Antes do dia 1, minha vida parecia impecável. Eu tinha o carro dos sonhos, a namorada perfeita a Cassie. Mas a perdi no fatídico dia 1, onde todos perderam alguém que amavam. Eu era capitão do time de futebol, tirava boas notas, fui adotado por um casal de alemães e eu vislumbrava um futuro promissor no mundo dos esportes. Eu era popular, porém, infelizmente, tudo o que eu tinha conquistado mudou completamente naquele fatídico dia. Não existe perfeição na vida, em algum momento tudo pode desmoronar, e foi exatamente isso que aconteceu no dia mais importante da minha vida, na final do campeonato. Naquele ano, eu era o artilheiro da liga de futebol e já havia conquistado a copa estadual, sendo considerado o melhor jogador. Estava tudo encaminhado para Fechar um acordo prévio com o clube profissional Skartle FC, estabelecendo os termos e condições para a futura assinatura de contrato como jogador do time. e realmente parecia ser uma vida perfeita. Naquele dia Tudo estava dando errado, Até que meu pai sofreu um acidente a caminho de me ver jogar a final, o que me fez sair precocemente do jogo. Essa saída inesperada acabou sendo o que salvou a minha vida, pois pouco tempo depois, enquanto eu estava indo às pressas para o hospital, houve a explosão da usina. O local da final infelizmente estava localizado a menos de 10 quilômetros da usina, resultando na morte instantânea de todos os presentes, incluindo meus amigos que torciam por mim, as famílias que torciam por seus filhos, professores, olheiros de faculdades e clubes.
Todo o mundo estava em alerta com o vírus Z21, como passaram a chamá-lo, que se transformou rapidamente em uma pandemia em apenas 20 dias. Enquanto isso, minha família passava por momentos difíceis: meu pai por conta do acidente ficou hospitalizado por quase uma semana. Quando finalmente recebeu alta e voltou para casa, tivemos que nos isolar e cumprir uma longa quarentena de quase 6 meses, sem poder sair de casa. A preocupação e o medo tomaram conta de nós durante esse período desafiador. À medida que o tempo passava, nos vimos sem provisões, sem água e sem recursos, e a cura prometida por aquele bilionário jamais se concretizou, apenas nos iludiu com falsas esperanças. Não demorou muito até tomarmos a decisão de sair em busca de ajuda, eu, meu pai e minha mãe. Foi uma das piores decisões da minha vida, pois foi o último dia em que vi meus pais com vida.
Fazem dois dias desde que eu deixei o acampamento em busca de encontrar minha irmã, que eu nunca vi desde o nosso nascimento. Pode parecer loucura, não é mesmo? Como poderei encontrar alguém que praticamente desconheço, cujo rosto nem sei como é, embora saiba que deve ser parecido com o meu, já que somos gêmeos. Fomos abandonados na porta da igreja dentro de uma cesta, juntos com fotos de dois bebês, um lenço azul, um ursinho e um bilhete. No bilhete estava escrito: Por favor, cuide dos meus pequenos Gabriel e Gabriela, Lamentavelmente, o pai deles faleceu e eu não possuo as condições necessárias para proporcionar uma vida confortável para ambos. Por isso, decidi deixá-los aqui, ao invés de levá-los comigo. Peço que cuide deles em meu lugar. Atenciosamente, Karem.
Eu sei disso porque a irmã Lina me contou e mostrou o bilhete, onde falava sobre a minha adoção por uma família alemã. Carrego comigo a foto e o lenço até nos dias de hoje como lembranças desse momento. Estou ansioso para encontrar minha irmã e depois voltar para você, Aymé afinal, fiz uma promessa!
–Muito bem, acabei de terminar uma parte da página. É melhor dormir um pouco. Segundo meus cálculos, faltam apenas 18 horas para chegar no acampamento mais próximo.
Algum tempo depois, fui acordado por alguns sussurros e, ao abrir os olhos, avistei a figura de um homem. Ele tinha um aspecto assustador, com cabelos grisalhos e uma barba densa. Apesar de aparentar ser mais velho, ele exibia uma forte presença e um olhar firme. O cenário ao meu redor era um pouco escuro, e no céu já era possível perceber os primeiros sinais do amanhecer.
