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Autobiografia do Assassinato

Capítulo 1: Um Reflexo Fragmentado

Parte 1

Bem, é uma longa história… ela começou a muitos anos, na época eu tinha 20, bem diferente de hoje, vivi mais de 7 séculos e até agora não entendi como e nem por que de tudo ter acontecido, perdi inúmeras pessoas que amo, esposa? Morreu de velhice, assim como minha família, Filha? Matei(juro que foi para o seu bem), amigos ou foram assassinados, ou a idade os levou. Infelizmente, deixar as coisas para trás é uma coisa complicada para mim, não posso simplesmente desistir do meu legado.

Aiai… onde tudo começou mesmo?

Ah sim, quando tinha 20 anos, naquela viagem que, ia visitar minha bisavó, e após 4 horas peguei no sono, as imutáveis planícies e o balançar do carro criaram um ambiente irresistível para dormir. Quando apaguei… eu acordei! Espera, estou em um lugar completamente diferente do meu novo Ford Fiesta!

Aparentava meu quarto, mas também não, metade dele estava desarrumado, parecia como eu o havia deixado, mas a outra metade… ela estava perfeitamente organizada, impecável para ser exato, uma coisa que não faria, e o pior era aquele espelho, lá do outro lado da sala, nunca tive um, mas ele ocupava uma posição equivalente à minha, só que na porção que não me pertencia. E nele, meu reflexo, sorria para mim.

— Boa tarde, Sdravein. — disse a imagem no espelho.

Devo estar doido, o meu reflexo está falando comigo…

— Você não está doido, fica tranquilo — ele me tranquilizou.

Bem, já que ele sou eu, irei me escutar, seria um sonho?

— E não, não é um sonho — aquilo me alertou.

Após ouvir tanto esse ser falar, eu decidi me pronunciar e fazer o que qualquer pessoa em condições normais de temperatura e pressão faria — Eu morri? Foi um acidente? E você veio me dizer que vou para um isekai correto? — perguntei esperançoso. — Quem é você? Que deus maravilhoso e digno da minha lealdade estaria na minha frente?

A figura, que até o momento sorria, mudou de expressão, aparentemente disse algo que não o agradou, somente agora percebo que ele está levemente trincado, como um espelho quebrado.

— Sou o Fragmentado, você poderia me chamar de um comerciante, não sou um deus, mas não precisa se preocupar, sou bom vendedor, a satisfação de meus clientes é extremamente importante. Irei te ajudar no que precisar!

Sinceramente, não confiava nessa última sentença, ninguém é tão bonzinho assim, mas… ele sabia o que estava acontecendo, se realmente me trouxe para cá, deve ser poderoso, poderoso o suficiente para invocar uma pessoa. Eu só precisava saber quais eram suas motivações, e o mais importante, o desconto que ganharia na loja dele!

— Então....... por que estou aqui? — Eu queria saber

O Fragmentado, me avaliou da cabeça aos pés e, disse calmamente:

- Tem uma missão te esperando atrás daquela porta, se for, irá me agradecer futuramente. Se não for, sua presença se tornará obsoleta perante o que está prestes a acontecer. Resumindo, estou te dando uma chance de ficar mais forte, antes que a merda aconteça de vez e seu mundo pereça.

Calma, calma, acalmou aí, muita informação de uma vez, quer dizer que algo acontecerá? E eu tenho que ficar forte para isso? Mas o que vai acontecer? Quando? E as pessoas que eu amo? Será que o que ele diz é verdade? Esses pensamentos assolaram minha mente em um instante, era muito para processar, mas se ele estivesse sendo sincero eu teria que agir rápido. Querendo efetuar 1001 perguntas, eu me acalmei por um segundo e fiz a mais importante de todas:

— Isso é verdade, né? Vai dar merda? — não é como se algo o impedisse de me enganar, mas tinha opções?

— Claro que é, como um negociador, não venderia informações falsas — Dizia o fragmentado, enquanto sorria maliciosamente.

Vender? O que isso quer dizer? Vai me cobrar? Isso não é importante agora, preciso tentar proteger as pessoas importantes para mim. Olhei para a porta, que era para ser do meu quarto, ela tinha um ar de mistério, quase maligno… apesar de estar com medo do que poderia acontecer, meu Sdravein interior estava completamente curioso. Seria um mundo de RPG? O que me aguardava? Após pensar nisso por um longo momento, fui para a saída.

