Não demoramos muito para nos refrescar um pouco para enfrentar o almoço, olha achava que o Brasil era quente, mas esses dias aqui estão sendo insanos de calor, Pai amado.
Nós encontramos no hall como de costume e seguimos para o novo local, mais um palácio grandioso, tá não nos choca mais os palácios, até porque no decorrer do shádi, bom pelo menos para mim, já está virando rotina, não dá pra dizer que a arquitetura é igual, tipo aquele ditado "viu um museu viu todos." Aqui cada palácio, forte e afins tem uma arquitetura única, digamos que a Índia é um grande livro, e cada palácio/forte, é um capítulo que conte sua própria história.
Todos descemos do micro-ônibus e logo no hall de entrada nos deparamos com uma decoração impecável dessa vez na cores lilás e amarelo.
Encontramos com o nosso casal número um, Iara já logo dispara que os convidados estão mais que ansiosos para vê-los juntos.
Porém, antes de todos, Ricardo já se pronuncia se direcionando ao Eros dizendo o quanto Weenny estava bonita. Realmente ela está cada dia mais linda. Felicidade, né meus amigos.
Eros brinca dizendo que ela já estava comprometida, e ainda brinco diz para olharmos a aliança de casamento.
Em meio a brincadeiras e risadas vamos caminhando juntos para a área do almoço.
Mas dessa vez algo diferente né chama a atenção, uns pilares e muitas flores, mas muitas mesmo, deixando o ambiente ainda mais aconchegante, romântico e aí mesmo tempo feminino e mágico.
Dá pra perceber que a cor lilás é a principal, pois está presente em todos os ambiente, penso isso enquanto nós adentramos ao salão principal.
Estão todos comentando que como pode o luxo ser superado a cada evento.
E realmente não achava que seria possível, mas a cada evento que vamos nesse shádi vimos que sim, o luxo não tem limites. Vemos até a pista de dança com os músicos a todo vapor.
Nos são apresentadas nossas mesas, nos acomodamos.
— Como pode caber tanto luxo num casamento só. - Samara comenta com um tom ácido de admiração e inveja, se assim podemos dizer.
— Olha não sei, mas eles se superaram a cada evento desse shádi. A Weenny e o Eros merecem isso e muito mais. – Enzo logo diz e sai em defesa dos nosso amigos.
— Olha quero o nosso igual ou melhor que esse viu. – diz Samara sem rodeios para Enzo.
Antes que Enzo pudesse esboçar qualquer resposta, vemos nosso casal do ano, chegar do até o mandap deles, e assim é dado o aval para servirem as refeições. Já estamos nos acostumando com a culinária Indiana, eu particularmente já nem sinto tanto o ardor das pimentas que sentia no começo, meu estômago hoje agradece, até porque logo é servido o lassi, uma bebida gelada, doce e cremosa, desse iogurte delicioso. Quando voltar pro Brasil, tá aí uma das coisas que vou sentir muita falta. Por mais que tente fazer, não será igual. Mas uma coisa que não vai dar certo, e não é só pra mim é isso que comer com a mão, gente até tento, mas não dá.
— Gente bora dançar, faz tanto tempo que a gente não dança que estou com saudades. – Tati diz animada, já levantando da mesa.
Foi unânime, todos levantamos e vamos direto para a pista de dança, e pelo que vemos acho que os convidados só estava esperando alguém ter coragem, digamos assim, então assim como nós, a pista de dança está lotada.
Estamos gastando toda nossa energia e matando a saudade do tablado. Maria José está animada junto com a gente, porém não tem o mesmo fôlego. Vemos ela indo se refrescar e descansar um pouco, mas logo sendo rodeada por algumas pessoas.
Continuamos dançando mais um pouco, as músicas indianas são realmente contagiantes.
Não demora muito e Tia vem nos avisar que precisamos ir embora, pois os noivos já foram, por temos uma cerimônia a rigor para participar. Então logo nos organizamos enquanto Marília vai chamar a Maria José.
Assim que elas se reúnem com a gente, vamos direto para o micro ônibus, assim que entramos Amitabh já começa a explicar do que se trata a nova cerimônia.
