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Capítulo 5: Espectativas quebradas

Com a cabeça ainda girando pelos eventos inesperados, Yuji deixou as instalações de banho e seguiu Uraume de volta aos seus aposentos no santuário. Os corredores silenciosos ecoavam com seus passos.

 

Parecia bem chique, e tinham várias portas de correr, o que eu lembrava vagamente se o nome era shoji. Que também tinha no quarto que a serva fiel de Sukuna indicou a ele.

 

Ao entrar em seu quarto, e finalmente sozinho, uma sensação de recaimento envolveu Yuji. Ele se sentou à beira da cama, fitando o chão enquanto sua mente girava em torno das perguntas que ainda pairavam.

 

'Como será que estão todos?Se estou aqui, o que aconteceu após a explosão?" 

 

 Ele tentou se lembrar dos momentos antes de ser transportado para este lugar estranho, mas as memórias pareciam um pouco distantes e ele se sentia estranho, como se pertencessem a outra vida.

 

"Parece que estou em Heian-Kyo, mas por quê? Como vim parar nesta época? E por que todos me reconhecem como Yuji? Para todos nada está diferente, mas … eu sou o único diferente aqui ."

 

A confusão persiste, e ele apertou as têmporas, tentando organizar seus pensamentos.

 

Ao observar-se no espelho, fora a ausência de cicatrizes, ele notou que sua aparência não mudou. Não havia sinais visíveis de que o tempo tivesse passado ou que ele tivesse envelhecido ou de rejuvenescimento. Era como se estivesse congelado em um momento específico, enquanto o mundo ao seu redor se movia em uma dança complexa de intrigas.

 

"Se eu sou o preço de um acordo entre clãs, por que eu? Por que meu avô faria tal acordo?" 

 

A sensação de solidão aumentava à medida que essas perguntas vagantes sem resposta pairavam sobre ele. O isolamento não vinha apenas do ambiente desconhecido, mas também da falta de compreensão sobre seu propósito neste estranho período histórico em específico, já que ele mesmo deve ter sido o autor disto.

 

Levantando-se, Yuji caminhou até a janela. O céu estava tingido com as cores do crepúsculo, e a vista para os jardins do santuário era serena. No entanto, essa serenidade contrastava com o turbilhão de pensamentos que ecoava em sua mente.

 

Uma enxurrada de emoções finalmente o atingiu com toda a força. As lágrimas que ele segurou por tanto tempo começaram a rolar, uma expressão de dor e desespero cruzou seu rosto.

 

"Tanta coisa acontecendo... e mal tive tempo para processar. Kugisaki, Sensei Gojo, Megumi... Nanami, Shibuya. O que está acontecendo comigo?" Ele murmurou para si mesmo, sentindo o peso do luto e da responsabilidade.

 

A imagem de Sensei Gojo no chão, a explosão em Shibuya, as vozes ecoando na sua mente - tudo isso era um fardo pesado demais para carregar. O jovem feiticeiro se permitiu, finalmente, liberar as lágrimas que guardava.

 

Mas ele tinha que ser forte, o tempo de lamento, arrependimento ou comemoração ainda não chegou, afinal eles estavam numa guerra, então ele se vestiu, decidido. 

 

As lágrimas secaram, mas a determinação se firmou em seu olhar. Ele saiu do quarto, viu que Uraume não estava mais ali e caminhou pelos corredores do santuário. 

Cada passo era carregado com a urgência de encontrar respostas, de entender o motivo de sua presença ali.

O santuário parecia um labirinto de mistérios, mas Yuji estava determinado a encontrar algum lugar que pudesse fornecer conhecimento. Ele ignorou os olhares curiosos dos servos que cruzavam seu caminho, focado em sua busca.

 

Ao passar por diferentes salões e corredores, ele abriu alguns shojis e encontrou uma sala aparentemente diferente das outras. Uma inscrição na porta indicava que era uma biblioteca. Yuji abriu a porta com esperança nos olhos.

 

O interior estava repleto de estantes pouco empoeiradas, cheias de pergaminhos e livros antigos. Ele sabia que, se quisesse entender melhor esse lugar e encontrar uma maneira de voltar para casa, precisava mergulhar no conhecimento contido ali.

