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Capítulo 11: Você não me conhece

" O que ele está fazendo no terceiro andar? E logo na direção da sala de Lao Guo?!" 

" Eu não sei, mas vamos sair daqui, estou com medo." 

As duas meninas assustadas correram em direção à escada para evitar a aura demoníaca de Koji, logo que seu mau humor está exasperado. Não foram dias legais, as negociações no porto foram horríveis e o custo foi alto lhe causando prejuízo. O dirigente no Japão ligou-lhe dando bronca devido ao mau negócio, a carga foi interditada pela polícia na investigação do narcotráfico após uma "denuncia anônima" mas Koji sabe a real responsável dessa denúncia e seus más esquemas. 

" Chefe, aqui está cheio de policiais federais estão vasculhando o porto da nossa área." 

" … merda!" 

" O que foi benzinho?" Aka acaricia o bíceps de Koji após horas de sexo. 

" Nada." Tenta manter indiferença, mas o tom é raivoso.

Aka é uma das prostitutas que trabalha para Yue Xi Leng, tem 19 anos e criada no interior, seu longo e liso cabelo vermelho vivo fez origem ao seu apelido, e corpo simétrico perfeito de modelo. Hoje ela é umas das preferidas no catálogo sendo o rosto comercial da empresa da cafetina, onde aparece bastante na tv quando acompanha algum figurão na estreia de premiações e seus clientes são escolhidos a dedo. Mas nem tudo é flores, Aka sente um amor quase psicótico pelo Koji, desde do primeiro programa. Aquela aura intimidadora, antissocial e perverso atraiu atenção da jovem que se colocou como a "a que vai tirar dessa lama toda", uma martim. 

" Marido, não se preocupe, estou aqui para consolar os seus problemas…"

" Não me toque." Ele tira as garras da jovem que quase arranca sua unha postiça.

" Mas habby…" faz um bico e som de choro.

" Pegue suas coisas e caia fora." Ele sai da cama nu e vai na escrivaninha pegar a carteira e joga o maço de dinheiro no rosto pálido de Aka. 

" Quando sair do banheiro não quero ver seu rosto, se não prometo que nunca mais fará programa de tão deformada que vou deixar."

Aka chuta a coberta em lágrimas começa a se vestir, depois que alcançou o alto patamar nunca deixou nenhum cliente a humilhar mas dessa vez ela notou que existem diferenças e não era burra para perder tudo isso por amor. 

Mas no final, ela sempre cai nessa paixão tola toda vez que é requisitada por ele é alimentado a doce ilusão de que no fundo Koji possa amá-la, mesmo que a verdade esteja estampada na face há dizendo que só é um objeto no seu tabuleiro de xadrez e que até no ato do sexual, só existe luxúria. Aka junta a grana e vê o de sempre, a ótima gorjeta fora o pagamento e as lágrimas derramadas porque com ele, realmente se sentia uma piranha paga. 

Após o banho, Koji junta suas coisas e sai do motel, os seguranças estão esperando no carro e como sempre dentro dele há silêncio. 

No local Koji troca palavras com uns dos responsáveis no cargueiro e sobe até um prédio. De binoculos noturno ele observa os policiais levando em bolsas enorme sua carga da Bolívia para o furgão preto, a operação continua e no meios de tantos alguns homens estão ajoelhado de cabeça baixa algemado e suas armas no chão, não deu tempo de revisar devida a surpresa, contudo um certo tira chama atenção de Koji, o maior deles, o chefe do narcotráfico, Lee Chao Ki. 

"Aquele merdinha…." A fúria crescente de Koji chega a estratosfera, agora sabia quem tava por trás dessa farsa. 

" Aquele não é o chefe Lee? Ele não deveria estar nessa divisão, fiquei sabendo que foi promovido." 

" É porque a dona dele mandou fazer isso." As palavras jorram como ácido sulfúrico.

" Agora sei porque o filho da puta sabia direitinho onde a carga estava não tinha erro." 

Comenta Tokiba Yagami desapontado, não foi algo que esteja ao seu alcance pois nenhum de seus informantes na polícia o alertou fazendo crê que essa "missão" nunca existiu de fato e foi tramado para abrir caminho para outras mercadorias.

" Ultimamente aquela velha vem aproveitando da minha boa vontade, e será a última." Koji entrega o objeto para Tokiba e pede o balanço do prejuízo dessa falsa missão. 

" Creio que sejam milhões, uma parte foi paga, fora o transporte e o prejuízo orquestrado pelos tiras, e mal podemos checar de fato a mercadoria para saber se veio como pedimos mas devemos pagar a outra parte do combinado para os bolivianos…." 

