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Prólogo

Eu nunca tive responsabilidade com nada ou em cuidar de alguém, porque sempre morei sozinho e quando fiquei noivo, ela não vinha com frequência para minha casa e eu estava feliz por isso. No entanto, não sei porque, mas, eu adotei uma "fugitiva", o que eu faço com ela? Entrego a polícia? Ligo para os pais dela? Entretanto eu nem sei quem são os pais dela, e ela não diz nada sobre sua família, ou de onde ela veio. O que eu faço? Qual deve ser a melhor decisão.

_ O banho está pronto! Você pode ir primeiro.

disse enquanto lhe jogava uma toalha.

Ela que estava sentada na almofada, apenas se levantou calada e seguiu para o banheiro, sem nem me olhar nos olhos. 

_ Que garota esquisita!

pensei enquanto me preparava para preparar a janta.

Eu olhei nas notícias e nos noticiários, e não havia nenhum registro de desaparecimento recente, será que ela está envolvida em alguma coisa perigosa?! Ou ela foi abandonada pelos pais? Não... Não! Isso é impossível, contudo, porque ela parece tão distante assim?! E ao mesmo tempo tão calma, deve ser uma estudante, está com o uniforme ainda.

4 horas antes...

Eu não sei porque, mas, nada do que eu tento na vida dá certo, Eu, um assalariado de 26 anos, fui traído pela pessoa que eu mais confiava, a minha noiva. Ela me trocou por outro no trabalho dela e eu me senti arrasado. Tentando esquecer este ocorrido me afoguei em trabalho, fiz serão no escritório hoje, no entanto, porque isso me dói tanto?! Eu a amava de verdade, e ser trocado desta forma foi humilhante, entretanto, eu não tenho dinheiro para bancar os luxos dela, e ela simplesmente fez isso comigo, como se faz com um brinquedo velho, que a pessoa não quer mais, me descartou.

Está tão tarde da noite. Mas, não sinto vontade de voltar para minha casa, acho que vou na loja de conveniência, comprar algo para comer.

_ Ei, garotinha, está sozinha? Que tal irmos para minha casa, lá você se sentirá mais tranquila. 

disse o homem de frente a ela, com um sorriso maldoso, enquanto agarrava a mão da criança que estava sentada ali, por impulso corri para socorrê-la. E ao segurar o pulso dele, impedindo-o de segurar a mão dela, ele se virou para mim e me olhou com desprezo.

_ Miserável! Como ousa me atrapalhar neste momento?

disse ele puxando sua mão para baixo.

_ O que pensa que está fazendo, com esta garotinha?

respondi prontamente e já pronto para imobilizá-lo caso tentasse algo.

_ Eu só estava preocupado com ela, e queria levá-la para cuidar.

disse ele em uma tentativa falha de golpear, tentando me intimidar, ele tentou me dar um soco, mas, defendi e prendi sua mão nas costas.

_ Tá bom... Tá bom. Você venceu, Desculpe-me, eu deixo a garota em paz. 

disse ele enquanto tentava soltar-lhe o braço.

Eu então soltei o seu braço e ele saiu correndo, olhei para a garota e em seu pescoço estava uma placa: "Me leve com você." Eu tentei dialogar com ela, no entanto, foi em vão.

_ Tio! Você vai me levar embora, ou só vai ficar me admirando? Se não for me levar, por favor, me deixe aqui.

disse ela me olhando friamente.

Preocupado com a situação dela, e pensando que ela poderia estar em perigo aqui na rua a estas horas decidi levá-la comigo. Seu olhar era vazio, como se estivesse afastando todos a sua volta, sua atitude hostil e suas forma de agir totalmente despreocupada era algo completamente curioso.

_ Pronto. Já acabei o banho!

disse ela enquanto aparece de toalha em minha frente, gelei na hora com aquela visão, era real isso, uma estudante do colegial pelada na minha frente?

_ Idiota! O que está fazendo? Porque está pelada na frente de um homem?

gritei enquanto fechava meus olhos, seu rosto que estava sério, permaneceu.

Mas, eu não tenho outra roupa. Só tenho aquela.

disse ela enquanto voltava a se sentar na almofada à minha frente, me levantei e fui ao meu quarto, peguei uma de minhas roupas e uma toalha extra e a entreguei.

_ Toma. Use isso por enquanto, e seque o cabelo, vai pegar um resfriado. A comida já está pronta.

exclamei enquanto arrumava a mesa do jantar.

Essa garota é realmente despreocupada com tudo, na hora de dormir ela veio para minha cama. Eu me assustei com algo macio tocando minhas costas e quando percebi ela estava deitada atrás de mim, me levantei e arrumei um futon no chão para mim.

