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CAPÍTULO 13 - PAI

– "Meu nome é Oji Mizu, eu serei o capitão de vocês nessa missão!" – O homem de média estatura que estava ao centro do círculo de homens armados de espada anunciava sua notícia.

– "Tudo bem senhor!" – Todos os que ouviram responderam em sintonia.

Se cumprimentando após responderem, todos saíram de sua postura séria e conversavam entre si de forma leve e respeitosa.

Não demorou muito para que o círculo de homens sumisse da volta do homem de cabelo levemente azul, chamado de Oji Mizu.

Se mantendo na mesma posição, ele evitava falar com qualquer pessoa por sua vontade, esperando que elas viessem até ele.

Sem demora, um dos que estavam ao redor de Oji se desprendeu de sua conversa paralela e caminhou em direção a ele.

– "Você ainda está formal desse jeito?" – O homem disse enquanto sorria de forma carismática e leve em direção de Oji.

– "Eu sou o líder agora, para que me respeitem eu preciso mostrar postura." – Oji respondeu de forma totalmente séria, sem esboçar nenhum sorriso sequer.

– "Tentar agir como um ser místico não vai te fazer ser mais respeitado." – O homem provocou Oji, usando uma referência aos seres considerados criados sinteticamente por humanos, seres dos quais não há sentimento algum.

Chegando finalmente ao lado de Oji, o homem que vestia uma camisa totalmente chamativa de cor azul no tom do mar se sentou na grama.

Oji mantinha sua postura e decidiu não acompanhar seu colega em sua ação, se mantendo ao seu lado, porém de pé.

– "Você não acha que é relaxado demais?" – Oji lançou uma pergunta inesperada para seu colega, usando um tom sério.

– "Provavelmente você pensa assim pois está no meu lugar agora." – O Jovem homem respondeu comentando sobre a posição que Oji estava exercendo naquele momento.

Por mais da aparência séria da conversa deles, era apenas um diálogo de descontração que eles tinham o costume de ter sempre que podiam.

– "Se você apenas tivesse postura, não teria saído da liderança, Uzur." – Oji direcionou sua fala séria para o homem sentado na grama, o encarando de forma descontente.

Em resposta à fala de seu líder, o homem chamado Uzur apenas riu de forma leve, mantendo um sorriso simpático em seu rosto.

– "Eu não sou capacitado para estar onde você está agora, por isso eu saí." – Olhando para o rosto do homem em pé ao seu lado, Uzur mostrou um sorriso com todos os seus dentes.

– "Você sabe que está errado."

– "Você aceitou ser o meu líder, mas não consegue aceitar me ver como não sendo o seu líder."

Com os braços cruzados, Oji fechou totalmente sua expressão, sua birra era similar às de uma criança.

Se levantando do chão, Uzur arrumou seu cabelo cacheado de cor levemente azul bebê e logo após, encostou sua mão no ombro de seu amigo.

Os dois admiravam o sol, que nascia vindo do chão para que sumisse novamente sendo engolido pelo chão.

– "Você é capaz disso, Oji."

– "Você faz péssimas escolhas, poderia ter continuado como líder e me colocado como o segundo no comando."

– "Você nasceu para nos comandar em busca do cristal da Defesa, seu cabelo azul brilhante é citado em nossa profecia."

– "Você acabou de inventar isso, não é?" – Perguntou Oji, em tom levemente irônico

– "Sim, mas isso não é o mais importante agora…" – Uzur respondeu de forma sincera, porém tentou desviar do foco logo após, sendo impedido por Oji, que o acertou um soco em seu braço direito.

Os dois sorriram em comum acordo após terem a conclusão da leve conversa que tiveram.

A expressão de Oji já abrigava um novo sorriso sem que ele percebesse, o que fez com que o seu amigo de cabelo cacheado sorrisse de forma espontaneamente alegre.

– "As pessoas vão te respeitar por você ser quem é naturalmente. Não tente ser outra pessoa Oji, todos nós sabemos que você é naturalmente um heroi."

Batendo com leves tapas nas costas de seu amigo, Uzur parecia ter finalmente convencido do que ele precisava aceitar para seguir seu caminho.

Olhando ao redor, o homem de cabelo cacheado e olhos baixos percebeu uma nova presença que adentrava o local que naquele momento era o acampamento do exército das pequenas vilas, comandado por Oji Mizu.

Quem estava entrando no acampamento era uma encantadora garota. Sua aparência jovial e seu rosto limpo de cor clara e reluzente dava ao ar uma leveza ainda maior. Era uma beleza incomparável que emanava dos olhos azuis da garota.

De todos que a viram, quem mais se encantou com sua presença foi Oji que enquanto hipnotizado pela garota, sentiu seu corpo ser abraçado, porém, não era pela garota.

