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Capítulo 32

No Reino do Inverno, Laurenn estava melhor um pouco, foi ordenado pelo rei Hayden a realizar uma inspeção real na cidade principal, pois Hayden aproveitou essa ausência para realizar uma reunião com os conselheiros reais. 

 

Hector estava acompanhando Laurenn, pois ele é o responsável por espionar e relatar tudo ao rei Hayden, porém Laurenn nem desconfia disso. Ele foi montar a cavalo quando sentiu uma leve dor, pois ainda não estava completamente recuperado. Hector pode ver pela mangá da roupa que Laurenn estava machucado. 

— "Não sei ao certo o que aconteceu, porém não está um pouco pesado demais para o príncipe, ele nem se recuperou completamente." 

 

Hector estava começando a se questionar se a função dele, era proteger realmente Laurenn ou o oposto, pois não compreendia quais eram as reais intenções do rei Hayden. 

 

Laurenn havia chegado aos portões da cidade principal quando decidiu realizar uma vistoria fora dos portões, pois alguns fatos não estavam coincidindo com os relatórios oficiais. Hector informou que poderia ser perigoso, ele não poderia deixar Laurenn sair da cidade principal essa era uma das suas funções, pois ele não podia constatar a real situação do reino.

— Vossa Alteza, seria muito perigoso se ausentar da cidade principal! O ideal seria vir mais cavaleiros para realizar sua proteção. 

Hector ficou extremamente preocupado, pois Laurenn sempre se detinha nas atividades administrativas dentro do castelo. 

— "Porque razão, ele quer sair da cidade principal, eu não posso deixar." 

— Será uma vistoria breve. 

 

Laurenn se ausentou dos portões, os guardas do portão principal, estranharam que o príncipe Laurenn estava se ausentando, porém Hector não podia deixar que descobrissem que ele não estava realizando sua função e subornou os guardas para que ficassem em silêncio. 

 

Ao sair, Laurenn não esperava aquela situação, havia algumas pessoas em uma situação deplorável próxima aos portões. Uma senhora com a roupa um pouco suja, se aproximou de Laurenn solicitando ajuda, Hector a afastou imediatamente do príncipe. 

Laurenn solicitou que Hector se detivesse não podia machucá-la, pois era um cidadão do reino. 

— Por favor, você deve ser da nobreza, nos ajude! Estamos com fome!

 

Laurenn não sabia o que fazer aquelas pessoas estavam em condições miseráveis. Ele recebeu um choque, pois a situação atual era completamente diferente do que ele conhecia, ele se perguntou a razão, mas não conseguia encontrar respostas. 

— Vossa Alteza, será melhor recuarmos. 

 

Laurenn aceitou a orientação de Hector, retornaram à cidade principal e posteriormente ao castelo.

 

Mais tarde, Laurenn foi até o coreto no lago, seus pensamentos não estavam em ordem, então começou a tocar o violino, pois foi o instrumento que seu pai, o rei Ludwig, havia lhe ensinado quando era criança, tocar lhe ajudava a reflexionar e ordenar seus pensamentos. 

Laurenn estava pensando em toda aquela situação. 

— "Por que os cidadãos estão assim? O que aconteceu com os suprimentos enviados? Por que os relatórios não condizem com os fatos? Por que estão corrompendo os dados fornecidos? Por que tudo isso está acontecendo?"

 

Muitas perguntas invadiam a mente de Laurenn, porém as respostas estavam se direcionando para uma resposta, poderia ser a resposta correta ou não, ele parou de tocar, enquanto segurava o violino em uma mão e não outra, ele os largou e pensou por um instante.

— "Isso também é minha culpa! Preciso fazer algo para mudar essa situação." 

 

...

 

No reino do Outono, após um longo dia de atividades, Ryuuji estava em seu quarto, quando de repente, escutou um barulho na varanda. Ele abriu e se surpreendeu com aquela visita inesperada. 

— Por que você abriu um portal para a varanda?

— Seria meio rude entrar sem bater. 

Ryuuji fez sinal para Aleph sentar-se. 

Aleph havia realizado algumas investigações sobre vários assuntos e uma delas se tratava dos conselheiros reais, pois, apenas pessoas de dentro do castelo sabiam sobre o passeio que Ryuuji havia feito na cidade, então alguém de dentro orquestrou o ataque.

 

Aleph entregou o relatório para Ryuuji que ficou concentrado lendo, ele colocou a mão sobre a testa, leu novamente, olhou para Aleph com uma certa incerteza. 

— Todos eles estão envolvidos? Você tem certeza disso?

Retornou a ler, pois continha uma proposta para lidar com a situação, após olhou sério para Aleph. 

— Será bem complicado, mas se acha que vale o esforço. Não irei me opor a essa estratégia... A propósito, gostou da surpresa que lhe preparei?

Aleph respirou profundamente.

— Eu tento..., mas eu juro que não consigo entender qual a sua real intenção me provocando dessa forma. 

— Uma pequena punição para quem tenta roubar a noiva alheia. Porém, tem algo que quero propor em troca da sua ajuda em relação a todo esse assunto. 

 

Aleph e Ryuuji estavam orquestrando um plano que deveria ser absolutamente confidencial.

— Posso agir conforme minha vontade?

— Terá total liberdade para isso. — disse Ryuuji. — Essa será sua recompensa. 