Quando mais Tokiba falava mais raiva se junta, ele não iria destruir só a vida política de Yue Xi Leng, mas seus preciosos negócios iam virar pó para nunca mais bancar a espertinha. 

Era horário de descanso e três alunos jogados no final da sala perto da enorme janela brincavam com o fato de ter conseguido roubar o livro de Quon Jin.

" Foi tão fácil pegar isso, você deveria ter visto como a bixinha dava chilique quando ameacei jogar no vaso sanitário." O jovem exibia o caderno de matemática. 

" Mas bro, esse caderno não pertence ao Koji Hosokawa?" Pergunta o de cabelo raspado.

" Sei lá, talvez aquele afeminado deve ter colocado o nome daquele puto para nos assustar." 

" Ou Hosokawa deve tá pegando homem, aquele cara sempre pareceu sinistro." Comenta o terceiro membro, com a voz rouca.

" É verdade, ninguém ousa chegar perto dele, fiquei sabendo quando uns dos veteranos parou no hospital com costela e braço quebrado."

"... Não se esqueça que ele estava irreconhecido." 

" Seus merdas, com medo do novato? Ele fez isso porque o cara era fraco, ele não tem peito para enfrentar o avô aqui! Vou ensinar o papel dele de verdade." Ele joga o livro no chão nervoso, quando o primeiro mais forte foi derrotado, Lao Guo foi rebaixado pelo calouro Hosokawa, a ira pela humilhação o fez querer vingança para restaurar seu lugar. Quando estava no banheiro e notou que o caderno estava nas mãos de Quon Jin e de quem era o dono não perdeu a oportunidade e roubou, e depois de derrotar o novato iria espalhar seu relacionamento nojento para escola toda para nunca mais se reerguer. 

"... Você é ruim, mesmo depois de roubar bateu  naquele cara."

" É pra ele não se esquecer com quem está se metendo, mas me arrependo." 

" Por que?" Diz os dois atônitos, nunca foi mostrado nas ações de Lao Guo quaisquer arrependimento ou culpa. 

" Deveria ter passado álcool para ver se nenhum germe daquela bixa ficou em mim." diz com nojo ao pensar que tocou em Quon Jin. 

Os dois companheiros começaram a rir após entender o motivo, e concordaram.

A conversa continua a mesma até um aluno da sala ao lado chamar Lao Guo, irritado, o jovem grita falando para não perturbar, mas, mais uma vez o jovem chama entretanto a sua voz trêmula de medo implorando para que o outro atenda. Lao Guo levanta, os dois fazem o mesmo movimento mas é parado no ato, ele queria resolver sozinho esse assunto já que sabia que sua doce vingança não demorou para chegar.

Com as mãos no bolso relaxado  ele chega na porta e empurra o menino que lhe deu o recado, o garoto olha para os dois caras assustadores levanta correndo para sua sala.  

" Então você viu o recado." Diz arrogante, inclinando para frente e sorriso cínico. Mesmo Koji sendo 5 cm mais alto que ele, não deixa amedrontar.

" Se queria tanto falar comigo não precisa roubar nada meu é só pedir." 

" Tá achando que sou seu neto seu puto?!" Pega pela gola do outro, e a sua frente está vermelho sangue e era isso que queria ver de fato no Koji.  " Você se acha o tal,só porquê derrotou o aquele veterano fraco, vou ensinar a não subestimar a minha nação seu japonês sujo." Ele cospe no chão atingindo o sapato de Koji, nojo e raiva estampa sua fisionomia.

" É tão baixo que é capaz de usar métodos lixo para atrair minha atenção, eu não sei o que tem nesse lugar mas todos aqui se comporta como criança para chamar atenção do pai…" Koji agarra o pulso do outro e apertá, Lao Guo sente o aperto e o rosto demonstra dor. Alguns alunos estão observando o ocorrido, curiosos pela submissão do Lao Guo. 

"..des-desgracado…" o seu pulso está doendo cada vez que a força de Koji é exercida, ele utiliza a outra mão que possui menos força para revidar, mas antes de alcançar o rosto de Koji é parada, em choque é acertado no estômago pelo joelho do outro, Lao Guo jorra uma quantidade grande de saliva e suco gástrico pela boca que queima por dentro, encolhido com a mão aonde foi atingido é pego pelo golpe em seu rosto, o pé encaixa perfeitamente na bochecha do outro fazendo o ombro esquerdo bater na parede de concreto, nessa hora outros alunos se aglomera ao redor dos dois para ver a surra do veterano. 