Naquela manhã, onde os raios de sol invadiam o quarto e iluminava os cantos escuros, eu havia despertado, mas, meu corpo parecia tão pesado, algo parecia estar em cima de mim. Abri meus olhos e notei que aquela garota estava dormindo no meu peito.

_ Ei! Garota, o que você está fazendo? Se levante logo, não pode dormir em cima de mim. Durma na sua cama.

disse a ela enquanto a chacoalhava, ela então acordou e levantando seu rosto ainda sonolento me olhou, quando eu a olhei meus olhos focaram em seus peitos que estavam à mostra, sua camisa estava com alguns botões abertos, e isso me deixou nervoso. Tentei me desvencilhar dela, no entanto ela me abraçou e parecia não querer soltar.

_ Sabe tio! Você tem uma linda e fofa garota deitada no seu colo, e você ao invés de aproveitar a oportunidade, apenas recua, porquê você faz isso? Você por acaso gosta de homens?

disse ela enquanto me olhava, ela então soltou um breve sorriso e seus olhos brilharam na intensidade de um raio solar.

_ Tio? Eu tenho nome sabia , e não gosto de homens. Eu curto mulheres, ainda assim, você é muito nova para mim.

respondi tentando mudar o assunto e mudar meu próprio pensamento. Ela então levantou-se do meu colo e de pé notei que ela estava apenas usando uma blusa e estava sem nada por baixo. Me assustei e tentei olhar para o outro lado, mas, ela notou e deu um sorriso.

_ Então se você tem nome, qual é o seu nome então?

perguntou ela enquanto se espreguiçava.

_ O meu nome é…

"Ring Ring"

Quando fui dizer o meu nome, uma ligação do meu serviço havia me atrapalhado. O meu chefe, que nunca me ligava, havia me ligado. Algo devia ter acontecido para ele me ligar.

_ Aikawa-san seu idiota. Onde você está? Você está atrasado, quando vier passe direto na minha sala temos que conversar.

após dizer isso ele desligou o telefone sem me dar a chance de responder ou dizer algo.

_ E então, seu nome é? Você ia me falar, no entanto você foi interrompido por uma ligação, me diga seu nome.

após dizer isso ela virou-se de costas para mim e caminhou em direção a janela que estava com a cortina entreaberta.

_ O meu nome é Aisawa Tsukasa, porém, você pode me chamar por Tsukasa mesmo.

_ Bom. Eu vou trabalhar agora, você pode ficar a vontade na minha casa, ok?

disse enquanto ia para o banheiro tomar um banho, após o banho me arrumei para ir ao trabalho, ela se manteve no quarto.

Eu ainda não consigo acreditar nisso, pessoas não saem das suas casas, dos confortos dos lares a toa, sem um motivo real, ainda mais uma estudante, que deveria estar na escola e brincando com suas amigas e não perdida na rua desta forma.

Eu só me pergunto o que a levou tomar esta atitude, contudo, porque os pais não deram queixa de sumiço dela? Eles são tão irresponsáveis assim? Não consigo imaginar, uma mãe abandonando seu filho.

No entanto, não posso falar nada. Eu tenho telhado de "vidro", aos 5 anos fui abandonado em um orfanato por aquela que deveria me proteger e me dar amor, carinho, atenção, cuidados  e me ensinar o que era a vida, contudo, ela simplesmente decidiu me abandonar e fugir desta obrigação.

Eu a odeio desde este dia, e não vou perdoá-la pelo que fez, jamais deixarei ela se aproximar de mim em hipótese alguma.

Tudo que passei até hoje é culpa dela, e o que sou hoje foi resultado da sua irresponsabilidade em me abandonar ainda pequeno, ela não merece o meu perdão.

E nada mudará minha opinião sobre isso, nada me fará perdoá-la pelo que ela fez.

_ Aisawa-san? Você está bem?

perguntou Alice após me ver distraído em minha mesa, ela segurou em meu ombro enquanto falava comigo.

_ Oi! Você precisa de alguma coisa, Alice?

respondi olhando para ela.

_ O que aconteceu? Estou falando há bastante tempo, mas você parecia não me ouvir e nem estar consciente.

disse ela enquanto alisava meu ombro.

_ Não. Não aconteceu nada, está tudo tranquilo.

_ Sabe que pode contar comigo para qualquer coisa, aliás, o chefe está chamando você na sala dele e ele disse que é urgente. 

Após dizer isso, ela voltou para sua mesa, eu fiquei em dúvida com o que o chefe queria falar comigo, era tão urgente assim? De toda forma, irei ao encontro dele.

respondi enquanto me levantava e seguia para a sala dele, isso era algo estranho, pois, para ser somente eu ser chamado eu devo ter aprontado algo, ainda assim. Não me lembro de ter feito nada para chamar a atenção dele negativamente.