⚠️( Notas IMPORTANTES da autora : confesso que foi muito difícil escrever esse capítulo pois se trata te temas como ansiedade e depressão, caso esse tema seja sensível para você, leitor, por favor pule esse capitulo. Peço, encarecidamente, que não me denunciem, ao invés disso, me alertem sobre qualquer problema que a escrita pode causar, assim irei atualizar imediatamente para algo mais leve . Meu objetivo não é prejudicar ninguém, mas sim contar uma história fictícia. Caso precise de ajuda, ligue 188, Centro de Valorização a Vida)⚠️
Jake Summerdale's POV
É de manhã, no momento estou na minha cama lendo "o iluminado" de Stephen King. É o livro favorito de Wallace e, apesar de não ser nem um pouco meu estilo de leitura, estou disposto a pelo menos ver do que se trata.
É sobre um escritor que se muda para um hotel no meio do nada para trabalho, pelo que parece o filho deles tem algum tipo de poder, que permite ter visões.
Nem a pau que eu conseguiria ler isso até o fim, até porque o livro é gigante.
A porta do quarto se abre e Wallace entra com uma xícara de café em cada mão.
_ Ah, já acordou? Bom dia Jay.
_ Wall! Bom dia _ não posso evitar o sorriso que se forma em meu rosto. _ o que é isso?
Ele se senta do meu lado na cama.
_ Café. Quente e forte do jeitinho que você gosta.
Ele estufa o peito e me olha vaidoso.
Definitivamente não está falando do café.
_ Eu acabo de acordar e você vem com essa? _ pego a xícara que ele segurava, me aproximo e lhe dou um selinho nos lábios, sem esconder o sorriso.
Wallace me envolve em um abraço e fecho os olhos me permitindo apreciar o calor de seu corpo, juntamente ao seu cheiro com um leve aroma herbal que me faz derreter. Como se fosse a primeira vez em que estivéssemos nesse nível de proximidade, sinto as borboletas em meu estômago ficarem ainda mais agitadas.
Assim que abro os olhos, todo aquele sentimento dócil que me dominava, converteu instantaneamente em dor. A dor de não encontrá-lo mais ao meu lado da cama, e pior, saber que isso nunca mais irá acontecer. A dor transmitida por esse quarto, tão vazio quanto meu coração.
Então tudo não passava de um sonho.
Faz exatamente um ano que ele se foi, um ano que mais ninguém entrou nesse quarto além de mim, mas sinto como se fosse ontem.
Quando menos espero, já estou chorando compulsivamente contra o meu querer.
Eu deveria ter feito algo para impedir que isso acontecesse . Eu... eu... Deveria ter ido com ele pra o torneio, ou deveria ter o impedido de ir, poderíamos assistir um filme ou sei lá... Eu... deveria estar dirigindo no lugar dele, daí talvez nada disso teria acontecido.
Deveria ter sido eu no lugar dele.
Merda, merda MERDA!! DE NOVO NÃO!!
Me contorço na cama pela tortura que minha própria mente está causando. Quero gritar mas agonia bloqueia minha garganta, dificultando que o ar preencha meus pulmões.
PARA, PARA PORRA!!!
EU NÃO CONSIGO ME CONTROLAR!
O banheiro. Tento me levantar, cambaleando pela angústia insuportável e chego ao banheiro.
Já não consigo enxergar mais nada... Nada além da lâmina cintilante exposta na gaveta.
∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆
Kristian Rivan's POV
Faz exatamente um ano que meu amigo morreu e, se eu conheço bem o Jake, ele vai visitar cedo o cemitério hoje e deve estar precisando de apoio mais do que nunca.
Portanto acordo cedo e eu e Limi nos arrumamos para ir ao cemitério.
Eu: Bom dia Jake, tudo bem?
Mando mensagem no privado dele, mas ele não responde.
Será que ele já acordou?
De qualquer forma, abro minhas asas, sombrias como a noite, assim como as de um morcego, em contraste com as de Limi, brancas feito neve, e voamos para destino.
∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆
Jake Summerdale's POV
Chego ao cemitério por um caminho que não deveria ser tão difícil. Parece que os semáforos fizeram um plano maligno e todos se fecharam para mim, além disso, os motoristas estavam mais agressivos do que nunca (ou talvez eu esteja meio atordoado pelo dia ruim).
Caminho por alguns minutos no cemitério até encontrar o túmulo:
"Wallace Summerdale
01/02/1992 - 23/06/2023
Você partiu mas a saudade ficou para me lembrar que as memórias e o amor nem a morte consegue roubar".
_Bom dia. Amor.
É ridículo esperar uma resposta mas, se é que resta o mínimo de esperança em mim, gostaria de ouvi-lo de algum lugar.
Acendo duas velas e repouso uma rosa branca ao lado da sepultura. Hoje em específico, a sensibilidade me aflige mais do que o normal e logo me ponho a chorar novamente.
_ Você prometeu que ia ficar comigo, seu patife.
Me permito desabar de joelhos, junto ao meu "marido".
_ Jake!!
Ouço uma voz ao longe, como se fosse um eco.
W-Wallace?
_JAKE!
E então Kris e Limi se ajoelham um de cada lado.
Droga.
Deixo que eles me abracem e tentem me acalmar. Por mais que quisesse que as coisas fossem diferentes, é reconfortante tê-los ao meu lado, principalmente em tempos difíceis, afinal, são umas das poucas pessoas que me sinto livre para demonstrar minha parte sensível.
Kris e Limi são como minha família, o mais próximo de pais que já pude ter e eu faria de tudo para não afastá-los.
Demora um tempo, mas com ajuda consigo me recompor e começamos a conversar sobre assuntos leves, para distrair a melancolia do momento.
∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆
Quando voltei para casa - alias, voltamos para casa - Kris e Limi insistiram que não iriam me deixar sozinho, inclusive iriam dormir aqui em casa, no quarto de visitas.
De certa forma, foi um alívio que eles ficassem, eu detesto me sentir sozinho e nisso eles conseguem me ajudar.
Me sento na mesa e espero as crianças tomarem café, enquanto isso vou checar as mensagens do celular e tem somente cinco: uma de Kristian e outras quatro de um número desconhecido.
(Número do celular): bom dia Jake, tudo bem?
(Número do celular): meus pêsames, hoje deve ser um dia difícil para você.
(Número do celular): sinta-se à vontade para desabafar comigo caso queira, tudo bem?
Seis minutos depois.
(Número do celular): Alias, esqueci de dizer, aqui quem fala é o Noah, aquele da sorveteria, sabe né?
Sei, o "sequestrador". De alguma forma, o jeito desajeitado desse homem concede-me um riso. Agora que nos conhecemos um pouquinho mais, ele não parece tão mau.
Eu: obrigado Noah.
Você mudou o nome do contato de "(número do celular)" para "Idiota".