 

Começando a vasculhar os pergaminhos e livros, Yuji estava ansioso por descobrir mais sobre esta época ou algo que o ajudasse, afinal a biblioteca de Ryomen Sukuna não deve ser qualquer coisa. A cada página virada, ele sentia uma mistura de fascínio e também frustração. A linguagem antiga e os conceitos desconhecidos eram um desafio, mas Yuji estava determinado a tentar absorver algo.

 

Yuji continuou sua busca ávida por conhecimento na biblioteca de Ryomen Sukuna. Os pergaminhos revelavam detalhes sobre a era Heian-Kyo, seus clãs que constantemente estão em conflito sendo Fujiwara, Sugawara, Yamaguchi, e outros. As complexidades das negociações entre eles. 

Ele encontrou um livro bem velho sobre energia amaldiçoada e começou a folheá-lo com grande interesse. As páginas amareladas continham informações sobre a natureza da energia amaldiçoada, seus diferentes tipos e como era manipulada naquela época.

Ao longo de sua leitura, Yuji percebeu que as práticas de feitiçaria e o controle da energia amaldiçoada eram raros mas bem conhecidos à sociedade de Heian-Kyo. Os clãs usavam essas habilidades tanto para conflitos quanto para acordos de paz. O livro mencionava rituais, encantamentos e técnicas de exorcismo que eram comuns na época.

 

No entanto, não havia informações claras sobre como ele tinha chegado lá e como poderia retornar, claramente na sua época tinha muito mais descobrimento e entendimento da energia amaldiçoada.

 

Também havia um livros em que o seu estilo de escrita era usado nas mesmas letras, porém era alfabeto mais antigo, o qual era difícil decifrar.

 

Com a frustração crescendo, Yuji fechou o livro antigo com cuidado. Olhou ao redor da biblioteca, como se esperasse que alguma resposta mágica surgisse diante dele. Nas estantes empoeiradas guardavam grandes informações, mas qualquer segredo parecia fugir de suas mãos..

 

Entre os pergaminhos e livros empoeirados, ele encontrou um texto intrigante sobre encantamentos inatos. O livro detalhava a rara habilidade de alguns indivíduos de possuir encantamentos naturalmente, sem a necessidade de rituais ou ensinamentos específicos.

 

O livro explicava que esses encantamentos estavam muitas vezes ligados à linhagem sanguínea, manifestando-se em momentos de grande estresse ou desespero. Ele relembrou a explosão em Shinjuku, o momento em que foi transportado para este lugar desconhecido.

' O Sensei Gojo disse que não posso usar encantamento mas…. Ieiri-san disse que agora que eu sou como um objeto que foi mergulhado na energia amaldiçoada de Sukuna, seria possível que sua energia amaldiçoada inata estivesse ligada a essa habilidade? Ou é possível que eu mesmo…'

 

Mesmo com essa descoberta intrigante, a questão de como ele poderia usar esse conhecimento para voltar para casa ainda permanecia sem resposta. A frustração e a incerteza pesavam em seus ombros.

Enquanto se concentrava nas palavras diante dele, a porta do shoji da biblioteca se abriu silenciosamente. 

 

Uraume adentrou o recinto, sua figura enigmática e de expressão misteriosa. Seus olhos permaneceram fixos em Yuji, como se estivesse analisando seus movimentos. 

 

"Yuji-sama, parece perdido. Posso ajudar, a procurar algo em particular desejas?", Perguntou Uraume, sua voz suave carregando uma serenidade que contrastava com a tensão de Yuji.

 

Ele olhou para ela por um momento, ponderando sobre a oferta. Ele agradeceu internamente pela disposição de Uraume em ajudar, mas sua determinação em descobrir por si mesmo era inabalável.

 

"Obrigado, Uraume-san, mas não há nada de importante só conhecimento empírico por enquanto.

 

'Pelo visto não fui tão discreto como aparentava.'

A serva assentiu respeitosamente e saiu da biblioteca, fechando a porta atrás de si. Yuji voltou sua atenção para os pergaminhos e livros, mergulhando novamente nas páginas antigas em busca de pistas.

