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Capítulo 16: Ele Está Ocupado

Era meio-dia quando Savannah chegou ao seu novo apartamento. Ficava no trigésimo primeiro andar e tinha vista para a cidade até o mar. Na sala de estar, havia uma parede de vidro com longas cortinas amarelas abertas. E por todo lugar, da cozinha ao banheiro e ao quarto, havia um piso de mármore branco. Sua parte favorita, no entanto, era a varanda do lado de fora. Era larga e tinha um banco e cadeiras dispostos voltados para o sul para pegar o sol. Ela sentou lá, aquecendo-se, pensando nos últimos dias, e sentiu-se completamente distanciada do mundo. Como ela tinha feito há muito tempo, quando seu pai morreu. E, como naquela vez, ela chorou.

Duas horas depois, houve uma batida na porta. Era um homem baixo com cabelos castanhos claros e finos e óculos finos. "Onde está o Kevin?" Ela perguntou.

Dan riu, "Ele está ocupado no trabalho. Eles estão super ocupados agora com correções de erros para um lançamento no próximo mês. Todos a postos e essas coisas."

"Você trabalha na mesma empresa, não é?" disse Savannah. "Então por que ele está ocupado e você não?"

"Oh," Dan deixou as sacolas de compras perto da geladeira, começou a desempacotá-las. "Ele está muito mais alto do que eu. Programador Sênior. Eu sou meio que o estagiário no momento, embora eles estejam chamando isso de 'período de experiência'." Ele revirou os olhos teatralmente.

Savannah estreitou os olhos por um momento antes de assentir, lentamente e depois rapidamente. "Ok, sim. Bem, você poderia, por favor, avisá-lo que estou muito grata. E que ele não precisa se incomodar em vir aqui. E muito obrigada por trazer a comida."

***

Era tarde da noite e Devin estava embriagado. Ele se pendurava em Valerie, que o ergueu do táxi e o levou de volta para o apartamento deles. Ele havia estado bebendo por dias, de modo que exalava um cheiro forte. Ele estava evitando o trabalho desde a confusão na festa na outra noite.

"Não dê bola para ela," acalmou Valerie. "Você sabe onde ela está e o que ela está fazendo. Esqueça seu tio e ela. Está acabado, pelo menos no que diz respeito a você."

Vermelho de raiva, Devin conseguiu espremer duas palavras, "Essa vadia!" O pensamento de que Savannah poderia estar dormindo com seu tio agora irritava Devin sem fim. Passando o braço em volta da cintura de Valerie e se impelindo contra ela, como uma forma de vingança contra Savannah. "Oh, meu amor." Ele disse, dando um beijo molhado em sua bochecha.

"Não tão rápido, querido, vamos subir primeiro…"

Ela retorceu seu corpo nos braços de Devin, do jeito que ele gostava.

Ele agarrou o quadril direito dela e apertou. "Eu quero você agora. Ninguém vai ver-" Ele passou a mão por baixo do vestido dela, subindo pela cintura até os seios. Ele forçou a mão por baixo do sutiã dela e brincou com o mamilo dela entre o polegar e o dedo indicador.

"Ahh… não mais, por favor, Devin!"

Foi só quando os passos se aproximaram que Valerie notou a figura emergindo da escuridão. Ela engasgou e empurrou Devin para longe, apontando. Devin estava bêbado demais para reagir, girou preguiçosamente, confuso e excitado, antes de ser derrubado no chão por um empurrão curto e forte.

"Devin!" Valerie gritou.

Devin se apoiou nos braços. "Quem diabos é você? Segurança!"

Kevin olhou para o batom na coleira de Devin, seu rosto torcendo em uma expressão de raiva.

Eu deixei Savannah ir por causa deste homem.

Ele agarrou Devin pela coleira e desferiu um punho para baixo, repetidamente, até o sangue cobrir seus punhos. Ele soltou a camisa, e Devin caiu no chão, sua respiração irregular e molhada. Ele olhou para Valerie, ainda gritando, e saiu.

***

Savannah ficou no apartamento de Kevin em Altair por três dias, uma sensação de calma gradualmente se infiltrando em sua rotina diária. Ela havia perdido seu telefone – achava que havia deixado na casa de seu tio – e não tinha ideia do que estava acontecendo no mundo exterior. Ela estava aliviada, na verdade, mas sabia que eventualmente teria que enfrentá-los e que não poderia se esconder para sempre, às custas de Kevin.

Após o almoço, Savannah ligou para Kevin e planejava dizer a ele que estaria indo embora, mas ninguém respondeu. Ela ligou novamente mais tarde, mas ainda assim ninguém atendeu. Ela tentou Dan, que havia deixado seu número com as compras.

"Senhorita Schultz?" Ele soava cansado.

"Dan, eu não consigo entrar em contato com Kevin, ele está no escritório? Você poderia pedir para ele atender o telefone?"

"Ele não pode atender o telefone agora."

"Por quê, o que há de errado?"

"Nada. Apenas trabalho de escritório."

"Dan, por favor, eu sei que algo está errado. Ele não me ligou desde que cheguei. Por favor, me diga o que está acontecendo? Onde está Kevin?" Ela implorou.

"Detenção. Ele está detido." Ele suspirou.

"Você quer dizer-"

"Sim, prisão."

***

Savannah sentou-se nervosa na sala de reuniões. O chão era marrom madeira e as paredes brancas manchadas de nicotina, com filetes de umidade escorrendo do teto. Seu coração martelava na garganta, e ela sentia que ia vomitar.

Ela soube através dos pais de Devin, Susan e Henley, que seu nariz havia sido quebrado e suas costelas machucadas. Valerie disse que ele estava tentando matar Devin em um surto de fúria sanguinária. Todos os três estavam exigindo que Kevin fosse linchado, e todos os três, ela sabia, desejavam o mesmo destino para ela tanto quanto para ele.

"Kevin vai ficar bem?" Perguntou, suas palavras precipitando-se umas sobre as outras.

Dan suspirou e deu de ombros, "Medicamente, ele está bem. Mal um arranhão nele, e esse é exatamente o problema. Porque legalmente - e deixe-me ser absolutamente claro aqui - ele está prestes a se foder de sete maneiras até a Babilônia." Ele enfiou as mãos no rosto, curvou-se e soltou um gemido de dor. "Quero dizer, fodido mesmo por um dildo gigante." Ele rugiu.

Savannah estendeu a mão até o ombro dele de forma desajeitada. "Acho que a pressão está afetando você."

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