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O Homem Louco Na Cidade Pequena (1/3).

Não demorou muito para cruzar o campo de trigo, mas não sai dele imediatamente assim que cheguei no seu fim, escolhi ficar abaixado dando uma boa olhada na cidade a minha frente.

Parece que o plano daquele que estava controlando a Etta, era me trazer pelo campo até a entrada da cidade, onde agora a mais de vinte pessoas, homens e mulheres armados com espingardas e escopetas. Eles até mesmo colocaram dois carros de lado fechando a entrada da cidade.

Todos os civis controlados machos me esperando, estavam usando camisas de flanela, calças jeans e chapéus de cowboys, isso, e o grande número de armas são os indicativos que me dizem que estou em algum lugar no Texas.

Com eles claramente me esperando, é logico que não vou entrar pela porta da frente, mas isso também levanta outra questão, porque o organizador de tudo isso não apenas se mostrou no local do pouso e me controlou mentalmente? Seria com certeza muito mais fácil e menos arriscado. Se ele não fez, quer dizer que provavelmente não pode, ou eu no momento não tenho algum requisito necessário para entrar sobre seu controle.

A distância não é um desses fatores, já que ele controlou Etta até a Torre e de volta, nesse trajeto ela não mostrou nenhum sinal que seu controle estava sendo quebrado, mas o mandante também não se atreveu ou conseguiu controlar meus amigos na Torre, seria muito mais fácil me capturar e ele ganharia mais supers sobre seu comando.

Então, ele pode controlar alguém a distância já sobre seu efeito, provavelmente foi isso que aconteceu, agora só falta ver se é necessário algum tipo de requisito para cair no seu controle mental. Infelizmente para isso ser provado, tenho que por meus pés na cidade.

Ignoro o comitê de boas-vindas e dou a volta ainda me escondendo no campo de tribo, a escuridão aqui é grande, então mesmo que eles joguem uma luz sobre mim, ainda não vão poder me ver. Ando por um quilômetro a direita até ter uma visão melhor de uma das casas da cidade. Como tinha deduzido, essa é uma cidade pequena, mas muito bem organizada, as casas são bem construídas com belos telhados escuros, as estradas são pavimentas e bem iluminadas, mas não havia carros andando por elas, as calçadas, por outro lado, tenham alguma movimentação.

Movo-me pelas sombras e apareço em cima do telhado de uma das casas. A escuridão, percebendo o que quero mais uma vez, me envolve como uma mãe carinhosa e me esconde. Assim posso olhar melhor os pedestres andando na rua sem medo, confirmo imediatamente que eles também estão sendo controlados, todos estavam andando muito organizadamente, como maquinas trabalhando num ritmo perfeito, eles não eram pedestres, e sim batedores do inimigo.

Ignoro um pouco eles e olho para a organização e tamanho da cidade como um todo, pelo tamanho dela, vou chutar que ela tem cerca de três mil habitantes, e devo presumir que todos estão sendo controlados.

Isso vai ser complicado.

Lutar contra vários fanáticos é uma coisa, posso bater neles, sinto pena de os machucar só por que eles são idiotas, mesmo assim, isso não pesa muito em mim, mas lutar contra três mil inocentes controlados é uma ideia muito menos atraente.

Bem, não adianta pensar nisso por enquanto, agora tenho que encontrar Diana e o Steve.

Começo pulando de um telhado para o outro andando na direção do centro da cidade num ritmo um pouco lento, para me dar tempo de gravar toda a situação abaixo como também fazer um simples mapa mental da cidade para uma fuga rápida se necessário.

"BLOOMM!"

Então escuto uma pequena explosão do outro lado da cidade no Leste, sabendo da grande chance de ser a Diana, corro nessa direção, quando estava na metade do caminho, os telhados em que estou pulando acabam, então vou para o chão e ando pelos becos escuros usando o movimento das sombras quando não posso passar despercebido pelas patrulhas do inimigo, o engraçado é que o som rítmico do andar deles é o que permite facilmente os localizar.

Dobro uma esquina e entro num beco que ficava de frente para um pequeno Pet Shop, a janela da vitrine da frente dela estava quebrada com vidro espalhado por toda a calçada, mas isso não era um problema para os dez homens e mulheres portando armas que estavam pisando no vidro procurando alguém.