– "Pai?" – Disse o pequeno menino que abraçava de forma firme a perna direita do homem de cabelo azul de cor do mar.

Sorrindo para o garoto, Oji Mizu se abaixou e o pegou em seu colo.

Os dois tinham os mesmos olhos e cabelo, porém os cabelos do garoto eram mais azuis e lisos, enquanto os do homem eram levemente ondulados e tinham uma cor mais falha de azul.

– "Mizu, que saudade eu estava de você filho." – Oji disse, olhando nos olhos do garoto que segurava em seus braços.

Logo, a jovem garota se aproximou dele, sorrindo de forma extremamente alegre.

– "Você está bem, meu amor?"

– "Você realmente veio." – Oji sorria de forma descontrolada em direção da garota, segurando suas lágrimas que escapavam pouco a pouco.

O grande encontro entre um dos representantes do exército e sua família era algo emocionante que consumiu todos os que estavam ao redor, que encantados, bateram palmas para o casal.

– "Eu te amo, obrigado por vir."

– "Você vai ficar longe por um tempo meu príncipe, eu teria que vir para não morrer de saudade."

Se aproximando um do outro, os dois se beijaram enquanto Oji segurava a criança em seu braço.

Após semanas longe, eles finalmente estavam em família completa novamente.

Para ter mais espaço a sós, Oji e sua esposa Elany se separaram do grupo, se sentando em um gramado de flores a 200 metros do acampamento.

Segurando o pequeno garoto no colo, Elany expressava um forte sorriso enquanto deitava sua cabeça no ombro de seu marido, que assim como ela, sorria de forma estridente.

– "Como foram suas últimas semanas?" – Oji perguntou.

– "Não foram tão ruins, mas você faz bastante falta." – Elany respondeu, direcionando seu olhar para os olhos dele.

Os dois suspiraram de alívio sentido o calor do corpo um do outro, era um grande momento de relaxamento para o casal que não se via a um certo tempo.

– "Mas e você, como foi essa operação?" – Elany devolveu a pergunta que Oji tinha lhe feito.

– "Sinceramente tudo foi positivo, porém a mais difícil das missões vai começar agora." – Oji perdeu sua postura calma e voltou a mostrar preocupação em seu rosto.

– "Você precisa relaxar." – Ela comentou enquanto olhava a cansada expressão que ele tinha feito ao lembrar de sua próxima missão.

Sorrindo em resposta a fala preocupada de sua esposa, Oji levantou seu braço e o passou por trás do pescoço dela, a deixando praticamente deitada em seu ombro.

Fazendo carinho nos loiros cabelos da jovem, ele sorriu, deixando todas as preocupações para depois.

Aquele momento era único e, ele sabia que não teria tantas oportunidades como aquela pelos próximos dias.

– "Você vai fazer o que nessa operação?" – Elany disse em voz meiga, aproveitando dos carinhos que recebia de seu amado.

– "Nosso foco principal é pegar o cristal da Defesa do país dos grandes muros, porém, essa é uma missão extremamente perigosa que vamos realizar." – Dizendo em tom leve, Oji suavizou a descrição do perigo que correria naquela missão.

– "Não aceito que você não volte, está entendido?"

– "Você percebeu?"

– "Você usa desses tons suaves para ser encantador, porém isso só funcionou uma vez comigo."

– "Pelo menos uma vez foi o suficiente."

Sorrindo, os dois se beijaram em meio ao florido campo em que estavam sentados. A brisa que os cobria era como uma sessão completa de relaxamento, uma massagem da natureza.

Em poucos sorrisos e beijos trocados, o clima se tornou mais quente entre os dois apaixonados, fazendo com que o pequeno Mizu fosse deixado de lado em sua cesta.

Afastados da presença de todos, nem mesmo a brisa suave podia descrever tudo que havia percebido durante seu passar repetido sobre o ambiente no qual o amor se propagava entre o casal.

De lado na cesta, o pequeno Mizu dormia como um pequeno anjo.

Por mais de ser uma criança praticamente recém nascida, ele já tinha seus traços bem definidos. Seus olhos grandes e brilhantes e sua cor de cabelo eram os mesmos que hoje refletiam no grande garoto que ele viria a se tornar.

Após terminarem seu momento juntos, o casal voltou para buscar o pequeno garoto que havia sido deixado sozinho por um tempo.

– "Infelizmente agora é hora de partir." – Elany disse enquanto segurava a cesta onde estava o pequeno Mizu.

– "Não queria que você fosse, porém também não quero que vá sobre a escuridão das horas da noite." – Oji Mizu sorriu levemente, tentando esconder sua tristeza em ter que deixar sua amada partir.

– "Sorria. Logo estaremos juntos novamente."

