, mas a família Silverstein tem muito mais poder que a sua, por isso se ferir Lola-sama, terá que arcar com as consequências."

"Garota, você está entrando em um confronto onde não pode ganhar."

"Então eu te desafio para um duelo!"

Todos ficaram pasmos.

"Tudo bem, eu aceito!"

Eles se juntaram na frente e sacaram suas espadas.

Era um confronto que quis evitar de qualquer jeito, mas a garota insistiu que queria me proteger. Sério, eu não estava de acordo com esse duelo. Por isso, esperei a hora certa de intervir.

"O primeiro que receber um golpe, ganha."

"Certo."

Uma das garotas serviu de juíza e começou o duelo. O garoto, Richard, partiu para cima com tudo. Sua espada erguida aos altos, parecia carregar uma força assustadoramente grande. Mas a garota colocou sua espada na horizontal e defendeu o golpe tranquilamente.

"Caiu na armadilha!" Disse ele.

Neste momento, seus pés se posicionaram firme, a força que a garota estava colocando na espada horizontal parecia ser mais intenso. Só que foi esse seu erro. Richard percebeu, e assim com seu pé direito, ele deu uma rasteira.

"Ah!"

A garota caiu. Em circunstâncias normais, o duelo já havia acabado. Isso porque antes da garota cair, Richard disferiu um ataque sorrateiro com sua espada no tronco da garota. Mas ele não queria parar.

No exato momento em que ela caiu, Richard levantou novamente sua espada contra a garota. Seu golpe parecia certeiro para descontar a raiva em cima da garota e machucá-la. Seus olhos estavam quentes.

"AAHHH!"

Plaaack!

Neste momento, Richard olhou sua espada e ela estava rachada. Metade de sua lâmina não estava mais ali, ela havia sido jogada para o outro lado da sala. Com os olhos arregalados ele me olhou.

"Chega." Disse.

Saquei minha espada e bloqueei o seu ataque. Isso fez com que sua lâmina partisse em duas. Não foi difícil fazer isso, eu havia treinado antes e também tinha experiencia em combate graças ao incidente.

"O-O-O que você fez com minha espada?"

"Ela se partiu."

Ele olhou a espada e não conseguia acreditar no que via. Richard não ficou raivoso, ele não sabia como reagir. Seus olhos arregalados encarando a espada quebrada mostrava que ele tinha praticamente perdido as emoções.

"Aqui."

Estendi a mão para a garota.

"Muito obrigada por tentar me proteger, qual é seu nome?"

"M-M-Meu nome é Ikira, Ikira Louech."

"Ikira-san, né? Muito obrigada."

Depois disso, as garotas se reuniram e começaram a elogiar meu estilo de espada e etc. Fiquei amiga delas e de Ikira-san. Todas pareciam garotas boas e posteriormente, nem ligaram mais que eu era filha de Aros. Isso me deixou feliz.

Olá, obrigado por ler este capítulo!

Estou curtindo em escrever a história até aqui, esta é a história mais longa que estou escrevendo. Recebi alguns apoios de meu amigo. Mandei esta novel para ele e ele parece ter gostado. Fiquei feliz de verdade. Esta novel eu não escrevi com intuito de ser complexa e bem trabalhada, apenas escrevi para meu próprio divertimento. E ter pessoas que gostaram dela, me fez ainda mais feliz.

Espero que tenham gostado.

Vejo vocês nos próximos capítulos!

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