Lao Guo zonzo nunca se sentiu tão envergonhado, o sangue sai por sua boca e o dente cai no chão, tenta levantar para revidar mas a enorme mão de Koji agarra seu cabelo fazendo chocar com força na parede, uma, duas, três vezes a cabeça foi massacrada. Quando Lao Guo ia perder a consciência, Koji chega e fala baixo para somente o outro escutar:

" Você deixou uma marca." O tom frio e gelado amedrontou Lao Guo que se lembrou do livro.

" O-o o livro… o li-livro." Ele clama de forma implícita o perdão de Koji.

" Eu não estou falando do livro." 

As órbitas inchada de Lao Guo arregala de pavor e surpresa a declaração de Koji, o flashback dele socando o rosto de Quon Jin deixando roxo o rosto. Ele sabia que se não se arrependesse  terminaria pior que o último veterano.

" Me-me perd-oe! Avô, me perdoe!" Grita em tom choroso diante da multidão que não entende o porquê. 

Koji larga a cabeça ensanguentada do Lao Guo e levanta. Lao Guo ainda no chão sem força sente a pressão gigantesca na cabeça, e o cheiro da sola do tênis, o crânio estava sendo esmagada por Koji, ele grita implorando por socorro mas os outros não atendem principalmente seus dois companheiros paralisado na porta apavorado com a cena. Koji observa os dois garotos atônitos se tremendo, e sorri perversamente alertando para ambos o que se faz quando mexe com algo dele.

Depois de alguns segundos o jovem tira o pé e vai em direção a sala de Lao Guo, os alunos amontoados abriram passagem rápido e alertos seguindo os passos do garoto vendo pegar o livro no chão, tirar a poeira e sair seguindo seu caminho indiferente para o andar debaixo.

"Ma Hui Ying, como vou falar para aquele troglodita que o caderno dele foi roubado?" diz Quon Jin está desesperado coçando o couro cabeludo.

" Eu não sei, você tá perguntando para pessoa errada, não tenho intimidade com aquele cara." 

" Eu tenho?" Parou na frente do amigo com as mãos na cintura bloqueado a passagem. " O fato de não sentir o "horror" que emana dele não quer dizer que fique menos apavorado. Muito menos agora, o caderno foi emprestado em um minuto e cinco minutos depois foi roubado.." Quon Jin roe as unhas imaginado no que o panda demoníaco fará com seu belo corpo. 

"Estou desesperado, deveria ter lutado, gritado mais alto… talvez.."

" Pra que? Em vez de levar um soco, uma surra?" A frase ácida misturada a ironia fez Quon Jin por suas garras para fora louco para arranhar o lindo rosto de Ma Hui Ying. " E além do mais, você é fraca viada. Pronto falei." Ma Hui Ying ergue a cabeça e lança seu amigo de lado para liberar a passagem.

Quon Jin põe a mão no rosto onde foi feito o curativo - grande, tampando a bochecha esquerda toda - como a rainha do drama despeja todo seu rancor. 

" Eu sou uma flor delicada que deve ser erguida e cuidada com muito amor. Flores não nasceram para brigar e sim ser admirada, sua bicha invejosa." Os alunos já estavam acostumados com o show de Quon Jin que é o oposto de seu amigo mais reservado, porém ninguém deu atenção para ele pois estavam ocupados em dar espaço para o rei demônio passar. Ma Hui Ying mudou de cor ao ver a figura andando o fluxo sanguíneo se ajeitou nas pernas e mãos pronto para correr. Quon Jin continua no seu monólogo virado de costa ignorando de fato o que realmente está acontecendo. 

" Repita comigo, Quon Jin é delicado e não serve para briga...Ma Hui Ying?! Por que dessa cara de espanto?!!" Ele estala o dedo mas seu amigo ficou petrificado olhando para cima, como alguém que avista o fantasma. " Esquece! Quando eu ver aquele panda demoníaco direi que o cachorro comeu ou o vento levou caindo justamente no lago molhando completamente." 

" Então… está é sua chance pois ele está bem atrás de você." O jovem aponta na direção e em câmera lenta Quon Jin segue encarando uma parede enorme de puro músculo, beleza e mau humor.

" Droga!" Praguejou em tailandês.

" Então essa seria a desculpa pelo sumiço do meu caderno?" 

"Olhe… bem.. quero dizer, meu amigo e eu.." ele olha para trás procurando o incentivo de Ma Hui Ying, mas não havia ninguém ele foi abandonado para ser devorado pelo demônio. " Você me paga sua bicha má!" 

" Hum, explique-se." 

" Eu perdi seu caderno." Ele exibe um sorriso amarelo para amenizar o ambiente, mas Koji fita com a visão congelante de que não gostou da resposta e rápido o sorriso de Quon Jin murcha como a rosa no final da vida. " Foi sem querer, eu juro foi muito além do meu alcance…" 

"Quem fez isso no seu rosto?" A pergunta foi feita de modo rápido que o raciocínio do outro demorou para processar uma resposta coerente.