— Boa sorte — disse o comerciante.

— Ah mano, nunca conheci ela, olha a situação em que estou! — disse resmungando.

Segurei a maçaneta do quarto, estava fria, mais fria que o ambiente, sentia que se segurasse por muito tempo minha mão congelaria. E com o cu na mão, atravessei a porta, atravessei para uma escuridão, essa escuridão que me abraçou, meu mundo girava, eu não entendia o que estava acontecendo com meu senso de direção, e quando me dei conta…

— Um beco, sim… um beco, onde caralhos vim parar?

Cometi o erro de olhar ao redor e… a primeira coisa que vi foram dois corpos no chão, todos ensanguentados, sem vida, mortos… Ah velho… Jura que na minha mão tem uma faca com sangue!? Mas que merda tá acontecendo? Porra, porra, porra, preciso sair daqui, terão a ideia errada da situação. Estava enjoado, passando mal, mas tinha que sair correndo.

Olhei mais uma vez em volta, um beco minúsculo que dava direto para o que parecia ser a rua principal, estava colado na parede, usando as sombras que a Lua gerava para me esconder, o caminho era de terra, conseguia perceber o brilho fraco de tochas e algumas pessoas fazendo barulho. Uma taverna! Lá do outro lado daquela via, uns 100 metros de mim, o lugar perfeito para se esconder, me misturar na multidão.

— Que porr- chamem os guardas AGORA! Temos mais dois mortos aqui— Alguém disse, ao cruzar com o beco.

Oh merda, fica imóvel Sdravein, é o corno de um soldado, fica nas sombras, se esconde… Merda, eu tenho asma, como eu vou fugir deles? Asma? Asma! Asma? Meu corpo parece diferente, estou conseguindo respirar melhor do que fazia antes. Me concentrei por um longo segundo enquanto o guarda tocava um apito e saia correndo.

Parece que meu corpo realmente está diferente, me sinto mais forte, talvez para compensar a situação em que me colocou, talvez o Fragmentado tenha me dado força? O guarda esteve do meu lado e nem me percebeu, como isso funciona? Era um beco, era estreito, e mesmo eu estando parado ali, na frente dele, o incompetente passou reto.

Okay, estava utilizando uma capa, não conseguia observar a cor dela, mas com certeza é escura, deve ter sido feita para me esconder melhor. Por baixo eu tinha uma armadura de couro, simples, mas eficiente. E aquela adaga, a lâmina cheia de sangue, talvez seja necessária… talvez eu precise lutar e me defender.

Quando o guarda virou a esquina, pensei em sair correndo, mas só tive tempo de pensar mesmo, pois todos os meus instintos gritavam: "agora ninguém pode se mexer ESTÁTUA", e assim permaneci. Tinha um homem, um homem gordo se aproximando… apesar de ser quase impossível ver seu rosto naquele lugar sem luz, eu sabia que era o chefe dos guardas. Uma grande armadura de ferro, com cota de malha e uma espada ao lado do corpo e em cima dela… pera, pera, isso aí é um molho de chaves? hehehe, isso com certeza vai me ajudar a fugir.

Após o chefe se aproximar dos corpos e examinar por um momento ele levanta:

— Ele voltou… dessa vez vou pegá-lo... (socorro cara, ainda não fiz nada)

Quando ele virou as costas para os corpos, agi sem pensar, um pulo de uma sombra para outra, silenciosa e graciosamente, coloquei a mão no molho de chaves preso à cintura dele. Nossa, naquela época era tão divertido fazer isso, eu consegui pegar aquele molho de chaves, sem ele perceber, sem fazer barulho. Acredito ser assim o nascimento de um ladrão.

Quando saiu correndo (se é que pode dizer que aquilo era uma corrida, o corpo enorme dava muito trabalho para ele), decidi o que faria, voltar vivo para aquele quarto, só para encher o Fragmentado de porrada por me colocar nessa furada. Comecei a escalar a parede, uma visão de onde estou pode me dar uma ideia para onde ir, é melhor que fugir às cegas.