Deixo de prestar atenção neles, em vez disso, fecho meus olhos e tento usar a minha audição da melhor maneira possível, escuto passos, mas não em cima, e sim vindo dos esgotos abaixo da rua, vou então para a entrada de esgoto mais próximo, removo a tampa de metal e desço pelas escadas, puxo a tampa a fechando antes de descer tudo, me arrependo da minha ação no memento em que o cheiro me atinge.

Estou começando a odiar esgotos, todos eles eram longos tuneis cobertos de sujeira com água suja e ratos andando livremente como esse fosse seu reino.

Como o escuro não me incomoda, continuo em frente até chegar numa curva, não a faço e fico próximo da parede, mas sem encostar nela, não quero sujar demais minha armadura mesmo que ela se limpe sozinha quando a convoco.

"Diana, sou eu, não me ataque." Digo em voz baixa.

Escutando o coração disparado dela do outro lado da curva, e como não queria levar um golpe na cabeça, me apresentei antes.

"Dio, é mesmo você?" Pergunta ela com a voz fraca do outro lado.

"Estou indo até você, por favor não enfie sua espada no meu coração antes de me ver." Brinco indo até ela.

E quando faço a curva, vejo um escudo prateado vindo na direção do meu peito, me pegou de surpresa, mas tive tempo de me abaixar e segurar braço dela, depois a joguei por cima do meu ombro a fazendo cair de costas na limpa água do esgoto.

"Você ficou doida?" Pergunto um tanto furioso tomando distância dela.

"Desculpe, eu tinha que saber se você estava sendo controlado." Falou ela ainda o chão sorrindo para mim.

Ela ainda estava no chão, e agora posso dar uma boa olhada no corpo dela, está explicado o porquê foi tão fácil a derrubar, Diana estava uma bagunça, vejo vários cortes pelo seu corpo se curando e dois buracos de balas, um no ombro esquerdo e outro no abdômen.

"Oque aconteceu com você?" Pergunto enquanto a levanto do chão e a encosto nas paredes sujas para ela retomar o folego.

"Os controlados me pegaram de surpresa." explicou ela.

"Vamos sair daqui e encontrar um local limpo para retirar as balas." Digo a levantando, colocando seu braço em volta do meu pescoço.

Os cortes não são um problema, eles se curam rápido sem precisar de qualquer cuidado, mas as balas no corpo dela são uma questão diferente, precisamos as remover para ela poder se curar.

Andamos lentamente até o local onde entrei, coloco Diana encostada na escada e subo primeiro, depois de verificar que tudo estava limpo, a ajudo a subir, como ela estava próxima a mim, minha aura negra também agiu nela a tornando dificilmente de ser encontrada ou visualizada, assim andamos alguns metros num beco escuro até chegar num pequeno apartamento de dois andares.

Quando estava prestes a carregar Diana como uma princesa e soltar para o telhado, ela faz isso sozinha levitando lentamente até o telhado do prédio de dois andares, a sigo pulando e a encontro sentada no chão encostada numa chaminé de tijolos. Vou até ela e olho para seus ferimentos, quem quer que tenha atirado com certeza foi um profissional mirando na pequena área da sua armadura no tronco que estava menos protegida.

"Quer me contar o que está acontecendo enquanto banco um médico?" Digo brincando me aproximando do ferimento mais grade dela.

"Não é uma história muito longa." Começou ela, enquanto eu arrancava a bala do seu tronco.

Parece que a Etta controlada, não mentiu sobre tudo, Steve realmente veio para essa cidade investigar relatos de um novo meta-humano que estava dando trabalho para as autoridades locais, após chegar na cidade e não responder os chamados da A.R.G.U.S depois de um tempo, Diana preocupada com seu namorado de longa data, voou imediatamente depois da Etta avisar sobre a missão.

Ela conseguiu facilmente encontrar Steve, que a recebeu de braços abertos, até que ele sacou uma arma e disparou contra ela a queima-roupa, depois foi uma confusão total, várias pessoas comuns começaram a invadir o local e tentar capturar ela, só foi depois de muita luta, que a Diana, conseguiu escapar do local, só que na rua, ela mais uma vez foi recebida por um exército de civis sendo liderados pelo meta-humano.