" Eu caí, sou distraído e não vi o senhorzinho na frente e acabei esbarrando e para minha sorte cai de bochecha no chão." "Nem a pau vou dizer que levei um soco, mesmo sendo gay ainda tenho minha honra masculina a defender." 

Koji exibe um leve sorriso achando graça na mentira deslavada daquele cara, mas engole e continua naquele teatro pois tudo foi resolvido mesmo. Por vez, nervoso espera a sentença, morte? Tortura depois morte? SM? Esses eram os pensamentos de punição na cabeça de Quon Jin que em sua maioria era tirado de filmes pornôs.

"Entã…" 

" Próxima vez, não deixe que isso aconteça novamente." Koji se abaixa o rosto dos dois fica muito próximo, tanto que ambos podiam sentir a respiração um do outro, o coração calmo e outro acelerado pela surpresa. Koji entrega na mão do menino o caderno roubado e a outra mão toca de leve a bochecha de Quon Jin, a tonalidade da pele transforma em vermelho tomate. 

" Não deixe ninguém mais tocar, se não, não responderei pelos meus atos." 

A mensagem teve rumo diferente no coração de ambos, enquanto Koji alerta para ninguém tocar no corpo de Quon Jin, o outro entende que se tratava sobre o caderno caso sumisse ele seria seriamente violado e não da maneira que gostaria de ser. 

" Sim! Prometo que nenhum cachorro irá comer ou cair em um lago, vou entregar amanhã no primeiro tempo." 

"Muito bem." Ele esfrega a cabeça de Quon Jin bagunçando a cabeleira lisa e vai em direção a sala de aula.

Quon Jin fica bravo pelo resultado deixado no cabelo, arrepiado em seguida vai para sala de aula.

Ma Hui Ying folheava a revista mensal de idols comprado na banca de jornal perto do colégio, não nota a entrada de Quon Jin até que, o caderno de Koji estava em sua mesa.

" Você me abandonou. Como pode?" 

Ma Hui Ying troca sua atenção para o amigo que faz seu teatro fingindo uma grande ofensa, o jovem suspira e volta novamente para a revista.

" Bicha má, tá ouvindo? Não deveria ter deixado resolver o assunto sozinho, pense se algo muito ruim acontecesse a seu amigo? Não quero suas lágrimas no enterro." 

" Do que está falando? Fui praticamente expulso, a face macabra dele estava escrito 'CAI FORA!'." Sussurra para que uma certa pessoa perto demais não possa ouvir. " Eu tenho amor à minha vida." 

" Não precisa inventar desculpa esfarrapada, não havia nada disso, porém, consegui as anotações de volta significa que o carrasco deu mais uma chance." 

"Esse imbecil não sabe ler entre linhas?" Indagou indignado com a cegueira dele. " Mas pelo que vejo  foi verdade." confirmou o recém boato sobre a briga entre Lao Guo e Hosokawa.

" Que verdade?" Quon Jin pergunta inocentemente indiferente ao fato.

" A briga que rolou no andar de cima, Hosokawa foi tirar satisfação do livro roubado e acabou com Lao Guo." 

" Mentira! Lao Guo? O segundo veterano mais forte e cruel da escola? O que derrotou uma pequena gangue da escola vizinha sozinho?" exclamou chocado, com certeza não era o mesmo Lao Guo, apesar que esse caderno foi o mesmo roubado pelo veterano, então com certeza a má sorte veio para aquele cara.

" Sim, estão comentando que Hosokawa estava furioso pelo roubo que não perdoou nos golpes, Lao Guo está neste momento na enfermaria inconsciente com o rosto inchado." 

" Mentira! E os capangas não ajudaram?" 

" Um deles mijou nas calças ao ver tamanha crueldade executada no chefe, e o outro até agora não conseguiu pronunciar uma palavra." 

" Tô boba! Um veterano apanhou do calouro? O mundo é grande mesmo." Quon Jin solta uma gargalhada como se uma deliciosa piada contada, mas a bochecha atingida dói fazendo reduzir o ritmo. " Doi como se fosse a poucos minutos." ele acaricia amenizando o incômodo.

" Me sinto vingado, nunca mais irão mexer comigo." 

" Ele não fez isso por você, ele só foi pegar o que é dele por direito." 

" Não entendeu? Agora minha proteção depende das anotações do panda, não preciso mais do seu caderno, eu tenho um grande aliado um escudo para defender essa flor delicada." 

" Sujo!" 

No meio da sala lendo um livro de ficção científica, o jovem bem antenado a conversa dos dois garotos no canto, fica satisfeito por ter o plano concluído com sucesso.