Minhas mãos corriam e deslizavam pela parede feita de pedra, era uma superfície extremamente fácil de subir para meu atual eu, subi até o telhado, e cara… jura que a cidade é cercada por um muro? Parece uma era medieval, então até que faz sentido, armaduras e espadas, só agora reparei nisso… bem, pensarei depois que sair daqui, mas porra… olha o tamanho da muralha! Até parece que estão esperando um ataque de um gigante.

— Quanto antes começar, antes bato naquele reflexo maldito.

Parte 2

Naquela noite de lua cheia, uma sombra pulava de telhado em telhado, evitando tochas de guardas e quaisquer outras pessoas próximas. Seguir a avenida principal deve ser uma boa ideia, seria mais difícil me perder assim, então, para o norte, não sei como, mas sabia para que lado era. Corri, corri e corri. Muito melhor não ter asma, finalmente posso me exercitar sem usar uma bombinha.

Ah, sobre a ideia de ir para a taverna, o plano perfeito foi por água abaixo, estava lotada de guardas, devia ser ali onde se reuniam para beber… Onde estou? À minha esquerda tem um casarão enorme, deve ser do chefe da cidade, melhor só evitar e continuar sentido boreal, vamos além das muralhas! Olhando para o muro melhor, era bem enorme, a altura? Colossal! O comprimento? Tinha 7 torres de vigia ao decorrer de sua extensão.

A cada momento que me aproximava mais, a situação ficava mais perigosa, com mais guardas, luz, e claro, risco... mas cara a adrenalina tava foda, primeira vez que eu estava sendo perseguido e que tentavam me matar! Dá até uma nostalgia, isso me lembra da vez que fui caçado por guildas malignas. Esquece, isso é história para mais tarde.

Após conseguir me aproximar razoavelmente da muralha, eu avistei o que parecia ser o portão central, estava um pouco longe, mas aquele muro...ele parece ser muito mais grosso que o necessário, é provável que tenha um caminho dentro ou em cima dele. Vou até a parede da enrome estrutura, começo a correr, as sombras das árvores e o vento meu auxiliam a me esconder e após procurar por 15 minutos encontrei o que procurava, UMA PORTA PORRA! Ah, tá trancada… Pera! O molho de chaves!

Okay, okay, calma, se aproxima sem ser visto… boa, agora tenta destrancar, esse chaveiro, merda, tem muita chave, não posso demorar ou me verão, tem mais de 10 possibilidades aqui, saco. Não é a primeira… não é a segunda…

— Ei, você aí, parado!

Sério? Um guarda aqui? Terceira chave… Nada, a quarta tem que ir… E não é que foi? Passei correndo pela porta e a fechei logo atrás de mim, o soldado que já estava quase me alcançando virou para trás e começou a gritar, chamando ajuda. Sobe logo essa porra de escada, pera, pera! Sobe não, tem alguém descendo, que azar velho, desce de volta, cheguei na frente da porta pela qual entrei, foi quando percebi, tinha uma escada para baixo.

— Só dá para correr para baixo agora.

Desci um lance de escadas e elas já acabaram, dando em uma parede, estou no final de uma escada sem saída, maravilha! Fiz o que qualquer pessoa faria na minha situação, colei na parede e fingi ser o drax, ninguém vai me ver porra! Basta acreditar que sou invisível para ser. Por sorte, o guarda ignorou o último lance de escadas saiu correndo, provavelmente indo atrás do outro que estava gritando.

— Oh mano, vou morrer do coração, calma aí!(até hoje não sei como meu core aguentou tanta coisa)

Assim que ele saiu comecei a subir, não tinha tempo a perder, a situação ficava cada vez mais complicada, após alguns andares encontrei um alçapão, pelas frestas vejo um homem de pé, com as costas viradas para mim. Eu ataco? Mato? Não, ele não me fez nada… Merda, que ideia horrível acabei de ter.

Saio de fininho e me aproximo dele, 1,5 metros, está sonolento por sorte, agora só esperar voltar a andar. Depois de algum tempo ele começou a ronda, e eu? Fui atrás, óbvio, a ideia era tão ruim que funcionou! Seguir o guarda sem fazer barulho, sou um gênio!

Ele parou, ia voltar para o posto antigo provavelmente, então se vira.

