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14.

Harry abriu os olhos com bastante esforço, ele se sentia sonolento, como se não dormisse a dias, ele não trabalha mais no clube de stripper então aquele cansaço todo não fazia sentido, o ruivo então percebeu que estava deitado em um colchão velho e em sua volta parecia ser uma cela de prisão nojenta. As memórias rapidamente chegam em Harry, ele foi sequestrado pelo irmão do Fernando, nunca foi dito para ele que aquele mafioso tinha irmão.

Harry respirou fundo para se acalmar, não podia congelar e ficar impotente naquele momento, ele não sabia o que aquele homem poderia fazer com ele por vingança, tinha que ter um jeito de sair dali. O ruivo olhou em volta e encontrou uma ventilação, ele se lembrou das aulas de Matheus.

— Não acredito que estou mesmo nessa situação.

Harry usou uma estante de ferro que tinha ali para conseguir ir até à ventilação, aquilo tudo parecia estranho, porque teria uma estante ali e a ventilação estava aberta, o ruivo começou a rastejar pela abertura e não sabia para aonde ir.

— Ei!

Harry se assustou com a voz, ele olhou para o lado e viu uma pessoa que parecia ter a mesma idade que a dele, ele tinha cabelo castanho e olhos azuis.

— Quem é você?

— Meu nome é Samuel, mas pode me chamar apenas de Sam, você também é um refém do Paulo?

— Quem é Paulo?

— Irmão do Fernando.

— Ele me sequestrou, meu nome é Harry, faço parte da máfia do Liam, e você?

— Eu fazia parte dessa máfia, eu era hacker, todos foram presos, inclusive Fernando.

— É, Liam tem uma participação nisso.

— Eu não estou com raiva nem nada, eu era obrigado a trabalhar aqui para pagar uma dívida da minha mãe, ela é uma drogada.

— Mas, porque você está de refém aqui?

— Paulo estava com raiva porque eu saí ileso, ele estava descontando tudo em mim, aquela estante que estava na sala, ele gostava de jogar o peso dela em cima de mim, hoje ele esqueceu de tirar a estante da cela, quando ele colocou você no mesmo lugar que eu, entrei em pânico e decidiu fugir.

— Vamos sair daqui juntos, minha máfia pode proteger você, sua mãe está bem?

— Paulo matou ela.

Harry suspirou e Sam limpou as lágrimas que escorriam de seus olhos, Liam tinha razão, algumas máfias podiam ser cruéis.

— Vamos sair daqui Sam, você sabe para aonde ir?

— Sim.

Harry então seguiu Sam, eles rastejaram um pouco até pararem em cima de uma abertura.

— O que é aqui?

— A cozinha, ela tem uma porta que pode levar a gente para o lado de fora, não tem seguranças nem nada, apenas o Paulo.

— Me sinto em um filme com um assassino louco atrás de mim.

Eles conseguem abrir a abertura e pulam para a cozinha, fazendo um pouco de barulho, mas não pareceu chamar a atenção de Paulo, mas eles nem sequer sabiam onde o mafioso estava.

— Armas!

Sam se encolhe de medo ao ver várias armas no balcão da cozinha, ele parecia traumatizado.

— Sam, quantos anos você tem?

— Vinte e dois.

— Sei que não gosta de armas, mas preciso pegar uma, para nos proteger de Paulo.

— Tudo bem, você tem razão.

Harry pega uma pistola, ele tinha apenas uma noção básica de como usá-la, eles vão em direção da porta que iria levar eles para fora, mas estava trancada.

— Droga.

— E agora, Harry?

— Vou fazer do jeito antigo.

Harry tira um grampo do cabelo, e com isso consegue abrir a porta da cozinha.

— Vocês não vão a lugar nenhum!

Paulo aparece com um olhar maluco no rosto, parecia até Fernando, Sam parece congelar no lugar, mas Harry consegue puxá-lo e os dois saem da casa, o ruivo percebeu que estavam em uma mansão, não era tão gloriosa como a de Liam, mas Fernando ainda parecia ter bastante dinheiro.

— Precisamos sair daqui, Sam!

— Mandei parar! — diz Paulo.

O mafioso tinha uma arma na mão e apontava para os dois, Harry rapidamente também começou a apontar sua arma para ele.

— O que quer de nós? Eu e Sam não temos nada a ver com isso!

— Esse idiota imprestável não foi pego pela polícia, enquanto meu irmão e toda máfia foi, enquanto você, deis que apareceu começou a causar problemas.

— Vou atirar em você!

— Não me faça rir, sei o que aconteceu quando tentaram sequestrar você no apartamento, você congelou igual uma garota, espera, você é uma garota.

— Eu não sou uma garota, meu nome é Harry!

— Não tente me enganar, não sou boba garotinha.

— Melhor deixar a gente ir.

— Ou o que?

Paulo sorriu e parecia pronto para machucar os dois, Harry não pensou duas vezes e apertou o gatilho, Sam arregalou os olhos e cobriu os ouvidos, Paulo caiu no chão.

— Ele morreu? — pergunta Sam.

Paulo não estava morto, apenas gemendo de dor no chão, Harry havia acertado sua virilha.

— Estranho, estava mirando na cabeça.

— Você atirou na virilha dele enquanto mirava na cabeça?

— Ainda não tive aulas de tiros.

Ambos ouviram carros se aproximando, Liam logo apareceu correndo com Enzo lhe seguindo.

— Harry, você está bem?

O ruivo deixou cair a arma no chão e correu até Liam e o abraçou aliviado.

— Que bom que você está aqui.

— Fiquei tão preocupado quando soube que foi sequestrado, quem levou você afinal?

— O irmão de Fernando.

— Paulo? Eu pensei que ele estava preso.

Liam rapidamente percebeu que Paulo estava caído no chão choramingando de dor.

— Atirei nele.

— É sério?

— Não faz essa cara, foi sorte eu ter conseguido acertar ele.

— E quem é ele? — dessa vez, é Enzo que pergunta enquanto apontava para Sam que ainda tremia um pouco de medo.

— O nome dele é Sam, ele agora é meu protegido. — fala Harry.

O ruivo pensou que Liam iria achar aquela situação ruim, mas quando olhou para o homem, percebeu que sua expressão só havia orgulho.

— Esse é meu garoto, olha tudo que você fez, vou querer detalhes depois.

Harry sorriu cansado, a adrenalina finalmente deixou seu corpo, mas estava orgulhoso de si mesmo.

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