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A ALMA (2)

Toda vez que vejo um casal de mãos dadas, ou simplesmente sentados juntos, desvio o olhar. Não é que eu odeie ver apaixonados. Mas porque isso me lembra de uma pergunta que ninguém pode responder... "Onde está a minha?"

-Anônimo-

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Muitas buzinas irritadas de carros ao redor podiam ser ouvidas de outros carros ao redor que foram forçados a parar para evitar uma possível colisão múltipla.

"Torak!" Rafael o repreendeu com raiva. A cena diante dos olhos deles girou de uma maneira que só se vê em filmes. A cena fez a visão deles embaçar por um momento.

"Chame-me corretamente!" Torak rosnou com seu tom de Alfa. 

Ao ouvir a voz poderosa de seu alfa, Rafael e Calleb não puderam deixar de baixar a cabeça em submissão. Eles foram cuidadosamente obsequiosos, mas surpreendidos por sua súbita fúria.

O tom do Alfa não era brincadeira, especialmente vindo do poderoso. Lobos de rank mais baixo não seriam capazes de suportá-lo. A consequência de desafiar um tom de Alfa era igual ao tormento físico para eles. E nenhum entre Rafael e Calleb gostaria que isso acontecesse com eles.

"Sim Alfa..." Ambos disseram em perfeita sincronia.

Torak se recostou em seu assento e deixou Rafael tomar controle do volante novamente. Seus olhos ainda estavam negros, tão negros quanto a noite escura como breu.

A estrada que Torak escolheu era uma longa linha reta, de modo que, pelo caminho, Rafael foi salvo de outra tentativa do seu alfa de tomar o volante novamente.

"Alfa Supremo Torak - temos outra reunião com o Alfa Rômulo em vinte minutos e essa rota -" Calleb tentou lembrá-lo em seu tom vacilante e hesitante. "- é a direção oposta."

No entanto, Torak não deu atenção à sua voz enquanto mantinha os olhos fixos na estrada à sua frente.

Rafael sabia muito bem que ninguém poderia argumentar quando o lobo de Torak estava no controle. 

Seu lobo era feroz, agressivo e a parte mais perigosa deles, por isso precisavam controlar sua besta o tempo todo. O único momento que deixariam seu lobo à superfície era quando precisassem dele para proteção ou agressão.

A última vez que o lobo de Torak assumiu o controle foi quando houve uma alcatéia que derramou sangue.

"O que devo fazer?" Calleb sussurrou para Rafael. Já que o Alfa se recusava a responder, perguntar ao Beta tornou-se sua próxima opção.

Mais uma vez Rafael olhou para Torak pelo espelho retrovisor. Seu rosto estoico e distante mostrava um aviso de que ele não se importaria com nada naquele momento.

No final das contas, Rafael balançou a cabeça e disse em voz normal, para que Torak pudesse ouvir. "Cancele." Ele esperou um pouco para ver se Torak dava algum indício de falar o contrário. Mas, quando ele permaneceu imóvel, Rafael suspirou e deu um sinal para Calleb prosseguir.

O rapaz barulhento pegou o telefone do bolso e discou um número, ao terceiro toque alguém atendeu e Calleb falou com voz bem educada que não combinava com seu eu habitual.

Desligando o telefone, Calleb lançou um olhar para Torak pelo espelho retrovisor e dirigiu seu olhar para Rafael. "E então?" 

Rafael apenas lhe lançou um olhar antes de voltar sua atenção para a estrada à frente.

A atmosfera dentro do carro estava pesada com a aparência do lobo de Torak à superfície, Calleb nunca tinha visto Torak ficar tão enfurecido como agora, no entanto as histórias que ouvira sobre isso eram o suficiente para lhe causar arrepios, ao ponto de seu cabelo se eriçar.

A longa estrada os levou para fora da cidade até um subúrbio próximo. Eles estavam em uma estrada estreita quando Calleb não conseguiu mais se manter calado.

"Alfa Supremo Torak," Calleb virou a cabeça e o chamou timidamente enquanto coçava o nariz. "Para onde estamos indo exatamente...?" Sua voz tímida estava misturada com constrangimento e medo claramente.

Ele esperou pela resposta esperançosamente, mas quando não veio resposta de Torak, ele suspirou e voltou a olhar para a estrada quase vazia e escura. 

A chuva estava garoando quando entraram na rua mais movimentada.

"Alfa Supremo, poderia nos dizer qual seu propósito ao nos trazer aqui? Assim pelo menos, eu poderia me preparar se estivermos perto de alguma possibilidade de cenário onde precisemos lutar..." Calleb murmurou enquanto apoiava o queixo na palma da mão enquanto olhava para as lojas que ainda estavam abertas quase à meia-noite. 

Ao lado, Rafael o fitava com raiva, a última coisa que queria era provocar Torak. Só Deus sabia o que ele faria se realmente perdesse o controle.

Pensaram que Torak não responderia à pergunta queixosa de Calleb, mas, para surpresa deles, a expressão rígida de Torak se suavizou levemente quando disse.

"Para encontrar minha parceira."

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