Quando virou, não havia nada atrás, o indivíduo que a instantes o estava seguindo, ele não viu, e não fazia ideia de que essa pessoa estava nesse momento pendurada para o lado de fora da muralha, se agarrando ao parapeito como se a vida dependesse disso (dependia). Quando o soldado passou, subi novamente, e nosso prota confirmou as suas suspeitas, a parede era lisa demais para escalar, e alta demais para pular... O portão principal já deve estar mais vigiado do que tudo, preciso de outra saída.

Seguiu em direção ao grande portão, quando chegou na próxima torre de vigia, avistou mais uma pessoa de guarda, que estava, também, virada para o outro lado. Próximo havia um alçapão, diferente do que ele utilizara, esse era mais enferrujado, velho e esquecido, a ferrugem já havia deixado o metal com cor bronze.

Esse eu não consigo só passar, há 3 cadeados e, com certeza, vai fazer barulho, saquei minha adaga, estava me aproximando quando ele se virou. O rapaz, nem viu e já deitou, bati com o cabo da adaga na têmpora dele, deve ter doído, menos um problema. Segurei seu corpo para não fazer barulho ao cair no chão, agora preciso só abrir aquilo.

Após sofrer mais um bom bocado com as chaves, consegui destrancar os 3 cadeados que fechavam a passagem, sem tempo para pensar, desci, deixando o corpo para trás e a passagem aberta. De certo alguém não havia passado por ali nos últimos anos, eu sentia estar próximo da saída, e, à medida que ia descendo, o caminho ia ficando mais antigo,úmido, as paredes de pedra até começaram a ter musgos.

Desci muito mais do que subi, e quando parei de descer, tinha certeza, estava em um túnel subterrâneo, era um caminho apertado e baixo, difícil para qualquer pessoa ficar de pé, com cheiro de mofo e terra molhada. Com certeza não usam o caminho a anos! Para frente só via um longo caminho, para trás, as escadas que subiam.

— Porra, mais uma pessoa caída, ele está lá em baixo! — eu ouvi de longe.

Corri, corri porque minha vida dependia disso, corri como nunca corri, as vozes estavam ficando cada vez mais distantes, mas isso não me acalmava muito, não sabia onde estava, e mais importante, onde está a saída? Oh merda, o túnel morreu no meio do caminho, fui pego? Eles me fecharam, o que eu faço? Olhei mais uma vez para a parede que estava em minha frente, o caminho simplesmente morria na parede! Percebi que alguns feixes de luz pareciam passar por entre as pedras.

— Um fundo falso?!

Meti a mão na terra e comecei a cavar, quanto mais buracos fazia, mais feixes apareciam, até que minha mão conseguiu ultrapassar a parede falsa,para que tanta luz? Sou gamer, otaku e das trevas, por que um brilho tão intenso como esse? Está me cegando, eu não enxergo nada porra.

Ué, a luz parou? Parece escuro novamente, acho que vou abrir meus olhos, onde estou? Uma sala escura? Pera o que é isso escrito lá em cima?

Informação do sistema

Tutorial completo

Calculando resultado

Resultado S

títulos recebidos:

— Pacifista;

Recebido ao terminar o tutorial sem entrar em confronto direto.

— Pegadas leves;

Recebido ao terminar o tutorial sem ser visto;

Escolha uma recompensa:

Na minha frente apareceram três itens, uma adaga, uma moeda e um anel... não sou bobo nem nada, apesar de não entender que porra está acontecendo, sei que preciso ficar mais forte, e esses itens obviamente são mágicos considerando a situação.

Coloquei o anel,e cara, me arrependo muito dessa escolha, não que o anel seja ruim, mas demorei muito tempo, muito tempo mesmo para conseguir pegar essa moeda depois. (e ela é broken)

Abro os olhos assustados, estou… no meu quarto? Que, como? Estava no carro antes de tudo isso acontecer, como vim parar aqui? QUEM ME TROUXE AO MEU QUARTO?(mesmo após 700 anos, essa é uma coisa que me perturba) E agora o que vai acontecer? Seria isso um sonho? Não, não era um sonho… por mais que quisesse acreditar nisso. Poderia argumentar que tudo foi muito realista, que lembro com exatidão de todos acontecimentos, mas o que provava tudo… era o anel, aquele maldito anel que peguei no sonho, agora, estava em meu dedo.

— É, fudeu de vez— choraminguei

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