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Efeito oposto

A música desapareceu, marcando a conclusão de sua dança. Abigail não estava pronta para deixar a pista de dança, não sem receber uma resposta à sua pergunta. Entretanto, o homem já a havia levado para longe.

O Sr. Qinn então a guiou até uma grande escadaria e, juntos, subiram os degraus. Prosseguindo ao longo de um corredor, continuaram até chegarem a um par de portas grandes que se abriram para revelar um jardim ao ar livre. O jardim era uma visão linda de se ver. As flores estavam em plena floração, uma variedade de diferentes tipos e cores, e as pétalas pareciam brilhar à luz do luar. Mas não era só isso. A vista de onde estavam era magnífica. As luzes dos arranha-céus e as luzes da cidade abaixo se espalhavam diante deles como uma tela pintada e brilhante. 

O homem caminhou em direção à grade e se apoiou nela, olhando para ela. Ela finalmente percebeu que o homem estava vestindo um terno preto vintage, clássico. Ela tinha estado tão concentrada no rosto dele até então que não percebeu suas roupas. Quando o viu ali parado, não pôde deixar de encarar. Suas roupas pareciam feitas para ele. Sua jaqueta preta abraçava perfeitamente seus ombros largos e mostrava seu corpo bem definido. Ele tinha a aparência de um deus imortal que desceu à Terra apenas para mostrar a esses humanos insignificantes o que a perfeição aparentava ser. 

Quando ele removeu sua máscara, olhou para ela com aqueles mesmos olhos perscrutadores. 

Abigail levantou as mãos e também removeu sua máscara. 

Ela olhou para ele enquanto lentamente a baixava. O homem estava em silêncio, mas seus olhos fixos em seu rosto.

Banhada pelo luar, Abi se aproximou dele. Os detalhes prateados de seu vestido brilhavam, seus olhos pretos e semelhantes aos de um cervo cintilavam, e seu longo e sedoso cabelo negro balançava atrás de sua figura esguia e delicada.

O olhar do homem permaneceu fixo nela, como se não pudesse desviar os olhos.

"Sr. Qinn, você ainda não respondeu à minha pergunta." Abigail quebrou o silêncio.

"Eu direi a você assim que você passar no teste." 

Abi piscou surpresa. Ela supôs que tinha conseguido chamar sua atenção, já que ele não desviou o olhar dela até agora. 

Atônita, ela simplesmente ficou parada, imóvel, quando um leve arco se formou no canto dos lábios do Sr. Qinn. Em seguida, ele se movimentou, aproximando-se e inclinando-se em direção a ela. Ele se abaixou até que seus lábios quase tocassem sua orelha.

"De fato, você se provou bem. Você certamente superou minhas expectativas", ele sussurrou. Seu hálito tocou sua pele, eletrocutando seus nervos a ponto de quase esquecer de respirar. Sua voz parecia ter algum tipo de magia enquanto ecoava em seu ouvido. 

A perceção de que ela havia se enganado ao supor que ainda era pouco atraente para ele despertou os nervos atordoados de Abi. No entanto, o sorriso que estava prestes a surgir em seus lábios desvaneceu rapidamente ao ouvir suas próximas palavras. 

"Mas ainda não, você ainda não passou no teste", ele disse. 

"Uhm... O que você quer dizer?" 

"Ainda há um último teste que você precisa passar." 

"Um último... teste?" 

Ele assentiu, seus olhos examinando os dela cuidadosamente. 

"Ok, me diga qual é, então." Ela disse, olhando decidida e determinada. Sua aparente decisão inabalável fez com que ele estreitasse os olhos. 

"Você tem certeza?" 

"Sim." 

Por um breve momento, o homem permaneceu imóvel, uma presença silenciosa. No segundo seguinte, ele a puxou gentilmente em direção a um elevador, levando-a ao andar mais alto do hotel. Um ar de silêncio os envolveu, e Abi sentiu seu coração começar a acelerar descontroladamente. Eles então entraram em uma suíte presidencial. As paredes estavam adornadas com longas e grossas cortinas de veludo que protegiam as janelas, mantendo toda a luz longe. A área de lounge expansiva estava decorada com móveis requintados-mesas, cadeiras e lounges da melhor qualidade. Um bar ocupava um canto, abastecido com garrafas de álcool premium, enquanto o quarto ocupava a extremidade oposta.

O homem parou logo à frente dela, deixando a porta aberta enquanto soltava sua mão. Outro trecho de silêncio pairava entre eles, sua figura parecendo aguardar que ela fizesse algo.

Quando Abi fechou a porta atrás dela, o homem finalmente girou. Um sorriso tênue e incrédulo brincou em seus lábios enquanto seus olhos se encontravam.

Ele estendeu os braços, apoiando-se no batente da porta, prendendo-a efetivamente ali. Seu olhar penetrava no dela, e ele balançava o cartão-chave diante de seus olhos. "Vou deixar isso aqui", ele declarou, colocando o cartão-chave na mesa ao lado da porta. "Você está livre para ir embora sempre que mudar de ideia", acrescentou, com um sorriso malicioso embelezando suas feições mais uma vez.

Abi resistiu à vontade de engolir em seco, consciente de que ele estava fazendo isso de novo, claramente tentando influenciar sua decisão. Mas, estranhamente, o que ele estava fazendo só aumentava sua determinação. Apesar de seus esforços para desencorajá-la, suas ações só pareciam provocar a resposta oposta dela.

Então, ela não falou de volta desta vez. Ela já estava aqui. Não importava quais desafios ele colocasse diante dela, a partir daqui, ela não mudaria mais de ideia. 

Erguendo a mão, o Sr. Qinn acariciou delicadamente sua bochecha com as costas de seus dedos cheios de veias.

"Você está com medo?" ele sussurrou. 

"Não."

A resposta incrivelmente rápida de Abigail fez o homem rir. Ele lançou um olhar final para ela antes de segurar sua mão e levá-la em direção ao quarto.

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