 

No dia seguinte, Ryuuji e Aleph receberam um comunicado sobre a visita da mãe deles, a Rainha Hazel. Ela decidiu fazer uma visita, pois queria ver com seus próprios olhos a noiva de Ryuuji e analisar se era uma candidata digna. Ryuuji ordenou que todos se preparassem para recebê-la. 

 

A Rainha Hazel é uma senhora com postura e elegância impecáveis, sempre demostrando um ar de superioridade em relação as pessoas. Possui os cabelos ruivos e os olhos verdes. 

 

Pela manhã, Letícia lia um livro sentada em um banco no jardim, estava tão concentrada que nem percebeu Aleph se aproximando. Ele colocou a cabeça sobre o ombro dela e perguntou sussurrando ao ouvido de Letícia. 

— O que você está lendo?

Letícia se assustou e respondeu um pouco surpresa. 

— Sobre o reino do outono. 

— Então, você quer saber mais sobre o Reino.

 

Aleph pegou uma mecha do cabelo dela e a segurou, falou bem próximo dela enquanto cheirava seu cabelo e a olhava nos olhos. 

— Por que não começa sabendo mais sobre mim? 

 

Letícia se levantou completamente corada, não sabia como responder aquela situação. Ela iria escapar, Aleph pegou o livro que ela havia esquecido e o balançou, enquanto apoiava uma das mãos sobre o banco. 

— Ei, você se esqueceu do livro. 

Letícia se aproximou pegou o livro e saiu dali. 

— Por que ele está agindo assim? Eu ainda estou sentindo a voz dele ressoando em meu ouvido. 

 

O que eles não esperavam era que a mãe de Aleph, a Rainha Hazel havia observado tudo. Ela havia acabado de chegar e estava dando uma volta no castelo. Quando observou aquela cena, perguntou imediatamente a sua dama de companhia. 

— Quem é aquela moça?

— Majestade, se trata da noiva do príncipe Ryuuji, a princesa Letícia. 

 

Letícia foi até seu quarto, pois a atitude de Aleph não saia de sua cabeça.

— Por que ele começou a agir assim?

 

Letícia havia percebido que não havia conseguido esquecer o sentimento que tinha por Aleph, porém estava realizando com dedicação o treinamento nupcial e o treinamento de guardiã da natureza. Mas, essa atitude repentina fez acender novamente o sentimento que ela estava procurando esquecer. Além do mais, Ryuuji não dava muita atenção para Letícia como noiva, mas percebia que tratava as demais mulheres com carinho e proximidade.

 

...

 

A Duquesa Hana soube imediatamente que a rainha Hazel viria ao castelo, então acreditava que esta era a oportunidade ideal, ela estava aguardando Ryuuji terminar uma das reuniões para apresentar sua filha Haruhi. 

— Príncipe Ryuuji, é uma honra encontrá-lo. — disse a duquesa se curvando.

Ryuuji observou que a duquesa estava acompanhada por uma bela dama. Ele se aproximou e beijou delicadamente a mão de Haruhi. 

— Minha filha Haruhi sempre esteve interessada em Vossa Alteza, não gostaria de conhecê-la melhor?

— De fato, Lady Haruhi é uma jovem encantadora. Soube pelo Duque Akiyama que sabe realizar uma perfeita cerimônia do chá. 

 

Haruhi ficou feliz com o elogio e se curvou em sinal de agradecimento. A Duquesa Hana ficou surpresa, pois não acreditou que Akiyama seria de utilidade. 

— Duquesa, se me permitir, gostaria de conversar com a sua filha. 

— Claro, Vossa Alteza, fiquem à vontade. 

A duquesa ficou com o ego inflado, pois acreditava que era a oportunidade perfeita. 

 

Ryuuji e Haruhi foram até um local para aproveitarem um chá da tarde, em um local tranquilo do castelo, enquanto Shigeru e Lord Clifford estavam próximos. 

— Lady Haruhi, soube algumas informações com o Duque Akiyama. E gostaria de perguntar-lhe, realmente possui sentimentos em relação a mim, conforme informou sua mãe?

 

Haruhi é uma moça tímida, porém precisava ganhar a aprovação a todo custo. Porém, não conseguiu responder ao que o príncipe Ryuuji havia lhe perguntado, pois não podia mentir para alguém que admirava. E Ryuuji, logo falou: 

— Desculpe-me se fui um pouco direto. Contudo, não posso corresponder tais sentimentos. E tenho um conselho baseado nas informações que recebi. 

Haruhi estava atenta ao que o príncipe estava falando. 

— Admiro sua dedicação ao aprendizado, porém você deve dedicar sua energia ao que realmente está interessada, não aquilo que escolheram para você. Nem tudo o que nos dizem é a verdade absoluta, você deveria procurar seu próprio caminho. 

Lágrimas começaram a descer pelo rosto de Haruhi e ela os enxugou com um lenço. 

— Como posso ser sincera com os meus desejos?

— Trace um objetivo, um desejo e corra atrás dele, mesmo que precise se voltar contra todos ao seu redor. Pois, se é algo que deseja verdadeiramente valerá o esforço que você dedicar. 

 

Haruhi conseguiu sentir a força das palavras que o príncipe Ryuuji havia lhe direcionado. Após a conversa, Ryuuji solicitou que Shigeru acompanhasse Haruhi até a residência.