"Haa!" Diana parou seu relato fazendo força para não gritar quando retirei a bala do seu corpo.

"Como é esse meta-humano?" Pergunto agora focando minha atenção no ferimento do ombro dela.

"Nunca vi antes, ele era pequeno, tenha uma grande cabeça e usa uma tiara estranha." Falou ela depois que a dor passou um pouco.

Não reconheço ou me lembro de alguém com esses poderes só com esses detalhes, a lista de telepatas na DC é grande, ele também pode ser uma versão diferente de algum vilão claramente psíquico, por sorte, eu e ela temos algumas defesas contra controle mental.

"E você, o que veio fazer aqui sozinho?" Ela pergunta já aparentando estar melhor.

"Etta apareceu na Torre dizendo que você pediu minha ajuda, percebi que ela estava sendo controlada quase que no mesmo momento, pousamos no campo próximo à cidade, não se preocupe, ela não está machucada, só vai ficar muito furiosa quando acorda e perceber que está presa num jato."

"Eu não sabia que ela tenha vindo para cidade também, gastei a metade do tempo aqui tentando fugir dos meus perseguidores, esses ferimentos estão muito estranhos." Contou ela.

"Concordo."

Mesmo sendo ferimentos a bala, isso não deveria atrasar tanto a Diana, nem a enfraquecer como está agora, mesmo que os semideuses possam ser feridos por lâminas, o interior de nossos corpos é muito mais forte que de um humano comum, então mesmo feridos, ainda podemos demonstrar todo nosso poder até que o corpo esteja quase que destroçado.

Então algo veio a minha mente, segurei às duas balas na minha mão coberta do sangue da Diana, e aproximo elas do meu nariz.

"Isso explica muita coisa." Digo então.

"Oque você sentiu?" Pergunta ela curiosa.

"Fora o cheiro do seu sangue e metal, uma das balas cheira a produto químico, provavelmente a disparada pelo Steve."

"Veneno?"

"Provavelmente."

Um fator de cura acelerado como dela dá uma imunidade absurda contra venenos e toxinas, um veneno que faça efeito nela como está fazendo agora, não é uma coisa simples.

"Sua magia pode ajudar? Temos que salvar Steve e a cidade."

"Não há porque, agora que retirei as balas, não vai demorar muito para você se curar e a toxina sair do seu corpo, podemos esperar."

Ela não é do tipo que espera quando tem a chance de agir, quando ela tentou se levantar, coloquei minha mão no seu ombro a forçando a se sentar de novo, ignoro o olhar de cara feita que ela está me fazendo agora, e me sento do seu lado.

"Então, como vai a nova equipe?" Pergunta ela querendo passar o tempo desistindo de tentar agir imediatamente.

"Acabamos de receber um novo membro, você vai gostar dela."

"Ela? Ótimo, aquela república masculina precisava de mais estrogênio." Brincou ela.

"Como você sabe o que é uma república masculina?" Pergunto curioso.

"Passei algum tempo numa universidade, queria aprender mais dos costumes do seu povo." Explicou ela.

"Você escolheu um dos piores lugares possíveis."

"Sim, percebi isso nas primeiras horas numa das festas dadas por eles." Concordou ela rindo.

"Agora, por que você não me conta como conheceu sua nova companheira de armas."

Contei sobre a missão na Kaznia, mas para minha surpresa, o próximo comentário dela não foi sobre a luta no subterrâneo.

"Foi a primeira vez que você viu um campo de batalha, deve ter sido bem frustrante, não é?" Perguntou ela.

"Sim, eu não podia fazer nada para ajudar aquele povo." Concordo com ela.

"Foi a mesma coisa comigo quando vi as trincheiras na Alemanha, até hoje me imagino fazendo mais naquela guerra."

"Sério Diana, você e a Liga da Justiça da América praticamente ganharam a guerra e salvaram milhares de vidas."

