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Magia e as Borboletas de Prata

Alta Anciã Leeora pôde apenas balançar a cabeça com a partida do Rei. A velha senhora se esforçou para se ajoelhar ao lado da cama e olhar para a garota humana que estava escondida sob a armação de madeira. A menina tinha um corpo pequeno e esbelto que fazia parecer que ela havia levado uma vida extremamente pobre desde jovem. Depois que Draven deixou o quarto de hóspedes, a garota humana teve uma reação menos hostil, mas por seu corpo rígido, parecia que ela permanecia cautelosa com a nova pessoa que a observava.

Ela estava deitada de lado, encolhida em uma bola embaixo da cama com os braços envolvendo seus joelhos, suas pernas delicadas cobertas por um longo vestido branco e seu rosto enterrado em seus braços. O resto de seu pequeno rosto estava escondido por seus longos cabelos de mogno.

"Moça, você gostaria de sair? Tenho certeza que é muito desconfortável sob a cama," disse Leeora, oferecendo a mão para ela. Sua voz era suave e seu tom gentil enquanto tentava persuadir a garota humana. "Eu sei que você deve estar assustada por se encontrar em um lugar desconhecido, mas confie em mim, você está segura aqui."

Contudo, não houve resposta dela. Leeora era uma mulher paciente, então ela não se importava com a falta de reação. Ao contrário, ela ficou aliviada por não ter sido mordida como Draven.

"Hmm," ela ponderou por um tempo. "Você gostaria de ver mágica, moça?"

A palavra 'mágica' fez maravilhas. A garota humana levantou um pouco a cabeça, apenas o suficiente para espiar o elfo a partir da segurança de seus braços.

Leeora sorriu levemente. 'Ela parece ter se acalmado.'

A elfa recuou um pouco a mão que havia colocado sob a cama. Depois, ela fez um gesto de captura no ar e suas mãos emitiram raios leves de luz que se transformaram em pequenas imagens de borboletas prateadas que voaram como criaturas vivas reais pelo quarto.

Ela ouviu um suspiro muito suave de admiração vindo da garota humana sob a cama.

"Se você sair, poderá vê-las melhor," disse Leeroa com uma voz amável enquanto oferecia sua mão para a garota mais uma vez.

A elfa só teve que esperar alguns segundos desta vez. Uma mão delicada coberta de bandagens foi colocada na mão quente e enrugada de Leeora. Lentamente, hesitante, a garota humana saiu debaixo da cama e ficou de pé com a ajuda de Leeora.

No momento em que a garota humana se endireitou, a elfa percebeu que a humana era mais alta do que ela imaginava. Isso deixou Leeora indecisa entre decidir se ela era uma jovem alta ou uma jovem mulher pequena.

Em contraste com a face confusa da elfa, a humana tinha um olhar de admiração ao erguer a cabeça para seguir aquelas borboletas prateadas voando animadamente pelo quarto.

Sob o brilho suave das borboletas prateadas, Leeora pôde ver claramente os delicados traços faciais da garota humana que segurava sua mão. Uma pele clara e delicada, um nariz adoravelmente pequeno, lábios como pétalas de uma rosa e olhos grandes em forma de amêndoa que lembravam a elfa da cor fresca da primavera.

'Que criança linda,' a velha elfa exclamou em apreciação, 'mas... que tipo de besta ousou machucá-la assim?'

O rosto da garota humana tinha pequenos hematomas, e as partes de pele visíveis sob seu vestido tinham muitas cicatrizes e arranhões. Ela estava incrivelmente magra, como se não tivesse uma refeição decente por anos, fazendo com que parecesse menor e mais frágil do que sua idade real. O longo vestido branco estava solto em seu corpo magro, e embora o comprimento do vestido combinasse com sua altura, a gola e as mangas pendiam flácidas ao redor de seus ombros finos.

"Você gostou?" Leeora perguntou, mas sua pergunta ficou sem resposta. A garota humana apenas estendeu os braços como se estivesse traçando o voo das borboletas prateadas.

No entanto, a Anciã não desistiu. "Eu sou Leeora. Posso saber seu nome, jovem moça?"

Em resposta à tentativa da elfa de iniciar uma conversa, ela se afastou dela, puxando as mãos para o corpo e parou de brincar com as borboletas. Ela ficou parada, olhando cautelosamente para a elfa.

Leeora entendeu que ela não queria dizer seu nome e não insistiu.

"Tenho certeza que você está com fome. Gostaria de comer algo?" Leeora perguntou.

A menina não reagiu, mas ainda assim Leeora ordenou, "Alguém, traga uma refeição quente e boa para a jovem moça."

"Sim, Alta Anciã," uma voz trêmula respondeu do outro lado da porta.

Os servos do palácio eram eficientes. A comida já estava preparada pela cozinha para alimentar a garota humana que o Rei trouxera, e o único problema era que no momento em que as servas entraram no quarto mais cedo, foram atacadas com hostilidade, fazendo-as fugir em pânico. Os servos estavam mais calmos agora na presença de uma elfa de alto escalão. Não demorou nem um minuto para o servo trazer a refeição para o quarto de hóspedes.

"Alta Anciã." Ela se curvou diante da velha elfa.

Ao ver uma nova pessoa entrar no quarto, a garota humana recuou em direção à cama, sua expressão dividida entre medo e suspeita.

"Coloque ali," instruiu Leeora, gesticulando em direção à mesa no quarto.

A serva saiu assim que colocou a bandeja de comida de madeira na mesa.

Leeora então se virou para a garota na cama. "Você sente esse cheiro? Eu consigo sentir até daqui. Consigo sentir o cheiro da carne, e até tem pão fresquinho assado," Leeora comentou.

A garota humana engoliu em seco. Ela estava faminta e desejava comer depois de sentir o aroma apetitoso da comida, mas permaneceu em sua posição enquanto observava a velha elfa e a porta.

Leeora entendeu a situação da garota humana. Esse tipo de vigilância era esperado, especialmente porque ela se encontrava em um ambiente estranho e entre pessoas desconhecidas. A Anciã decidiu deixá-la comer em paz.

"Vou deixar você comer. Bom apetite, jovem moça."

No momento em que Leeora saiu e fechou a porta atrás de si, a garota humana correu para a mesa no centro do quarto. Ela nem se deu ao trabalho de sentar na cadeira. Ela pegou o primeiro prato que alcançou e sentou no chão, comendo com as mãos como se não provasse uma comida decente há eras.

Leeora viu a cena desajeitada pelo pequeno espaço entre a porta e o batente e sorriu aliviada por essa pobre garota aterrorizada pelo menos concordar em comer.

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