Yuji, concentrado em sua busca por conhecimento, encontrou um pergaminho que detalhava informações sobre objetos amaldiçoados. Ele mergulhou na leitura, buscando entender melhor como esses 

objetos funcionavam na era Heian-Kyo.

O pergaminho descrevia a variedade de objetos amaldiçoados, desde itens cotidianos até artefatos poderosos carregados com energia maligna. Alguns eram usados como ferramentas em rituais, enquanto outros eram temidos por seus efeitos devastadores.

Uma seção particular do pergaminho chamou a atenção de Yuji. Ele descobriu que, naquela época, objetos amaldiçoados eram frequentemente selados por feiticeiros habilidosos para evitar que sua energia maligna se espalhasse. Esses selos eram complexos e muitas vezes exigiam conhecimentos avançados em feitiçaria.

A mente de Yuji começou a girar com possibilidades. Se conseguisse aprender a dominar esses selos, talvez pudesse encontrar uma maneira de manipular a energia amaldiçoada que o envolvia, uma chave para controlar sua própria situação.

Enquanto ele continuava a leitura, uma ideia começou a se formar em sua mente. 

Ele poderia usar esse conhecimento para entender melhor a energia amaldiçoada que o ligava a Sukuna e, talvez, encontrar uma maneira de usá-la a seu favor.

Mas até que encontre uma chance de canalizar essa energia ele precisa aprender mais sobre si mesmo.

Enquanto Yuji estava imerso na leitura dos pergaminhos, uma presença sinistra pairava atrás de seu ombro esquerdo. Uma sombra silenciosa que se movia com uma elegância predatória.

 

"Pergaminhos amaldiçoados são um veneno para os humanos".

De repente, Sukuna falou, sua voz ecoando na sala como um sussurro sombrio. "Mas você não é um garoto normal. Descobrindo segredos que nem mesmo os feiticeiros desta era compreendem completamente."

Yuji deu um pequeno salto, surpreendido pela súbita revelação da presença de Sukuna. Seu coração acelerou enquanto ele se virava para encarar o Rei das Maldições, que estava lá, estagnado com a sua postura arrogante.

 

Do contrário que normalmente observava, outro vestia um grande manto preto em volta dos seus ombros, deixando os seus quatro braços livres, dois inferiores que agora estavam cruzados sobre o peito.

 

"Você... Não sabe bater na porta?" Yuji murmurou, seus olhos fixos nos de Sukuna.

 

"Por que eu faria isso em meu próprio Domínio?" O homem deu um sorriso largo, um sorriso cheio de malícia. "Você é bem enxerido, mexendo em minha biblioteca. Está mexendo com algo valioso, muito mais antigo e complexo do que se pode compreender."

"Eu invadi?" Yuji perguntou.

"Digamos que qualquer um que pisar nesse corredor em especificamente já resultaria em sua morte".Sukuna respondeu rapidamente, um dos seus braços superiores estava apoiado na estante acima de sua cabeça.

"Mas eu não sou qualquer um." Yuji fala atrevidamente ainda segurando o pergaminho e o colocando de volta e caminhando pela biblioteca antiga. 

"O que se tem para fazer nesse lugar à noite?"

Sukuna observou que Yuji não mostrava medo ou hesitação com sua forma monstruosamente grande perto dele, como as outras pessoas evitavam o seu caminho a todo custo. Em vez disso, esse jovem adotava uma postura ousada e questionadora e isso parecia intrigá-lo mais, alimentando seu interesse pelo feiticeiro.

"Não sou nenhum guia turístico, garoto. Terá que inventar seu próprio passatempo, desde que não ultrapasse as possibilidades." Sukuna falou com um toque de desdém, esperando a reação.

Yuji continuou a caminhar pela biblioteca antiga, mantendo uma expressão resoluta. Ele não estava disposto a se curvar facilmente às ameaças de Sukuna.

"Mesmo no seu domínio, eu tenho o direito de procurar respostas e conhecimento. Se quer que eu fique fora desse corredor à noite, deve me dar um bom motivo."