"Esse é um dos pesos que todo herói carrega Dio, sua consciência vai sempre o atacar com a ideia de que você poderia ter feito mais, custa muito aprender a dura verdade, que você não pode salvar todos."

Fiquei em silêncio digerindo o que ela me falou, olhando para a lua cheia no alto do céu sem nuvens.

Não sou tão inocente para achar que posso salvar o mundo todo, mas ser lembrado disso pela mulher mais poderosa da Terra, tem um certo peso.

Se ela não pode salvar todos, eu vou ser muito pior.

É isso que penso verdadeiramente, e não posso fazer nada contra esse pensamento a não ser me fortalecer.

"Como você está?" Perguntou, já se passaram meia hora desde que remove as balas.

"Completamente recuperada." Respondeu ela com um sorriso se levantando.

Olho as ruas e vejo que a movimentação aumentou muito, antes os controlados estavam fingindo ser normais, mas agora eles pararam de se preocupar com isso, e estão andando na rua com armas em punhos e prontos para a luta, agindo assim, tenho certeza que eles só estavam fingindo antes para tentar me enganar, já que o meta-humano, não conseguiu me controlar.

"Como vamos fazer isso?" Pergunto para ela, ainda olhando para os fantoches abaixo.

Diana ficou em silêncio por alguns segundos, até responder.

"Steve e o meta, estão na prefeitura da cidade, para acabar com essa loucura temos que lidar com ele, eu tenho um plano."

"Deixa-me adivinhar, você vai atacar diretamente enquanto eu vou entrar por trás e acertar o chefão na cabeça, e se isso falhar, vamos fugir levando seu namorado?" Pergunto bem sarcasticamente.

"Exato! Algum problema?" Perguntou ela após ver minha expressão.

Como responde isso sem parecer um idiota?

"Bem Diana, você sabe que eu a considero uma das maiores guerreiras do mundo, só que suas estratégias de batalha são sempre simples no início, você só as desenvolve durante a luta, o que não é um problema quando se está lutando sozinho, mas agora…"

"Batman me falou algo semelhante antes quando expressei meu desejo de lutar ao seu lado, você está passando muito tempo com ele." Ela me cortou.

Contenho um sorriso sincero de felicidade por ser levemente semelhante com um dos meus heróis favoritos, respondo.

"Vejo ele apenas por alguns segundos no intervalo de dias ou semanas, não, não estou vendo o Batman demais, só estou dando minha opinião."

"Se meu plano não o agradou, me conte o seu então." Ela pede.

Levo a situação a sério e fico em silêncio pensando por alguns segundos.

"Primeiro, seu comunicador está funcionando?" Pergunto mesmo sabendo a resposta.

"Não, o meta-humano deve estar usando algum bloqueador de sinal." Respondeu ela.

Eu precisava pergunta, mas como ela não pediu ajuda até agora a resposta era logica. Vamos então cortar meu plano.

"Eles ainda não sabem que eu estou com você, então vamos usar isso." Começo.

"Como assim?" Pergunta ela.

"Em vez de você, vai ser eu que vou começar o ataque de frente gritando e berrando a sua procura, então você vai aproveitar isso indo por trás, acertar de surpresa um telepata não é uma tarefa fácil, por isso vou fazer um dos meus truques, mas tem que ser no meu sinal."

Alguns psíquicos podem ver pelos olhos daqueles que eles estão controlando, não sei qual o nível de habilidade do idiota responsável por essa bagunça, mas não posso descartar essa possibilidade já que ele com certeza tem a força bruta necessária para isso.

"Isso é o meu plano, Dio." Falou ela seria para mim.

"Não mais, já que eu o aprimorei." Respondo sorrindo.

Diana suspira e acena com a cabeça concordando, então me viro, e quando estava pronto para descer, uma ideia passou por minha cabeça me fazendo olhar para ela de novo.

"Isso não foi um dos seus testes, foi?" Pergunto.

"Como assim?"

"Um teste para medir minha capacidade de criar estratégias ou algo assim." Explico melhor.

"Claro não." Respondeu ela ainda séria.

Viro-me para frente de novo, e juro por todos os deuses que senti o sorriso que ela deu pelas minhas costas.