Indagado pela sua presença, perguntei com certo susto: "Quem é você?" E ele me respondeu com determinação: "Sou o cara que vai salvar sua vida.
No momento, não entendi por que ele disse isso. Sussurrando, ele disse:
–Ficou louco, garoto? Dormindo no meio da floresta sozinho. Olha só, se eu não aparecesse, você estaria em apuros.
O homem terminou de falar, apontando para o Norte. Então me levantei e o que vi foi surreal. Parecia com aquilo que aconteceu naquele parque abandonado, mas desta vez muito maior. Havia cerca de mil zumbis, tinha tantos que poderiam derrubar um abrigo. Todos estavam imóveis, aguardando ansiosamente para escutar qualquer ruído que indicasse que era hora de se mover. Foi nesse momento que eu percebi o motivo pelo qual o homem sussurrava.
–Pegue suas coisas, garoto, e venha comigo se quiser sobreviver!, disse ele.
Sem hesitar, eu peguei minhas coisas e o segui.
Já consigo ver o sol nascer atrás de nós, estou seguindo esse homem há um bom tempo e ele não disse mais nada, até agora.
–Para onde estamos indo? - perguntei.
–Para o oeste! - respondeu o homem com um tom de voz bem calmo.
–Como assim? Não, não posso seguir para o oeste, eu tenho que ir para o norte, há um abrigo lá e eu preciso chegar antes que anoiteça de novo! respondi um pouco confuso.
O homem olhou para mim com uma expressão séria, claramente insatisfeito com o que acabou de ouvir. Lentamente, ele se aproximou de mim e, percebendo sua postura ameaçadora, dei alguns passos para trás instintivamente. Ele então começou a falar com urgência, alertando sobre o perigo iminente no norte, onde uma horda de zumbis se aproximava lentamente com a chegada do dia.
Ele me advertiu sobre a urgência de partirmos dali o mais rápido possível, antes que fôssemos alcançados pelos mortos-vivos. Propôs seguirmos para uma cabana a alguns quilômetros. Eu concordei com ele porque era a melhor opção naquele momento. Continuamos andando até chegar a uma cabana. Ao chegarmos lá, ele me pediu para me acomodar e disse que passaríamos o resto do dia e a noite lá, só saindo ao amanhecer.
–Aqui, garoto, esse é o Davis! "Davis parecia um armário de tão alto, ele também era grisalho porém tinha um cabelão", Eu sou Edward e você quem é?
Estamos juntos esse tempo todo e até agora não sei o seu nome - disse o homem que havia me abordado hoje cedo e que me trouxe até aqui.
–Então, esse é o seu nome Edward. Estranho, esse seu amigo tem o mesmo nome do líder do meu abrigo, só que o nome dele é Carl Davis. E, a propósito, me chamo Neitan, Neitan Krauser - respondi.
O homem então respondeu: Ah, então você é o tão famoso Neitan Krauser a jovem promessa no futebol do nosso país, eu era seu maior Fan e a propósito você faz parte da equipe do abrigo do Sul do Sr. Davis, haha. Eles se comunicaram via rádio informando que alguém de lá tinha saído para nos encontrar. Me chamo Davi Willians, mas pode me chamar apenas de Willians para facilitar. O que te motivou a sair do seu abrigo e vir em busca do nosso?
– Ah, vocês são de lá? Vocês devem conhecer uma garota chamada Helen... Hum, nossa, não me lembro do sobrenome dela. Aymé já mencionou uma vez, mas não consigo lembrar.
Edward interrompe minha fala dizendo – Helen West.
–Isso, Helen West, vocês talvez conheçam a Aymé já tenha dito algo sobre mim, que estou procurando minha irmã perdida, tenho até uma foto nossa quando éramos bebês, somos gêmeos. Ao terminar de falar, mostro a foto que carrego comigo há anos. Em seguida, Edward pega a foto da minha mão e pergunta onde consegui essa foto.
–Ela foi deixada comigo quando fui abandonado por minha mãe biológica. Acredito que também tenham deixado com minha irmã. Tenho até o bilhete que foi deixado pela mulher que era nossa mãe. Por que está me perguntando isso?
Então ele responde com um olhar estranho.
–porque a bebê que está na foto é minha filha Helen...
Continua...