O beijando novamente, Elany se retirou em direção a sua casa.

O homem que estava ficando para trás apenas observava a jovem garota sumir na distância do horizonte.

Coberto de saudade já desde aquele momento, Oji Mizu deixou sua posição fixa e tornou para o acampamento, onde o esperavam chegar para que pudessem finalmente descansar.

As horas do escuro já começavam a aparecer de forma leve. Aquilo era o presságio do início de uma grande missão que teria que ser realizada.

Chegando finalmente ao acampamento, Oji apenas ignorou todos do acampamento e seguiu em direção a sua cabana, onde se deitou imediatamente, fechando os olhos.

– "Boa noite, líder." – Uma voz atrapalhou a concentração de Oji em dormir.

– "Cale a boca, Uzur. Já está de noite." – Oji repreendeu seu amigo, porém apenas foi respondido por um riso alto.

– "Tudo bem, vamos dormir para descansar para o amanhã."

Deixando que o quarto fosse silencioso novamente, Uzur e Oji dormiram de forma tranquila e sem interrupções.

• • • • •

– "Tudo bem, todos entenderam o que vão fazer?" – Oji Mizu perguntou para os homens que o cercavam em uma roda

– "Sim!" – Eles responderam em conjunto.

O dia já havia amanhecido e todos estavam de pé desde a primeira hora da manhã.

Todos já sabiam suas funções e a missão estava prestes a começar.

Eram menos de 100 os que caminhavam em direção ao grande país conhecido por sua segurança, porém, todos estavam armados e confiantes que voltariam vivos para suas casas e famílias.

A pequena multidão de 98 homens seguia Oji Mizu e Uzur, que caminhavam na frente, mostrando o caminho que deviam seguir para chegar ao país dos grandes muros.

O semblante que era visto em todos era o de uma forte determinação, porém o clima que todos carregavam era de forte insegurança, o que causava até mesmo em Oji um forte medo.

– "Pare de tremer." – Uzur repreendeu seu amigo usando um tom de voz forte.

– "Tudo bem, porém não é fácil ter calma no estado que chegamos."

– "Eu entendo isso, também sinto o seu medo, porém eles não podem sentir o mesmo." – Uzur disse enquanto mudava seu olhar para a multidão que estava os seguindo. Junto dele, Oji também olhou de forma disfarçada.

Tendo entendido a indicação de seu experiente amigo, Oji se esforçou para que pudesse respirar normalmente e esconder sua ansiedade.

– "Estamos quase chegando." – Oji Mizu gritou para seus homens logo que viu o grande país se aproximar de sua vista.

No topo do pequeno monte que cercava o portão do país, todos tinham parado para observar a grande estrutura que aquele país tinha.

Era algo diferente de tudo que eles já haviam visto antes, era uma tecnologia inigualável naquele mundo.

Sentindo novamente medo, Oji nem mesmo teve tempo de tremer antes de ser acertado por um soco de Uzur.

– "Aii!"

– "Isso não é um grito de lider."

– "Você me bateu do nada."

– "Nem foi forte, pare de ser uma criança grande."

O soco que Uzur havia dado não havia sido forte, tinha sido apenas um leve cumprimento entre seu punho e o braço de Oji Mizu.

– "Tudo bem, isso não importa agora."

Uzur respirou fundo e voltou ao foco principal.

– "Esse é o momento, espero que vocês estejam prontos para isso." – Uzur disse para todos, emanando de si uma forte confiança

– "Nós nascemos prontos para isso." – Oji Mizu respondeu da mesma forma, deixando o clima mais focado

– "Nós vamos morrer, não é?" – Um dos homens da multidão se manifestou, assustando a todos que estavam juntos.

– "Relaxem, não vamos morrer." – Oji retirou algo de seu bolso enquanto sorria confiante.

O que ele tinha pego em sua mão era um Cristal Azul escuro que brilhava como um forte diamante.

Aquele era o Cristal da Água.

– "Vamos nessa!" – Uzur gritou, animando novamente a multidão, que mesmo apreensiva, aceitou a missão onde já estavam

Oji levantou o Cristal para os céus como indicação, fazendo com que todos corressem para descer o monte. Apenas Uzur e Oji se mantiveram no topo.

– "Que a água os consuma." – Oji Mizu entoou em voz alta, fazendo o cristal brilhar como reflexo da luz do sol no mar.

Do cristal de sua mão, surgiu uma grande corrente de água, a qual foi lançada em pressão extrema na direção do portão do país dos grandes muros.

Imediatamente, o grande ataque matou todos os guardas que defendiam o portão que, com a grande pressão da água, se destruiu totalmente em diversos pedaços.

Aquele era o início da missão de invasão liderada por Uzur e Oji Mizu.