Olho para ela de novo, só para ver o sorriso da Diana, desaparecer e sua face voltar para feição séria dela.

"Oque foi?" Pergunta ela.

"Eu me lembrei de algo, nós somos invulneráveis a controle mental ou só temos alguma resistência?" Pergunto ignorando o sorriso.

Essa é uma questão importante, os poderosos mentais ficam mais poderosos a curta distância, se tivemos apenas uma resistência contra eles, a uma chance que ele possa tomar o controle de nossas ações ou pelo menos ler nossos pensamentos, e se for assim, todo o plano é inútil.

"Eu não tenho nenhuma resistência contra os poderes telepáticos, mas meu laço sempre vai me forçar a encarar a verdade, assim os poderes dele não funcionam comigo." Respondeu ela.

"Então, se os semideuses não tem uma resistência natural, como ele não conseguiu me controlar no caminho até aqui?" Pergunto tentando entender.

"Eu não posso ter, mas você sim, foi o que o Caçador de Marte disse." Contou ela.

"Eu nunca conheci o Caçador de Marte."

"Batman o chamou para examinar sua mente quando você entrou em coma no momento que despertou seus poderes, mas o Caçador de Marte, nem mesmo conseguiu entrar na sua mente, ele a descreveu como um buraco negro."

Vou ignorar o fato de ninguém ter me contado sobre isso até agora, não era hora para isso, mas isso também levanta a questão, o que mais o Batman descobriu sobre mim enquanto estava em coma?

Agora temos trabalho para fazer, e não a tempo para pensar sobre isso, fora que é uma boa notícia, se nem mesmo o telepata mais poderoso do mundo pode ler minha mente, o idiota responsável por toda essa bagunça com certeza não vai poder fazer nada contra mim.

Voltamos para o chão e ficamos próximos para minha habilidade pode-se encobrir nossas presenças, mas isso realmente não era necessário, Diana se movia muito bem pelas sombras evitando todas as patrulhas, foi algo que nunca a vi fazendo antes.

Quando mais nos aproximamos do centro da cidade, aonde fica a prefeitura, o número de pessoas armadas nós procurando ou de vigia começou a aumentar, mas conseguimos continuar andando no nosso ritmo sem sermos vistos, então, após ficar a uma quadra do destino, nós separamos, Diana vai dar a volta e esperar o momento certo, mas temos que ser rápidos, no momento em que a batalha começar, o líder vai convocar todos seus soldados dispersos pela cidade e seremos cercados por um exército.

Velocidade é a chave.

Finalmente chego até a prefeitura, o edifício era bem grande, três andares construído um nível acima do solo, havia uma longa escadaria branca de vários degraus até a entrada, o local também estava muito bem iluminado, é claro que não estava vazio, havia pelo menos quarenta pessoas armadas espalhadas na escadaria me esperando, mas isso não importa, o objetivo é mesmo esse, chamar atenção.

Então com esse espirito em mente, pulo saindo de um pequeno beco cruzando a estrada principal caindo bem em frente a escadaria.

"Blaam!"

Meu pouso não foi nada sutil, fazendo o chão se rachar.

"MULHER-MARAVILHA!" Gritei com toda a força do meu pulmão.

"ONDE ESTÁ VOCÊ!" Voltei a gritar.

"Bam!""Bam!""Bam!""Bam!""Bam!""Bam!""Bam!""Bam!""Bam!""Bam!""Bam!""Bam!"

É claro que aqueles controlados não sentiram nada com essa entrada e começaram a atirar. Logico que estava já preparado, coloquei meu escudo na frente do meu corpo me protegendo dos disparos.

Fiquei assim por alguns segundos, até que dei uma arrancada ainda com o escudo erguido e fiquei de frente do primeiro atirador que estava na frente dos outros, movi meu escudo e acertei o corpo dele de lado o mandando voando para esquerda, o corpo caio nas escadas e rolou para baixo, e eu continuei meu ataque.

Como abaixei meu escudo, fiquei desprotegido, mas posso ver claramente a bala disparada de uma espingarda por uma mulher loira na frente do meu olho, movo meu rosto para o lado e a bala passa raspando pela minha bochecha, avanço segurando a espingarda e a puxo das mãos da mulher loira, depois dou o mais gentilmente possível uma rasteira nas pernas dela a fazendo cair no chão e rolar escada abaixo também.