Sukuna soltou uma risada sombria. "Você tem uma boca muito grande, garoto. Bem, se está tão determinado a encontrar alguma coisa que satisfaça sua mente medíocre, talvez eu deva lhe mostrar algo interessante."

O olhar agora curioso de Yuji se virou para Sukuna, ignorando o insulto ele esperou que o homem o revelasse mais. A atmosfera na biblioteca se tornou ainda mais densa, à medida que o Rei das Maldições deslizava pela sala em direção a uma das estantes.

 

Aquele lugar era impregnado de energia amaldiçoada, aqueles objetos de conhecimento pareciam chamar atenção, como se quisessem ser lidos.

 

"Venha, garoto. Há algo que você pode achar... Eficiente." Sukuna falou, enquanto retirava um antigo pergaminho e o estendia na direção de Yuji.

O garoto cruzou o espaço entre eles e pegou o pergaminho com cautela, estava um pouco amassado e sujo.

Ele abriu e seus olhos começaram a passar pelas letras, tentando as inscrições antigas. Sukuna observava com atenção, como se estivesse avaliando a reação de Yuji ao conteúdo do pergaminho.

"Esse é um registro antigo, um segredo que poucos conhecem nesta era. Revela uma técnica perdida de manipulação de energia amaldiçoada", disse Sukuna, seu tom carregado de significado.

 

Yuji franziu a testa, intrigado. "Por que você compartilharia algo assim comigo?" Ele não compreendia pois era muito mais antigo aquilo.

Sukuna deu de ombros, um sorriso sardônico nos lábios. "Digamos que é um pequeno presente. Um gesto de boa vontade, se preferir."

Receber presentes de Sukuna eram raramente desprovidos de intenções ocultas, Yuji estava ciente disso.

 Mas sua curiosidade superou a desconfiança. Ele começou a olhar mais o pergaminho, encontrando certos padrões em relação à escrita mais recente do Japão.

 

À medida que lia, Yuji sentiu uma compreensão gradual se formando em sua mente. A técnica descrita no pergaminho era intrincada, pelo menos o que deu para entender era que exigia uma compreensão profunda da energia amaldiçoada. Era um conhecimento valioso, algo que poderia ajudá-lo a desvendar os mistérios de seu atual estado.

Sukuna observou enquanto Yuji absorvia as informações. "Se você acha que pode dominar isso, garoto, talvez eu possa te ensinar." A voz era de tédio completo, enquanto se apoiava em uma das estantes.

Yuji ergueu as sobrancelhas, surpreso com a proposta, isso é sério? 

A ideia de aprender com o próprio Rei das Maldições era tanto intrigante quanto assustadora. No entanto, a determinação em encontrar uma maneira de voltar para casa superou qualquer hesitação.

"Você? Ensinar algo que não seja sobre maldade e destruição?" Yuji questionou sorrindo e desafiador.

Sukuna sorriu, um sorriso astuto que refletia sua confiança. "Sou mais do que você provavelmente ouviu. Tenho conhecimento de séculos. Pode ser que você esteja mais na vantagem do que imagina."

A ideia de aprender com Sukuna era tentadora, Yuji ponderou por um momento sabendo que não podia abaixar completamente suas defesas. Contudo, se isso significasse adquirir mais habilidades e conhecimento, era uma oferta difícil de recusar.

"Vamos lá, garoto. Se deseja sobreviver e entender o que aconteceu, terá que aceitar a escuridão junto com a luz." Sukuna falou com um tom persuasivo.

Yuji, com uma expressão séria, concordou. "Está bem. Ensine-me."

'Vou aprender tudo o que for necessário para voltar para casa, mesmo que isso signifique aceitar algo dele, Sukuna aguarde-me.'

O rei das maldições acenou com aprovação, e a atmosfera na energia em volta da biblioteca mudou. A escuridão parecia se intensificar, como se o próprio ambiente respondesse à presença de Sukuna.

"Amanhã"

"O quê?"

"Amanhã começamos!"

No entanto, ao contrário das expectativas de Yuji, Sukuna ajeitou seu manto e começou a sair da biblioteca. Uraume logo em seguida veio em seu lugar, para chamá-lo para jantar.

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