Ele nos diz que essa próxima cerimônia é muito importante e significativa porque nela acontecerá o acendimento do fogo sagrado, o agni, que é um dos elementos essenciais para o shádi, uma vez que promessas e juramentos são tomados ao redor dele, a fim de que sejam levados a deus. O Pandith irá liderar a cerimônia, mas são os noivos que acenderão a chama, as famílias estarão ao lado eles, é necessário que nós padrinhos também estejamos próximos a eles, ajudaremos nas pujas e nos desejos de sorte e de proteção contra o mau olhado, ajudaremos na invocação dos deuses para que protejam essa união e em todos os cerimoniais que se seguirão. Logo depois vamos terá uma festa bem alegre, cujo nome é garba, é chamada assim porque vamos dançar utilizando pequenos bastões, sei que vamos nos divertir muito. E ele nos pergunta se temos alguma dúvida.
Ficamos reflexivos pois estamos tentando lembrar o que aprendemos na aula com o Guru.
Mas no fundo não temos nenhuma dúvida acerca da cerimônia, mas é quando Claudio se manifesta e nos sugere que agora seria uma boa hora para combinarmos as roupas.
Achamos isso ótimo e concordamos com ele. Então os meninos combinaram a deles e nós vamos todas de sári amarelo com detalhes em rosa.
Então não demoramos para chegar, corremos cara uma para a sua suíte e se arrumar.
Eu decido tomar um banho rápido, pois dancei demais e suei muito. Mas não lavo o cabelo porque vamos fazer um penteado e colocar algumas flores no cabelo.
Quando vou me arrumar vejo que o sari que vamos usar já está separado em um cabide ao lado da minha cama.
Imagino que Tia assim que ouviu que decidimos as cores pediu para as camareiras arrumarem nossa roupa, assim podemos nos arrumar mais tranquilas e não ficarmos perdidas.
Me troco rapidamente e faço uma maquiagem marcante mas não muito chamativa e poucas joias.
Gente, nessa hora paro e me olho no espelho, e fico emocionada com o que vejo, a cada dia mais me sinto bonita, mais mulher sabe. É difícil de explicar.
Mas fico emocionada com o que vejo, mas não tenho tempo pra isso agora.
Estou com um pouco de dificuldade de arrumar o cabelo e vou até o corredor para ver se encontro alguém e dou de cara com a Tia.
— Tia, será que pode me ajudar a colocar as flores no cabelo não estou conseguindo.
— Claro, sem problemas.
Ela entra e logo me sento em frente ao espelho.
Ela começa a mexer no meu cabelo e vejo que ela está olhando profundamente pra mim, com um olhar de ternura.
Fico vermelha e com vergonha.
— Desculpa, não queria te deixar com vergonha.
— Sem problemas Tia, eu sou tímida mesmo.
— Seus olhos transmite muito amor, mas esconde uma grande dor por trás deles.
Nesse momento, me assusto, mas não digo uma palavra.
— Uma dor essa que te causaram, mas está sendo curada aos poucos com um amor inesperado.
— Realmente um amor inesperado, encontrado em um lugar inesperado, numa situação inesperada. Lutei muito contra esse amor, para me entregar para ele devido as dores do passado. Mas foi mais forte que eu. – conto para Tia com lágrima nos olhos, de lembrar que alguns dias atrás Flavio estava aqui.
— Não chore. Senão borra essa maquiagem linda, e não é auspicioso chorar logo hoje. E já estamos pronta, podemos ir.
Olho no espelho enxugando as lágrimas e com um sorriso no rosto, afinal, hoje na minha particular opinião, é o momento mais importante de todo o casamento.
Olho meu penteado e por mais simples que ele esteja, amarrado pela metade e a outra parte solta, com flores enfeitando lindamente. Está deslumbrante.
Saímos nós duas do quarto conversando e encontramos as meninas no corredor e estamos lindas todas iguais. Realmente o Claudio teve uma boa ideia em colocarmos a roupa combinando, estamos lindíssimas.
E assim que os rapazes nos avistam logo levantam e nos enchem de elogio. O que nos anima óbvio para uma foto, então nos juntamos e tiramos várias fotos.
Assim que terminamos Tia e Amitabh nos conduzem ao micro-ônibus para nos levar ao local de cerimônia.
E durante o caminho, o que a Tia me disse fica indo e voltando na minha cabeça, o que me faz ficar ainda mais pensativa e não prestar muita atenção que o pessoal está conversando.
Tia nos avisa para nos preparar para descer, pois já estamos quase chegando.