"TRUMMM!"

Escudo o barulho que odeio no meio da chuva de balas disparadas contra mim, o disparo de uma arma calibre 12, diferente das outras munições, essa dispara várias pequenas esferas de metal que vão se separando uma das outras, diferente das outras balas que podem ser facilmente redirecionadas, defendidas ou evitadas, as de calibre 12, são as que mais odiei ser treinado para evitar.

Vendo as pequenas bolinhas vindo na minha direção, uso o movimento das sombras para aparecer na frente do homem gordo de quase cem quilos que acabou de realizar o disparo, para minimizar um pouco minha frustração, dou uma tapa no rosto dele o fazendo cair no chão agora desacordado.

Humanos no geral são muito frágeis para seres com super força, literalmente estou me contendo o máximo que posso, mesmo assim, cada golpe meu faz eles saírem voando, é uma preocupação constante lutar contra humanos comuns, se eu socar um pouco mais forte do que estou fazendo agora, eles voam longe, então tenho que calcular o local onde eles vão cair e como, já que se eles baterem a cabeça vão com certeza morrer ou ficar gravemente feridos, essa é apenas uma das preocupações que tenho em mente quando estou lutando contra humanos.

"MULHER-MARAVILHA!!" Grito mais uma vez deixando o show continuar.

Do meu ponto de vista minha ação agora foi um pouco lenta, mas para os humanos sem poderes, me movi como um borrão, perspectivas de tempo diferentes. Então eles demoraram um segundo para percebe que não estou mais na frente deles, e sim bem mais acima da escadaria a esquerda, e quando eles voltaram a mirar em mim, pulei e cai bem no centro do pequeno grupo dando um soco no chão.

"BLOOOM!"

A minha força criou uma pequena onda de choque que destruiu o chão e fez todos eles caírem, muitos rolaram escada abaixo, enquanto outros ficaram atordoados no chão.

"Mulher-Maravilha, onde você está!" Gritei me levantando.

"TRUMM!"

Então as portas de vidro da prefeitura se abriram bruscamente, e outro grupo de pessoas controladas correu na minha direção, esse grupo não estava armado, a maioria está segurando pedaços de madeira e ferro.

Antes que eles se aproximassem mais, jogo meu escudo cinza neles, o escudo gira e acerta a cabeça de vários deles antes de quebrar as portas de vidro e desaparecer no edifício. Agora sem escudo, me teleporto para dentro do grupo daqueles que ainda estão em pé, e como um lobo no galinheiro, minhas ações são rápidas, atinjo todos eles com golpes rápidos mirando suas pernas, ouvidos, peito e nariz, todos os golpes foram rápidos e com força controlada, logo a vinte pessoas caídas no chão em minha volta.

"Bam!""Bam!""Bam!""Bam!""Bam!"

Os que ficaram para trás nas escadas mais uma vez disparam contra mim, saco rapidamente minha espada e com ela parto ao meio todas as balas e redireciono outras movendo meu braço com pequenos movimentos.

"Επικαλούμαι το κρύο της θλίψης του ποταμού Cocyte!" {Eu Invoco o Frio da Tristeza do Rio Cócito!}

Uma nevoa negra e projetada da minha espada e cobre rapidamente todo ambiente, e tudo que era de metal, principalmente as armas, congela nas mãos dos controlados, que caem no chão por causa da dor do gelo em volta de suas mãos que estão as segurando.

"Exagerei." Digo em voz alta olhando para isso.

"TRUMMMM!"

"Que barulho infernal é esse!" Gritou um homem do terceiro andar da prefeitura.

Mesmo com meus sentidos, não consegui ver ele antes, mas consigo escutar, ele começou a flutuar saindo da janela e vem até mim lentamente, o motivo para não ter o visto, era por que o homem era tão pequeno, que ele ficou coberto.

