webnovel

Capítulo 1: O desperta nas sombras

Entre as sombras densas das árvores, Tristan sente os raios de sol através das folhas e vai gradualmente abrindo seus olhos à medida que escuta uma doce voz feminina, mas deveras irritada: "Garoto? GAROTO!! Acorda, você não é o caçula dos Black. O que estás a fazer aqui?"

Tristan, totalmente desnorteado, com uma expressão vazia, suas roupas pretas sujas e levemente rasgadas, não consegue responder à mulher.

Ao perceber a expressão da criança, a mulher de cabelos alaranjados e orelhas pontudas diz: "Vamos, menino, tenho um lugar que pode lhe abrigar por algum tempo." O jovem, sem dizer nenhuma palavra, apenas continua inexpressivo.

A mulher dá um suspiro cansado e diz: "Terei que ser um pouquinho rude então jovenzinho." Ela pega o jovem e o coloca em suas costas, carregando-o em direção à saída da floresta.

Após alguns poucos minutos andando, a mulher com o jovem Tristan nas costas lentamente emerge da densa floresta. Nesse momento, os olhos do jovem se fixam a uma pequena casa de madeira. Sua estrutura modesta contrasta com a imponência das árvores que a rodeiam. A mulher diz: "Seja bem-vindo à minha humilde casa, jovenzinho."

Eles adentram a casa; a atmosfera é acolhedora. Os móveis, simples mas robustos, contam história de uso constante e afeição. Uma lareira no centro emana calor. "Chegamos, sente-se", diz ela, puxando uma cadeira de madeira.

A sala, adornada por móveis que parecem carregar consigo as memórias de inúmeras histórias, revela a simplicidade que se entrelaça com a beleza. Um tapete desgastado, mas amorosamente cuidado, jaz aos pés da lareira, testemunhando anos de conforto e calor compartilhados. A madeira dos móveis, embora despretensiosa, revela traços de uma resistência que ecoa os tempos difíceis enfrentados.

"Vamos, me diga o que aconteceu. Espero que não seja o que imagino e tenha se perdido na floresta", diz a mulher com um olhar sério.

Tristan, todo cabisbaixo, procura forças no fundo do seu coração e diz: "A casa dos... a minha casa foi atacada. Meu pai morreu para me salvar, e você, você deve ser Cecily, certo?"

"O quê? Você sabe quem sou eu, jovenzinho?" retruca a mulher no mesmo instante que escuta.

"É claro", diz ele, "porque eu iria aceitar ajuda de alguém que nunca vi na vida, em uma floresta? Não seria muito inteligente da minha parte", diz Tristan, com os olhos refletindo melancolia, transmitindo um peso emocional palpável a cada palavra.

Cecily dá um leve sorriso discreto, porém elegante, impressionada com a capacidade de observação dele, mesmo tendo passado por uma situação tão traumatizante.

"Quase me esqueci que você é filho dele e o mais importante, você é um Black... sim, você está certo, sou Cecily. Já viajei com seu pai algumas vezes na juventude; foram, de fato, bons tempos. Mas chega disso, você tem que descansar. Tem um quarto subindo a escada, a última porta da esquerda do corredor. Vá, você tem que descansar; mais tarde conversaremos."

"Com passos hesitantes, Tristan sobe lentamente as escadas, a dor e o ódio pesando em cada passo. Seus dedos, sujos e trêmulos, agarram-se ao corrimão desgastado. Ao atingir o topo, ele se depara com o corredor escuro. As sombras dançam nas paredes enquanto avança em direção à última porta da esquerda."

Ao adentrar o quarto, suas roupas pretas, sujas, contrastam com o ambiente. Ele se deita na cama, e seus pensamentos tumultuados ecoam no silêncio do quarto. 'Meu pai me falou muito dos seus companheiros', ele reflete, os olhos fixos no teto. 'Uma das mais comentadas era Cecily: estranha, controladora, narcisista, mas justa; uma amiga de valor.'

Uma luz débil do sol invade o quarto, revelando a expressão angustiada de Tristan. 'Por que ela estaria aqui logo hoje?' enquanto Tristan, mesmo imerso na tristeza, declara contra os Eldrath, jurando vingança. 'Malditos Eldrath, todos irão pagar, não importa o quanto demore.'

O tempo parece se arrastar enquanto Tristan, perdido em pensamentos, não percebe o tempo passando, até que Cecily bate na porta e diz: "Venha, garoto, precisamos decidir o que fazer agora."

Ele desce as escadas, vai até a mesa na sala e pergunta: "O que deseja, Cecily?"

"Garoto, fui à mansão e vi a cena deixada pelo seu pai", ela diz com um olhar triste e desolado com as mãos inquietas sobre a mesa. "Estava cheio de corpos. Fui em busca do corpo de seu pai, mas, infelizmente, não achei."

"E o Leorick? Provavelmente foi ele que me tirou da mansão quando meu pai se sacrificou", questiona Tristan.

"Não, jovem, não tinha nenhum corpo lá", responde Cecily. "Então o Leorick pode estar vivo?", exclama o garoto.

"Como eu disse, o corpo do seu pai também não estava lá, e de acordo com você ele está morto então...", Basta, Cecily, não diga isso. Eu preciso ir até lá. Por que não me avisou que estaria indo para lá?", diz Tristan com uma feição de ódio e serrando os punhos ferozmente. "Olha, jovem, não tem necessidade de voltar lá. Tudo que sobrou foi uma pilha de escombros", comenta Cecily com uma expressão plena, mas nitidamente abalada.

"Eu estou indo a um pequeno vilarejo perto da capital encontrar meus amigos, também antigos companheiros de seu pai. Quero lhe convidar a ir comigo. Será melhor que morrer aqui sozinho, ou pretende pedir abrigo aos Eldrath? Até onde eu sei, eles são a única família próxima o suficiente que você possa chegar antes de morrer desidratado ou de fome."

"Não brinque com isso", diz Tristan com uma feição de ódio e serrando os punhos ferozmente. "Por favor, me leve com você. Ainda não tenho o que é preciso para derrubar os Eldrath."

"Ótimo, garoto, fez a escolha certa. Me diga, seu pai lhe ensinou o que é aura? Você está na idade perfeita para começar. Considerando aquele rombo no chão, ele melhorou muito desde que viajamos juntos. Acho que nem eu conseguiria lançar um ataque daqueles, mas eu ainda ganharia dele", fala isso com um sorriso orgulhoso no rosto e uma postura imponente.

"Aura? Ele mencionou isso, disse que era algo incrível que lhe dava muita força", fala Tristan olhando para a mesa e sem sequer olhar aos olhos de Cecily.

Com uma expressão estatística Cecily continua a esperar que Tristan fale achando que ele não a tinha contado tudo que sabe, com os olhos arregalhados e um sorriso aparentemente falso.

"Sim, garoto, continue", diz ela com o sorriso no rosto. Tristan olha para Cecily com um olhar confuso e diz: "Eu já terminei. Tudo que ele me contou, todas as histórias das aventuras dele, sempre destacando sua amizade com os amigos. Tudo relacionado à aura era puramente detalhe."

"Por Lysander", diz ela batendo as mãos na coxa e olhando para o teto. "Pois bem, garoto, prepare-se. Amanhã você aprenderá o básico sobre aura!"

Next chapter