O homem está usando um terno todo negro com gravata azul e tenha um pouco mais de um metro de altura, seus cabelos eram negros finos e estavam soltos parecendo uma juba de leão, ele tem um cavanhaque fino em volta de sua boca e olhos pretos, sua cabeça era um pouco maior que seu corpo e no topo dela, estava uma tiara prateada de aparência estranha.

"Quem diabos ousa interromper meu sono!" Gritou ele de novo olhando para a confusão agora já no chão.

Conjuro de volta meu escudo e o seguro na minha mão livre, já com a minha espada em mãos.

"Ei baixinho, onde está a Mulher-Maravilha?" Pergunto e zombo dele ao mesmo tempo.

"Um xingamento sobre minha estatura vindo de um pequeno ajudante." Respondeu ele me olhando com desgosto.

Isso realmente baixou o nível. Mesmo nunca tento lutado contra o crime ao lado da Diana, sei que muitos me conhecem como o ajudante dela depois da minha apresentação durante a invasão, pode parecer besteira, mas me sinto mal quando sou chamado assim, mesmo nunca tendo sido o parceiro dela.

"Onde está a Mulher-Maravilha!" Pergunto de novo, demostrando toda a preocupação que posso fingir.

"Você acha que se tivesse ela comigo, eu teria todo esse trabalho para te procurar, seu idiota."

"Você demorou, estava te esperando, sua aberração." Voltou ele a falar.

"Aberração?" Pergunto confuso.

"Como devo chamar uma mente como a sua? Se sua mente não fosse um buraco negro sem fundo eu não teria tanto trabalho para o trazer até aqui sem ser controlado, na verdade, o plano original era trazer todos vocês os mini-heróis sobre meu controle." O vilão explica seu plano.

Todos os telepatas vêm minha mente da mesma forma?

"Não importa, vou fazer da forma antiga e te capturar a força, então a Princesa não vai ter escolha a não ser vim te salvar, e eu vou a capturar também, amarrando ela toda com aquele belo laço brilhante dela."

Isso é sério?

"Sei que vou me arrepender de pergunta, mas porque todo esse interesse pela Mulher-Maravilha, sei que vocês nunca se encontraram antes." Pergunto.

"Eu serei o imperador do mundo, todos vão estar sobre meu controle, e um futuro imperador, deve ter uma mulher digna dele aos seus pés, aonde é o lugar dela." Respondeu ele sem demostrar nenhuma vergonha no que foi dito.

"Isso é sério?" Agora pergunto em voz alta.

"Me irrita profundamente a ver sempre toda poderosa na TV, então agora que tenho a chance, vou colocar ela no lugar aonde toda mulher deve estar, aos pés de um homem poderoso." O idiota voltou a falar.

O meu primeiro supervilão louco, é um misógino.

Por que não o Coringa? Ele é um idiota muito maior, mas pelo menos ele fala esse tipo coisa em voz alta.

"Estou realmente fazendo força para não ficar irritado com o que você disse agora, vou simplesmente te capturar." Decido.

Como mesmo ele disse, minha mente era um buraco negro mesmo nessa distância, então não preciso ter cuidado em ser controlado, Diana vai ser a arma secreta, e eu vou com tudo logo de início também.

"Outra criança que não entende a superioridade que é nascer como um homem." Continuou ele a falar besteiras.

"Sério cara, cala a boca!" Grito pulando na direção dele com minha espada levantada.

Mirei no seu ombro, é um pouco brutal fazer isso de início, mas bem, ele é um idiota.

Mas quando a espada estava quase acertando, meu corpo congela no ar.

"Esse belo aparato na minha cabeça não só me dá um aumento na minha telepatia, mas também adiciona um pouco de telecinesia ao pacote." Falou ele movimentando sua mão, e eu sou jogado para baixo de novo.

Rolo no chão e me levanto a tempo de ver uma bala vendo na direção do meu peito, levanto minha espada, com a lâmina de lado, altero o curso da bala a mandando para o alto à esquerda de mim. Durante todo o discurso do idiota, esquece que ainda haviam civis sendo controlados próximos, e mais deles começaram a chegar vindos da cidade.

A boa notícia, é que no telhado da prefeitura, vejo um reflexo de luz que chama minha atenção, é o sinal, Diana está em posição, pronta para atacar ao meu sinal.

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